90% do plano já estava completo. As nossas
substitutas já haviam tirado aquela foto tradicional
de cadeia com a plaquinha e tudo mais, já estavam
vestindo seus uniformes caqui e já empunhavam as
pistolas que elas mesmas haviam trago. Obviamente
tirei algumas balas de suas armas para que
coincidisse com o número de projéteis que a polícia
encontraria. É claro que eu gastaria mais munição
quando Irene me desse o sinal verde, e por isso deixei
dois pentes vazios na sala onde os funcionários do
presídio se aglomeravam.Estava correndo tudo perfeitamente bem, com
excessão de Lisa, que havia sumido desde nossa
última conversa, se é que posso chamar aquilo de
conversa.Eu estava realmente preocupada, mas não
especificamente com Lalisa. Ela era uma mulher
extraordinariamente forte, eu sabia que ela ficaria
bem e que só precisava respirar um pouco, o que
estava de fato me preocupando era nós duas. Eu
precisava conversar com ela em caráter de urgência,
caso contrário, eu não sei o que poderia acontecer.— Aqui está, — Jisoo falou ao colocar uma pilha de
roupas, que ela havia pego nos armários dos guardas
encima do sofá, me trazendo de volta ao planeta
Terra. Era óbvio que não iríamos sair da prisão com
aqueles uniformes horríveis, até porque seria o
mesmo que colocar uma placa de Chame a policia.
em nossas testas.— Você viu a Lalisa por aí? — perguntei.
— Ela está no pátio. Disse que quer ficar sozinha.
— Pois ela que lute. — me aproximei e peguei uma
roupa para mim e para Lisa. — A propósito, obrigada
pela informação. — ela assentiu e sorriu de lado entes
de eu sair da salinha e ir atrás da garota.Bem como Jisoo disse, lá estava Lisa, sentada
no chão, escorada em uma parede com os olhos
fechados, talvez estivesse até dormindo, já que já
havia anoitecido, mas eu não podia deixar aquela
conversa para depois.Me aproximei dela e parei na sua frente, ela suspirou
pesadamente e abriu os olhos para me encarar
quando teve a sensação de que não estava sozinha.— Diga. — ela falou.
— Pode me chamar de egoísta, invasiva ou de
qualquer outra coisa que você quiser, mas eu já te dei
tempo o suficiente sozinha, agora você vai ter que
me aturar, quer você queira, quer não. — me sentei ao
seu lado e coloquei as roupas que peguei para ela em
seu colo, colocando as minhas no meu.— Você não deveria estar supervisionando as
meninas? Afinal, essa é a parte mais importante do
plano não?— Sim, eu deveria. Mas acontece que eu prefiro estar
aqui com a parte mais importante da minha vida,
você.— falei olhando em seus olhos. — Eu sei que está
chateada comigo, mas eu preciso muito falar com
você.— E eu sei que não tenho outra escolha se não ouvir,
então vá em frente. Fale. — suspirei.— Eu preciso te pedir desculpas, não só pelo que
aconteceu com a Dua, mas por tudo. Você tem
total razão em estar me evitando.— Não estou te evitando, só estou tentando
reorganizar minha cabeça.— Essa é a questão. Estava tudo bem e eu consegui
fuder com tudo de novo. Tudo bem que uma hora ou
outra todos eles iriam acabar com um tiro na cabeça,
mas você está certa, não tinha necessidade de eu ter
feito aquilo com ela. — falei. — E pior, eu não parei pra
pensar que talvez você não quisesse uma arma em
sua mão. Não parei para pensar que depois de todos
esses anos você tivesse se libertado de algo que eu
não sei se consigo me libertar.— Você sabe que eu nunca quis uma arma em minha
mão, mas eu fiz por você. — deu ênfase em "nunca" e
eu suspirei mais uma vez.— Eu sei... Só que agora eu estou vendo com clareza
o mal que eu te faço. Eu achei que seria diferente
agora que já somos adultas e que não tem mais
ninguém entre nós, mas não está sendo. Eu estou
cometendo os mesmos erros de sempre, te
manipulado, fazendo com que você aja contra a sua
vontade... Isso não é certo. — desviei o olhar de seus
olhos e encarei o pátio vazio e escuro. — E desde a
nossa última conversa, ficou claro pra mim que você
também percebeu isso.— Onde você quer chegar com isso, Jennie?
