Capítulo longo pra compensar o tempo que fiquei sem postar.
Domingo, 22:06...
Priscila!
- Controla sua língua- dei risada do vapor que fazia a contenção de casa, pois ele falava gracinha pra todas as meninas que passavam na rua.
- Po, patroa, só gatinha- sorriu animado- né não, Novinho?- olhou pro Luiz, que tinha acabado de sair de casa.
Desviei o olhar do celular e o prendi no cós da calça, me desencostando da moto do Novinho.
- Colfoi, filhão? Da teu papo!- balançou a cabeça pro vapor, se aproximando de mim.
- Nesse morro tem só gostosa, é ou não é?- deu um sorriso maroto.
- Po irmão, tu só fala merda! Única gostosa que eu conheço é minha mulher, carai- deu risada, subindo na moto.
O menino se calou, oq me fez rir e subir na moto com o Novinho.
Segurei no ferro atrás, pra não dar muito motivo de buchicho na comunidade e o Luiz logo acelerou, mas não demorou a estacionar na frente da boca.
Olhei pra ele sem entender nada e ele jogou a chave no pescoço, descendo da moto.
- Ué, a gente não ia sair pra comer?- resmunguei, descendo da moto também.
- Só vou resolver uma parada rapidão e aí nós sobe lá na lanchonete da tia Suzy, firmeza?- digitou algo no celular e logo o guardou no bolso, me olhando- vai entrar ou vai me esperar aqui na frente?
Olhei em volta, vendo que tava cheio de noia parado na frente da boca e neguei com a cabeça.
- Vou com você- sorri amarelo.
Ele riu, adentrando a biqueira.
- Tô ocupado- gritaram de dentro da salinha, após o Novinho tentar abrir a porta.
- Destranca aqui, carai, sou eu!- revirou os olhos, ajeitando a camisa no corpo.
- Eu quem?- fez tom de deboche, segundos antes da porta ser aberta.
L7 fechou o sorriso assim que me viu, revirando os olhos e voltando a se sentar na mesa.
- Meu sogro falou pra eu dar uma bizoiada aqui na principal, ver se tava tudo certo- olhou desconfiado pro primo.
- Aqui na sala tá tudo certo, irmão. Tá cego? Vai ver no resto da biqueira, lá na laje é capaz de ter uns neguin morto de overdose! Passa o olho lá- riu, anotando algo em um caderno- quando sair, fecha a porta.
- Tá!- estalou a língua- olha a Priscila aí, já volto- o L7 e eu abrimos a boca pra argumentar contra, mas ele saiu correndo antes que nós disséssemos alguma coisa.
Revirei meus olhos, sentando no sofá velho que tinha no canto da sala.
- Trás uma quentinha aqui na sala 2- falou no radinho.
- Onde nós vai arrumar quentinha essas horas, irmão?- responderam.
- Tu, por acaso, saiu do saco do meu pai? Sou irmão de ninguém não- resmungou- e se vira, filhote! Vou passar a noite aqui sem comer? Da teus pulo, porra- deslizou o radinho na mesa, voltando a prestar atenção nos papéis.