— Soube que sua mãe vai viajar. — Ashton disse, passando os dedos no braço de Calum.
Eles estavam sentados em um banco, com Calum apoiado no peito do loiro, abraçando sua cintura. Os dedos do mais velho passeavam sobre o braço alheio.
— A Mali te contou?
— Jack.
Os dois estavam na parte de trás da casa de Calum, em um banco que tinha no jardim. Ele parecia com uma parada de ônibus particular por causa do formato do teto. Costumavam ficar ali bastante tempo quando Ashton ia visita-lo. As visitas eram praticamente diárias, já que os pais de Calum permitiram que os dois passassem um tempo juntos, desde que pudessem ser encontrados a qualquer momento.
— Eu estava pensando, sabe, o que acha de irmos ao cinema? — O loiro perguntou.
— Eu gostaria disso. — Sorriu com seus próprios pensamentos.
A mãe de Calum, Joy, ainda tinha um pé atrás com aquela proximidade dos dois rapazes, não sabia se Ashton seria uma boa influência para seu filho, mas o marido a fez perceber que Calum se tornava mais alegre depois de passar um tempo com Ashton. Por essa razão ela passou a não proibir que se vissem, mas pedia para ter o número de Ashton e manter o aparelho ligado enquanto estivesse com o mais novo, seria uma medida de segurança para qualquer emergência. Por sorte nunca precisou ligar.
— Seríamos só nós dois, certo? — O mais novo questionou depois de pensar um pouco.
— Claro! Você não gostaria? Quer que chamemos a sua irmã ou o Jack?
— De forma alguma. Ela não aceitaria, e mesmo que aceitasse... Ainda preferia que fosse só nós dois no cinema.
— A Mali, ela... Continua evitando o Jack, né? Acho que isso foi depois daquela confusão. É estranho. — murmurou mais pra si do que para o outro.
— ...
— Então, vamos quando? Se quiser um dia que tenha poucas pessoas, vamos em um dia de semana e não a noite.
— Assim seria perfeito! Podemos ir depois que a Joy viajar, ela vai depois de amanhã.
— Então iremos depois de amanhã. — Sorriu para si mesmo. Beijou o topo da cabeça do outro. — Sempre parece que estamos sendo observados, não é?
Calum não tinha certeza sobre isso, a verdade é que quando estava com Ashton ele não prestava tenta atenção no resto. Por exemplo, naquele momento, ele estava tão confortável naquele abraço, sentindo os dedos subindo e descendo em seu braço, o peito alheio subindo e descendo conforme respirava, às vezes fechava os olhos e tentava se concentrar nos batimentos cardíacos alheio.
— Você quer... ir para o meu quarto? Assim, não seremos observados.
O loiro sorriu e confirmou com um movimento de cabeça, incapaz de não sentir-se encantado. Os dois andaram lentamente, lado à lado. Atravessaram a casa até chegar a porta do quarto do mais novo. Calum segurou a mão alheia ao abrir a porta, logo puxando o mais alto para dentro do quarto para finalmente juntar o lábios aos do outro, um toque suave, mas significativo. Ashton ficou sem reação no primeiro instante, mas logo depois abraçou o corpo alheio e transformou o toque em um beijo.
—'Eu gosto de você... — Sussurrou logo após separar do beijo.
— Eu também gosto de você. — Ashton sussurrou de volta, apertando o outro em seus braços.
— Posso perguntar uma coisa? — Questionou, ainda com a voz baixa.
— O que é?
— Você quer me namorar?
O cômodo ficou em silêncio e Calum jurou poder ouvir as batidas do próprio coração soando em seus ouvidos. Prendeu a respiração, fechou os olhos com força.
Ashton desfez o abraço e deu dois passos para trás, observou como o rapaz parecia pequeno e indefeso, seu coração se apertou com tal cena. Colocou a mão em seus cabelos, lhe fazendo um carinho rápido, suavemente desceu por seu rosto, mas logo recuou. Sentia suas mãos suando e isso o incomodava.
— Isso é inesperado. — A voz saiu um pouco falha acompanhado de um som estranho que saiu dos lábios do loiro, o que chamou a atenção do outro. — Eu não achei que você perguntaria...
— Não posso?
— Ah, não é isso, é só que-
— Vamos namorar, então. Eu quero namorar você, você quer me namorar?
— ....sim, eu quero!
O rosto de Calum ganhou um sorriso assim que ouviu tais palavras. Se jogou nos braços do outro, lhe apertando em um abraço desajeitado, soltando-o apenas para alcançar seus lábios em um beijo eufórico.
— Se você tivesse esperado um pouco mais, eu teria te feito um pedido decente. — Sussurrou o mais velho, ainda nervoso.
— Não me importo como chegamos a isso, o importante é que você é meu namorado.
— Eu me importo, porque quero o melhor pra você.
— O melhor pra mim é estar com você. — Sorriu, incapaz de esconder o quão feliz estava.
Ashton beijou o rosto do outro até finalmente parar em seus lábios. Ao separar do beijo, apertou levemente a bochecha do outro, se dando ao prazer de ceder a esse impulso.
— Você é tão precioso. Eu quero ter você sempre ao meu alcance pra poder te apreciar.
Os dois ficaram sem palavras e estava tudo bem, porque estar juntos era o suficiente. Eles deitaram na cama do moreno, e assistiram alguns vídeos no celular até Calum ficar sonolento e cochilar.
Ashton sentia-se a pessoa mais feliz do universo, tendo o seu agora namorado, deitado em seus braços. Beijou-lhe a cabeça e desejou poder parar o tempo e ficar apreciando aquele momento. Queria poder manter aquele sentimento intacto. Queria ter Calum sempre ao seu lado. Queria poder ignorar o resto do mundo e simplesmente viver naquela bolha que eles criaram.

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Rare || Cashton
FanfictionAparentemente era um trabalho simples, cuidar para que Calum ficasse bem, mas houve um "efeito colateral" não previsto para esta função.