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A mão de Calum deslizou pelo tecido até encontrar a de Ashton, entrelaçou os dedos ao do outro. Sorriu automaticamente, como se aquele simples toque pudesse lhe trazer uma alegria infinita.

— Tudo bem eu gostar tanto assim de você? — O moreno questionou, ainda encarando a mão que estava unida a de Ashton.

— Espero que sim, porque eu também gosto muito de você. — Fez uma leve pressão na mão, apertando o entrelaçar, chamando a atenção de Calum ao seu rosto.

O loiro passou a encarar o céu, incapaz de manter o contato visual. Estar naquela pracinha era como estar em outro mundo, ali era um lugar só deles. A grama agora murcha e quase sem vida estava coberta por uma toalha verde escuro, grande o suficiente para que os dois pudessem sentar sobre ela.

— O Jack quer namorar a Mali... — o moreno ponderou depois de um breve momento de silêncio. — Será que a gente deveria namorar também?

Ashton sorriu, levou a mão de outro aos lábios e a beijou, soltando em seguida e puxando Calum para um abraço.

— Acho que não temos que pensar sobre isso agora, principalmente como uma obrigação. É tudo tão novo que... — Deixou a frase morrer no ar.

— Você tem medo que eu esteja confuso, sei.

— Não! Olha, você perguntou se eu queria ser seu amigo e eu aceitei, depois achou que eu seria seu irmão, e agora está pensando se devemos namorar... Namorar não deveria ser uma obrigação, sabe? É mais como privilégio. Acredite, seria uma honra enorme te namorar mas não precisamos ter pressa, não acha?

— Você que sabe.

— Não! Nada disso, não me venha com indiferença, namorar também é uma responsabilidade e eu quero fazer isso direito. Quero te fazer um pedido bonito, avisar sua família que somos um casal e por isso vou ficar muito tempo do seu lado e vou te levar pra sair, vou te encher de mimos e vamos ter coisas só nossas. Isso vai custar um pouco do seu tempo e talvez sua irmã queira me matar, então, antes de termos que passar por provações, é justo que tenhamos isso só nosso. Sem pressão, sem expectativas, só um pouco de nós.

O moreno ficou em silêncio, mordeu o lábio inferior enquanto pensava no que acabara de ouvir. Irwin esperava uma resposta mesmo não tendo feito uma pergunta em específico.

— Acho que ainda não estou pronto pra sair com tanta  frequência... — Pensou alto.

Ashton sorriu. Nunca se cansava da forma como Calum sempre estava pensando nas pequenas coisas, como ele era incrivelmente único e espontâneo. Beijou a testa alheia antes de qualquer outra coisa.

— Não pense muito sobre isso, cada coisa a seu tempo, sim? Nos gostamos e isso já é especial demais.

O moreno concordou com um movimento de cabeça, sorriu com a idéia que surgiu em sua mente.

— Ash, você poderia me levar para ver os filhotinhos de novo?

— Claro. Mas antes, vem cá, preciso de uma foto nossa pra usar de papel de parede.

Calum apoiou a cabeça no ombro de Ashton, o moreno observou o outro pela tela do celular que já tinha a câmera aberta, e sorriu. Estava feliz, não pela foto, mas por estar com Ashton.

Se lhe perguntasse, Calum não saberia explicar, não conseguiria descrever como aquilo aconteceu, mas estava acontecendo, ele estava apaixonado por Ashton e não conseguiria se imaginar não tendo o loiro na sua vida.

— Será que você gostaria de ir na minha casa amanhã? — Irwin questionou, sem tirar a atenção do celular, estava conferindo as fotos recém tiradas.

— uh... Eu, na sua casa? Amanhã?

— Isso. Você gostaria? — Deixou o celular de lado a tempo de ver o moreno morder levemente o lábio inferior. Um claro sinal de nervosismo.

— Eu não sei. Acho que eu gostaria sim, mas...

— "mas"? É sobre a sua mãe? Eu posso falar com ela, com seu pai, com a Mali. Se eles não quiserem, vou entender. Se você também não quiser, também entenderei. Sem pressão, foi só um convite.

— Talvez sua família não goste de mim. Podemos só ficar no seu quarto, que nem da outra vez?

— Podemos, mas, não tem motivos pra não gostarem de você. Mas tem um problema sobre ficar só no meu quarto, nós vamos almoçar na minha casa, esse é o plano. O que me diz?

O moreno sorriu, beijou a bochecha do outro antes de movimentar a cabeça em afirmativa. 

— Vai me buscar na minha casa pra irmos pra sua? Não quero ir sozinho.

— Claro! Não deixaria você ir sozinho.  E mais, tenho uma supresa pra você...

— Surpresa, é? Não sei se gosto de surpresas.

— Você vai gostar, tenho certeza. — Ashton sorriu, incapaz de controlar a empolgação daquele momento.

— Posso pedir uma coisa?

— Tudo que você quiser.

Exitou. A frase já estava formada em sua mente, mas de última hora resolveu não pedir aquilo. Era verdade que sentia falta de ser beijado por Ashton, ele havia lhe dado selinhos nos últimos dias, mas não um beijo intenso como aconteceu a primeira vez ou quando se 'reconciliaram'.

— Faz aquela coisa — afagou o próprio cabelo em demonstração — igual naquele dia que estávamos no meu quarto?

O loiro balançou a cabeça em concordância. Mais que depressa o moreno deitou-se com a cabeça apoiada na perna do outro e recebeu cafuné. Fechou os olhos e aproveitou a sensação, quase sentiu o coração derreter com tal sensação e Ashton não estava diferente, sentia o peito aquecido de tanta satisfação e felicidade que sentia.

Rare || Cashton Onde histórias criam vida. Descubra agora