Um mês depois, sexta-feira, 23:15...
L7!
- Bora Priscila, levanta- puxei o pé dela, que tava toda largada na cama- baile vai começar a pocar e tu ainda nem se arrumou.
- Eu não quero ir, amor- me olhou toda xoxa.
Levei um susto com o salto que ela deu da cama, correndo pro banheiro.
- Colfoi, Priscila?- estreitei os olhos pra ela.
- Seu perfume tá me enjoando, sai daqui- ela resmungou rápido, antes de ser cortada por mais um jato de vômito.
- Tu já tá assim tem dias, Priscila! Tá dormindo o dia inteiro, vomitando toda hora, esses dias até desmaiou de tanto vomitar!- cruzei os braços, encostado no batente da porta do banheiro.
- Deve ser virose ou anemia, vou no médico essa semana- suspirou, lavando a boca.
- Tu tá tomando teus remédios?- observei ela escovar os dentes.
- Sim, meu anticoncepcional tá em dia e a minha menstruação também- me olhou através do espelho- não tô grávida!
- Tu tá é prenha, Priscila! Isso sim- afirmei, me distanciando do banheiro.
- Olha, vai logo pro seu baile e me deixa aqui quietinha na paz do senhor- ela apontou pra porta do quarto.
Dei risada.
- Tem certeza que vai ficar bem sozinha?- me aproximei, despejando um beijo na testa dela.
- Sim, vai logo- me expulsou- e volta bem tarde, quero dormir em paz essa noite!
Mandei o dedo do meio pra ela, pegando minha carteira e minhas chaves e despiando pro baile.
O som já tava estralando e o cheiro de maconha misturado com álcool e suor exalava na rua inteira.
- Cadê a minha irmã?- Fernanda cruzou os braços assim que me viu subir o camarote sozinho.
- Quis ficar em casa- dei de ombros- tá chatinha demais!
- E tu veio sem ela? Menor, isso vai dar um problema do carai- Novinho riu.
- Ela me expulsou de casa, po- ri- vim só pra marcar presença e já vou despiar, vou passar a noite em baile nada- fiz careta.
- Oi, L7!- uma loirinha se aproximou, pousando a mão no meu peito.
- Ih, sai fora que eu sou casado- mostrei a mão, tocando na aliança dourada que brilhava no meu dedo- tu tá fedendo a cigarro de 5 conto, mina. Mete o pé- fiz careta, afastando ela de mim.
A Fernanda me encarou desconfiada.
- Se comporta, minha irmã não tá aqui mas eu tô! E tô bem de olho em você- falou em um tom ameaçador.
Dei risada, balançando a cabeça e me sentando em uma das cadeiras que tinha alí, antes de dar um gole na minha cerveja.
...