O Sonho

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Poseidon estava majestosamente deitado em sua cama divina e real, de olhos fechados e sonhando um pouco sobre tudo que estava acontecendo em sua vida imortal

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Poseidon estava majestosamente deitado em sua cama divina e real, de olhos fechados e sonhando um pouco sobre tudo que estava acontecendo em sua vida imortal. Deuses não eram obrigados a dormir, a energia que eles recebiam de tantas e tantas adorações já supria suas vontades e por isso eles não precisavam de descanso. O poder dos olimpianos era praticamente ilimitado, tirando o fato de que às vezes eles pudessem se machucar e precisar recompor centros energéticos. Porém, o deus dos mares estava ansioso e um pouco nervoso, principalmente com sua sobrinha Atena. Ela o deixava em fúria facilmente, fazia trovões e raios ecoarem em volta dele em sinal de ira. Não era fácil lidar com a garota mimada de Zeus, e disso ele sabia muito bem. O tempo em Atlântida passava de maneira razoavelmente rápida, mas ele não sentia isso enquanto estava dormindo, seu sono era pesado. O deus estava enrolado em alguns lençóis da mais pura seda, eram brancos com bordas douradas, o maior luxo. Ele dormia tranquilamente e com muito conforto. Sua intenção era perder um pouco do estresse antes de se encontrar com os outros deuses no Olimpo. Seus pensamentos estavam um pouco pesados para sua mente divina. No próximo dia, ele sabia que Zeus iria encher seu ouvido falando sobre seu reino e perguntando sobre os acontecimentos em Atlântida.

Lá fora, um pouco ao norte do reino submarino, estava um grupo de ninfas e tritões cuidando dos peixes e conversando. Uma delas, com os cabelos em tom forte ruivo, estava sentada em uma rocha e balançava para lá e para cá sua longa cauda azul. Ela ria, sorria e sussurrava no ouvido das amigas ali também presentes. Um dos tritões, que alimentava golfinhos, chegou perto e flertou de leve com essa ninfa, mas ela o rejeitou de forma firme.

— Mas por que não?! Você é tão linda, sou um homem forte e posso protegê-la, ajudá-la com os afazeres do reino. — ele indagou, surpreso.

— Não, me desculpe. Eu não desejo namorar nem me casar com um homem. Quero ser uma menina livre, andar e passear com minhas amigas, me divertir. Caso eu me case, terei que assumir um papel mais sério diante de nosso senhor Poseidon, isso não é para mim.

— O-ora — ele corou um pouco, ao ouvir ela dizer em "casar". — mas não seria isso um problema! Tenho certeza de que nosso deus nos abençoará e seremos uma família muito feliz junta!

— M-mas eu não quero... Eu já disse que recuso, me desculpe. — a ninfa disse, insistindo.

— Então está certo, mas eu não desistirei de si, tenho certeza que um dia me aceitará! — ele disse, beijando a mão da jovem ninfa que ainda estava envergonhada, mas não mudou de ideia sobre isso.

Os outros tritões que estavam ao lado riram um pouco, eles achavam fofo e engraçado a forma como ambos conversaram. As amigas da sereia sussurraram coisas em seu ouvido e ela arregalou os olhos e balançou várias vezes a cabeça.

— Amiga, amiga! Não seja tímida, ele é lindo! Podem se dar bem, morar em um templo aqui perto e terem até filhos! Não perca essa chance! — uma ninfa loira falou, perto dela.

— É verdade — outra disse. — ele parecia tão determinado a ter você, parecia tão animado e feliz. Não o rejeite assim, não ligue!

E ela ria, mas não queria obedecer o que as amigas diziam ali. Queria permanecer solteira e apenas se divertir com elas. Ela era teimosa e não mudaria de ideia por nenhum homem.

A noite estava passando no reino de Poseidon, debaixo do mar. Ele estava sorrindo enquanto dormia, abraçava os travesseiros de seda e se aconchegava nos colchões. Em seus sonhos, uma criança havia acabado de nascer. Ele não sabia de que mulher ele havia tido essa criança, mas ela era linda. Pequenininha, com olhos do mais puro verde e azul, o cabelo ralinho loiro em tom dourado. Ela chorava muito, ele a pegou nos braços enquanto uma lágrima sutilmente rolava seu rosto do olho direito. Beijava ela na testa, fazia carinho em seu rosto. Era incrível ser um pai, era incrível ser alguém completo.

— Não acredito, ela finalmente nasceu! Minha pequena filha, minha criancinha! Eu sou um papai!

E ele comemorava, as festas de Atlântida faziam o chão tremer e fogos de artifício eram soltos no fundo do mar. Todos os dias, Poseidon colocava sua filhinha em seu colo no trono divino e real. Era o seu lugar, o colo do papai.

— Eu te amo, minha querida, você é a coisa mais preciosa que o papai tem!

Fileiras e fileiras de súditos enchiam o salão principal do templo, deixavam peixes nobres e finos, bebidas e carnes suculentas como adoração para ambos absorverem juntos. O deus mandava em voz alta todos irem embora, ele queria apenas ficar com sua pequena criança. Era mágico, tudo estava tão belo com sua linda cria nos seus braços amorosos. Era um sonho realizado, era a jóia marinha de Poseidon.

De repente ele acordou, estava amanhecendo na terra seca. Ele chamou por sua filha recém-nascida.

— Minha criança! Onde está você? O papai quer te ver! Eu te amo, meu amor! Vem aqui comigo, vem!

Alguns minutos se passaram, o deus estava um pouco zonzo ainda de sono, mas continuou a chamar por ela incessantemente.

— Filha? Filha! Onde você está? O papai está te chamando, vem aqui me abraçar e me encher de beijos! Eu te amo!

Nada. De repente, após uns 10 minutos chamando por sua filha, o deus abriu melhor os olhos e acordou por completo.

— M-mas o que... M-minha f-filha...? Não!

Seu semblante tornou-se sério, ele começou a chorar e se apercebeu de que não havia filha nenhuma. Ele ainda não tinha concebido uma criança. Era uma sensação horrível, um vazio horroroso por dentro. Seu peito doía, sua garganta falhava ao falar. De repente ele gritou em desespero, chorou muito.

— Eu quero a minha filha, eu quero a minha filhinha! Onde ela está?!

Mesmo ainda não tendo uma cria, Poseidon estava desesperado. Apenas queria um serzinho para dar seu calor paterno e carinho gostoso. Então ele derrubou um pilar do templo. Era isso que faltava em seu coração, uma filha! Não podia ser outra coisa. Seu sangue estava repleto de ódio e uma vontade de esmagar pedras e crias tsunamis. Ele correu para o salão do trono, tremendo de nervoso. Empunhou seu tridente com força a majestade e criou o primeiro terremoto. A terra tremeu forte, os humanos se assustaram. Poseidon estava destrutivo e furioso, e iria derrubar toda a sua ira no planeta. Alguns minutos depois pôde se ouvir milhares de pessoas se afogando e o som das águas tragando os templos de outros deuses.

Após criar 200 terremotos que ocasionaram em 200 tsunamis, Poseidon, ainda furioso, se dirigiu ao Olimpo. Os deuses não costumavam usar tanto o teletransporte porque era uma maneira muito rápida de chegar aos lugares, mas ele o usou. Em um segundo chegou ao Olimpo em ira e foi direto para cima de Atena.

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Poseidon - O Grande Segredo do MarOnde histórias criam vida. Descubra agora