Madrugada de sexta pra sábado, 02:00...
Priscila!
Mesmo com o meu pai morto, minha mãe fez questão de continuar pagando os vigias pra fazer a contenção aqui de casa, por medo de alguém invadir aqui ou algo do tipo.
Mas, não são necessários tantos vigias mais. É apenas um por vez, eles vão revezando o turno.Quando meu pai era vivo, ficava 3/4 vigias aqui em casa por vez.
Sentei na calçada e tirei meu celular da cintura, começando a mexer pra esperar o Kaká chegar.
Sabe quando você sente alguém te olhando, te vigiando? Então, eu estava com essa sensação e não estava gostando nadinha disso.
Olhei em volta, procurando algo suspeito. Levei um susto ao ver que tinha alguém escondido atrás do poste de luz, me observando. O poste estava fazendo sombra, então eu não conseguia ver ele direito.
Mas, eu sabia que tinha alguém alí. Eu estava vendo!
- Quem é? Eu tô te vendo! Sai daí- gritei, me levantando- eu tenho uma arma e não tenho medo de usar- coloquei a mão na cintura, fingindo que tinha uma arma alí.
Tentei me aproximar pra ver quem era (a pessoa aqui olha pro perigo e ainda manda beijo), mas, ele saiu correndo no instante em que eu dei um passo pra frente.
Só vi ele entrar em uma viela e correr, pulando por cima das casas.
Virou macaco agora, meu filho?
Como já estava com medo, resolvi entrar e parar de desafiar a morte. Fiquei deitada até o Kaká entrar com o meu lanche.
- Tá aqui, chefinha- me estendeu a sacola e o troco.
- Kaká, você sabe se tem alguém ameaçando a minha mãe ou meus irmãos?- perguntei, entregando o lanche e a coca dele.
- Sei de nada não, pq?- arqueou uma sobrancelha, desconfiado.
- Por nada não- menti.
Ele murmurou um "certo" e saiu novamente de casa.
Liguei a televisão, colocando uma série qualquer pra passar enquanto eu comia.
Fiquei alí enrolando a madrugada inteira praticamente, esperando minha mãe chegar, estava sem sono algum!
...