Segunda, 08:59...
L7!
- Vai falar comigo não, Priscila?- puxei ela pelo braço, impedindo que ela seguisse a Fernanda pra fora da padaria.
Ela me encarou e deu um riso fraco.
- Você é meio hipócrita, né?- colocou as mãos na cintura- não foi você quem disse pro Luiz que não me queria colada em você?
- Tá com o ouvido bom, em?- ri, passando meu braço pela cintura dela- aí, tu tá vestida só com a minha blusa? Sem nada por baixo?- arregalei o olho, ao passar a mão nas costas dela e não sentir o sutiã.
- Tô de saia, ué- levantou a blusa, mostrando a saia de ontem.
Revirei os olhos.
- Vai me dar um beijo não?- arqueei a sobrancelha, a encarando.
- Não, não gosto de homem pegajoso- sorriu debochada, caminhando pra fora da padaria.
Dei risada, seguindo ela.
- Tá de moto? Deixa a gente lá em casa- Fernanda encarou o Novinho.
- Bora lá? É rapidão- Novinho me olhou.
- Ih, tô podendo ser visto com ninguém na garupa não- dei risada, debochando.
- Não tem problema, eu vou a pé!- Priscila deu de ombros, já começando a subir a comunidade a pé.
Subi na moto e liguei, parando ao lado dela.
- Sobe aí, criatura- tirei minha camisa, jogando nela- enfia no meio das pernas, pra não ir mostrando a buceta daqui até lá! Não sei pra que foi sair de casa sem calcinha e sem sutiã!- resmunguei.
Ela me olhou e arqueou as sobrancelhas.
- O meu biquíni ainda tava molhado- revirou os olhos- e oq é bonito, tem que ser apreciado!- riu, estendendo a mão pra que eu a ajudasse.
- Só eu posso apreciar isso aí- dei um tapa na perna dela, mantendo minha mão alí enquanto dirigia até a casa do pai dela.
Estacionei de frente a casa do Cabeça, ajudando ela a descer e colocando minha camisa novamente.
- Tu já tá pronta, Priscila?- Fernanda perguntou, abraçada no Novinho.
- Só vou me trocar- ela deu de ombros, me dando as costas pra entrar em casa.
Puxei ela pela mão, olhando em volta pra me certificar que só estávamos nós na rua e dei um beijo na Priscila.
- Casalzão, em?- Fernanda riu.
Dei risada, me afastando ao ouvir os assobios do Novinho.
- Vê se coloca uma calcinha- segurei o rosto dela com força e sussurrei, sorrindo ao notar que ela se arrepiou inteira.
Ela revirou os olhos, se afastando rapidamente.
- Tchau, cabeçudo!- ela acenou pro Novinho, me ignorando ao entrar em casa.
- É namoro?- Fernanda sorriu, me olhando.
- Não- balancei a cabeça.
- Ainda não- Novinho me corrigiu- eles estão apaixonados, tá ligada né?- sorriu pra Fernanda.
- Ó, tô metendo marcha- ignorei o comentário dele, já ligando a moto novamente.
- Ih, tô me saindo também- deu mais um selinho na Fernanda- vai almoçar comigo?
- Se eu já tiver chegado do asfalto, sim- balançou a cabeça.
- Vai de carro?- ele perguntou já dando partida na moto.
- Sim, um vapor vai levar a gente- balançou a cabeça, se afastando.
- Quando for voltar, liga que eu busco vocês- mandou beijo.
Revirei os olhos pra aquela viadagem.
- Tá bom, tchau- acenou, entrando em casa.
- Aí, bora tirar um racha até a boca?- sorri, o encarando.
- Quem perder, paga o almoço- andou com a moto até parar ao meu lado.
- Já vai abrindo a carteira- gargalhei.
Em poucos segundos nós dois estacionamos de frente a biqueira.
- Quem chegou primeiro?- Novinho perguntou pra um dos noiadinhos que tava fumando lá na frente.
- Empate- deu de ombros.
- Minha benga- Novinho tocou o próprio pau- eu que ganhei!
- O L7 parou primeiro- um mano chegou fazendo toque com a gente.
Dei risada.
- Perdeu, vai pagar o almoço- cantarolei entrando na boca- sem choro, Novinho!
Ele bufou, me acompanhando até a salinha.
- Ué, cadê a rapaziada?- Novinho olhou em volta, vendo que só estava meu pai e o Cabeça dentro da sala.
- Adiei pra antes do almoço- Cabeça deu de ombros.
- Tua filha já tá entregue em casa, viu?- debochei.
- Não me faz meter um tiro na tua testa logo cedo- ele balançou a arma no ar.
Dei risada.
- Tô me saindo lá pro pé do morro, de meio dia eu volto pra reunião- fiz toque com o meu pai, já saindo da salinha novamente.
...