Duas semanas depois, quinta-feira, 17:56...
Priscila!
- E o L7, em? Tá poderoso de patrão do Alemão- a menina que fazia unha com o Miguel, riu.
- Ele me procurou uns dias atrás, querendo que eu sentasse pra ele- a outra menina resmungou.
Continuei concentrada em organizar minha agenda, anotando as clientes do final de semana.
- Ouvi dizer que ele tá de fiel- olhou desconfiada pra amiga.
- Pois então ela é bem corna, né? Todo mundo sabe que L7 é bicho solto, não se prende em ninguém- gargalhou.
- Ele não se prendia em vocês, que são tudo piranha- Miguel retrucou- homem sabe a mulher que merece valor!
- Ih, colfoi? Tá defendendo ele por causa de que?- largou a revista de fofoca, cruzando os braços.
- L7 é meu bofe, mana! Ninguém trisca no meu bombonzinho- empinou o nariz.
- Duvido que ele ia te querer- a loirinha riu- ai, você me machucou- puxou a mão, balançando no ar.
- Esse bifinho que eu arranquei não é nada, me dá aqui essa mão- largou o alicate e puxou a mão da menina de volta, jogando acetona em cima do corte.
- Miguel, seu filho da puta- ela gritou, xaqualhando a mão.
- Bem feito, nunca mais duvide do meu dom de sedução- ele riu.
Segurei o riso, voltando minha atenção pro caderninho.
- Qual o babado de hoje?- minha mãe entrou no salão, prendendo os longos cabelos em um coque.
- L7, tia- a loirinha sorriu maldosa pra minha mãe.
- Eu sou irmã dos seus pais, por acaso?- minha mãe retrucou, pegando uma base e passando nas próprias unhas- oq tem meu genro?
- Genro?- a que esperava a amiga tossiu, engasgada com a própria saliva.
- Prazer, a corna- sorri debochada, esticando minha mão pra ela.
- Que isso, patroinha? Eu não sabia que a mulher dele, era você- sorriu sem graça.
- Sabia? Não sabia? Pois agora tá sabendo!- Miguel retrucou.
- Sai do meu salão, galinhada- minha mãe puxou as duas- vão triscar em outro lugar!
- Mas eu nem terminei minha unha- a loirinha resmungou.
- Vai fazer unha no inferno, mana- jogou as duas pra fora do salão- tchau!- e bateu a porta.
Dei risada, negando com a cabeça.
- Será que aquilo que a menina falou, é verdade?- perguntei receosa.
- Piranha só conta mentira, filha- minha mãe me olhou, voltando a pintar as unhas- ai, aquela vagabunda borrou minha unha!- bufou.
- Eu também acredito que seja mentira, mas pela dúvida, conversa com o L7- Miguel estalou a língua, recolhendo os esmaltes pra guardar.
- Isso, conversa com ele- minha mãe concordou- se ele tiver feito alguma coisa de errado, eu e seu pai matamos ele- sorriu debochada.
Dei risada, soltando um suspiro logo em seguida.
...