Carinho Paterno

223 10 10
                                    

Anfitrite estava acordando aos poucos na cama real do salão de Poseidon, ele estava feliz e parecia sonhar com coisas maravilhosas. Há muitos milênios a nereida servia o deus dos mares, pois Poseidon se encontrava no topo da hierarquia de divindades marinhas. Ela nunca pensou que ele iria querer sua ajuda para se tornar um pai. Mas ao final de tudo, ela foi a escolhida para engravidar do monarca divino dos mares. Na noite passada, eles se deitaram para compartilhar a energia de futuros pais para com a criança que nasceria em breve. Apesar de não terem compartilhado uma relação sexual, ambos trocaram energias enquanto dormiam tranquilamente e esse laço seria algo que os faria muito feliz e os uniria também ao futuro bebê de Poseidon e Anfitrite.

Anfitrite estava se preparando para sair do salão majestoso de Poseidon, quando o mesmo começou a despertar. Quando a alma do deus dos mares começava a acordar e se tornar ativa, uma gigantesca onda de energia tomava o lugar como se fosse um enorme tsunami que engolia e se impunha diante de qualquer ser que ali estivesse. Aquilo sempre assustou a Anfitrite. Sua energia era feminina e cuidava dos seres marinhos, ao contrário da enorme força de Poseidon que era naturalmente poderosa e imponente. Era algo masculino, essa essência do deus era algo que fazia os outros o temerem, mas ao mesmo tempo o fazia ser um dos deuses mais adorados do Monte Olimpo. Este era seu poder, este era o deus Poseidon.

Anfitrite se escondeu assustada com com tamanha energia que o deus emanava.

— Poseidon... ele é um deus muito forte. E não parece estar nervoso ou impaciente, mas mesmo assim ele exala um poder descomunal. — Anfitrite pensou, um pouco assustada.

— A-Anfitrite? — O deus estava abrindo seus olhos vagarosamente enquanto abraçava um dos travesseiros da cama. — Não se esconda, eu sei que está aí.

— Sim, meu senhor. Dormimos noite passada e agora eu estava me preparando para me encontrar com minhas irmãs nereidas.

— Anfitrite, eu sei que está com medo, mas não se sinta assim. Sei que meu poder a assusta, mas essa é a natureza que tenho, você precisa aceitar isso.

— Meu senhor... me perdoe, não é nada.

— Não pode sentir medo apenas com minha presença, eu não a farei nenhum mal. Se você sentir medo de mim, irá passar essa energia negativa para o bebê, e ela nascerá com medo de mim também. — Poseidon olhou para baixo, para o chão de mármore branco que havia no salão, seus olhos estavam tristes e quase podia-se ver uma lágrima escorrendo seu rosto.

Mesmo tão triste, Poseidon se segurou e não se descontrolou na frente da nereida.

Anfitrite arregalou os olhos com a última frase do deus dos mares.

— N-Não, meu senhor, jamais isso acontecerá! Eu prometo, nossa filha nunca terá medo do senhor, me perdoe por tamanha insolência! Não o temerei, estarei ao seu lado para o que for preciso.

Poseidon olhou para os belos olhos azuis de Anfitrite e voltou a sorrir.

— Obrigado, nereida. Estou muito ansioso para a chegada dela, já sei até o nome que darei a minha futura princesinha.

— Oh! E qual será? — A ninfa cobriu a boca com a mão direita, rindo graciosamente.

— É um segredo, apenas revelarei quando a minha filha nascer. — ele sorriu, seus dentes eram brancos como pérolas e seus olhos cintilantes brilhavam mais do que todas as estrelas que haviam no céu.

Poseidon estava mais feliz do que nunca em todos os milênios que vivera, parecia que ele existiu tantos éons apenas para viver aquele momento especial, o dia em que se tornaria um pai.

O deus novamente tomou uma forma anciã e beijou o rosto de Anfitrite, agradecido por ela o ajudar a tornar esse sonho realidade.

— Venha, nereida. Vamos ao salão principal do trono, iremos comer algumas frutas e receber algumas oferendas dos súditos. Depois disso, a liberarei para se encontrar com suas amigas ninfas.

Anfitrite riu com graça e concordou. Eles deram as mãos juntos e caminharam pelos enormes corredores até o salão principal de Poseidon.

Enquanto isso, Atena estava conversando com seu pai Zeus. Ela percebera que seu inimigo Poseidon não fizera mais tsunamis e que Atlântida parecia estar em um clima muito tranquilo ultimamente.

— Meu senhor Zeus, Poseidon me prejudicou, este deus destruiu muitos dos meus templos. Agora ele vive em seus palácios marítimos como se não houvesse nada. Precisamos puní-lo, meu senhor.

Zeus, que estava muito ocupado com as tarefas do Monte Olimpo, respondeu a Atena rapidamente.

— Atena... Não se preocupe, o deus dos mares está a provocando desde os primórdios, nós iremos reunir alguns de meus outros filhos e deuses e iremos dar o que Poseidon merece. Espere mais alguns milênios, seja paciente e tudo dará certo.

— Obrigada, meu pai, assim fico mais tranquila. Nunca sabemos do que meu tio será capaz de fazer.

Poseidon e Anfitrite se encontravam no salão principal, recebendo frutas e vegetais como oferendas. O deus dava muitas ordens para seu séquito e Anfitrite estava cantando um pouco com sua voz melodiosa e feminina.

Zeus lá do alto do Monte Olimpo os observava, ele estava tramando. Ele sabia que a paz entre Poseidon e Atena não duraria muito, e estava pronto para defender a deusa da sabedoria na próxima guerra que ocorresse entre ambos.

O deus dos mares estava com seu tridente em punho, aproveitou e abençoou seus súditos no salão e deixou Anfitrite ir se encontrar com as nereidas. Poseidon se sentia sozinho, queria muito a companhia de alguém para lhe fazer feliz. Mas logo teria essa companhia, que inclusive iria o fazer muito feliz e que nunca o abandonaria.

Atena tinha inveja desse desejo de Poseidon, não suportava vê-lo realizar algo que tanto queria. A deusa queria acabar com sua felicidade e que ele nunca mais a incomodasse com provocações. Ela e seu pai irão se unir para destruir Poseidon, tirar seu trono do Olimpo e enfraquecê-lo a ponto de não poder mais reinar sobre a terra como um dos 12 deuses olimpianos. Esse era o desejo de ambos. Os dois deuses sentiam inveja e vontade de acabar com todos os planos do deus dos mares.

Porém, Poseidon não deixará que isso aconteça, em breve ele terá a fonte de sua maior força e amor que já existiu.

— Eu irei acabar com Atena e Zeus não pode me impedir. Ela não terá paz nunca, eu prometo. — Poseidon falou, em meio aos seus profundos pensamentos, enquanto recebia energia de seus súditos.

Quem será que sairá vitorioso dessa guerra divina entre Poseidon e Atena? E Zeus irá se unir a deusa? Quem ajudará o deus dos mares nessa batalha contra os dois? Aguardem os próximos capítulos.

Poseidon - O Grande Segredo do MarOnde histórias criam vida. Descubra agora