perguntou nitidamente preocupada.— Eu vou te fazer uma pergunta, mas preciso que você
seja 100% sincera e responda o que estiver dentro
do seu coração. E tudo bem se a resposta for sim, eu
vou entender, não precisa ter medo de dizer. — voltei
a olhar em seus olhos. — Eu sei que vocè é o melhor
para mim, mas eu não posso dizer que eu sou o
melhor para você, porque eu realmente não sou. Eu
quero te ver feliz, então.... — suspirei pela milésima vez
tentando tomar coragem para fazer a pergunta que
seria capaz de me destruir. — Você quer a aliança de
volta? — meu coração batia a mil e receber o silêncio
como resposta não ajudou muito. — Lisa... Por favor,
responda. — ela suspirou.— É o que você quer? — neguei com a cabeça.
— Mas estou disposta a abrir mão de você pela sua
felicidade.— E onde você acha que está a minha felicidade?
perguntou como se fosse a resposta mais óbvia
do mundo. — Fala sério, Jennie. Desde que você
chegou aqui eu sinto que tenho um motivo para
acordar todos os dias. Eu me sinto segura ao seu
lado, mesmo quando você banca a louca, eu me sinto
completa quando estou com você. Minha felicidade
está em você, eu não tenho dúvidas disso. Você
foi, é e sempre será a mulher da minha vida. — um
enorme sorriso surgiu em meus lábios. Era bom ouvir
aquilo em meio a tanta insegurança. — Vem cá. — tirou
as roupas que estavam em seu colo e colocou no
chão, fazendo o mesmo com as roupa que estavam
comigo, antes de me puxar para sentar em seu colo.
— Sabe quando você vai tirar essa aliança do dedo?
perguntou. — No dia que eu for colocar ela nesse dedo
aqui. — deslizou seu dedo sobre o meu dedo anelar
direito e, em seguida entrelaçou nossos dedos.— Você tem certeza de que quer isso?
— Você ainda pergunta? Amor, você sabe que sempre
foi meu maior sonho construir uma família com você,
não vai ser agora, que estamos tão perto, que vou
desistir. Eu seria uma idiota se fizesse isso, não? —
brincou e eu sorri mais uma vez. -a Eu sempre serei
sua. — falou antes de unir seus lábios aos meus em
um beijo calmo e cheio de sentimentos.— Eu te amo. — falei entre o beijo, a fazendo sorrir
contra meus lábios.— Eu também te amo. — separamos o beijo quando
ouvimos alguém pigarrear.— Detesto ser a empata foda, mas trago notícias. —
Jisoo disse, me fazendo levantar do colo de Lalisa e
recompor minha pose de "chefe de gangue". — Como
o esperado, os familiares dos reféns começaram
a ligar para saber notícias. Rosé e Edgar estão
fazendo cada um deles atender e dar uma desculpa,
me parece que está tudo sobre controle. — falou.-E o
mais importante, a Irene conseguiu invadir o banco de
dados da polícia. Ela já começou a substituição dos
nossos dados pelos dados das nossas substitutas.
Disse ela que isso vai demorar no máximo uma
hora e meia, então já temos o sinal verde para
começarmos com a execução.— Obrigada, Jisoo! Já estamos indo. — ela assentiu e
se retirou. Olhei para Lisa. — Melhor trocarmos de
roupa, está chegando a hora....
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ᴡᴇʟᴄᴏᴍᴇ ᴛᴏ ᴘʀɪsᴏɴ - ᴊᴇɴʟɪsᴀ ɢ!ᴘ
FanfictionQuando você faz parte do mundo do crime, o otimismo te proíbe de se imaginar algemado dentro de uma viatura. Na sua cabeça, você se torna invencível a cada crime realizado com sucesso. Você acredita com todas as suas forças a polícia nunca vai te p...