Depois de um longo tempo deitado em sua cama e pensando em como iriam acontecer as coisas daqui para frente, Poseidon resolveu sair um pouco de seus aposentos. Se arrumou com uma longa túnica branca, azul e dourada, dois braceletes de ouro e uma capa também branca que arrastava a medida que o deus caminhava por seu palácio. Seu grande tridente era segurado firme em sua mão direita. Ele decidiu passear um pouco com sua carruagem no fundo do mar, a fim de encontrar súditos e se distrair um pouco.
— Tritões! Rápido, preciso que tragam minha carruagem dourada. — ele disse, com imponência.
— Sim, senhor!
E, com prontidão, eles soaram os búzios que emitiram um som alto, era característico. Logo, o veículo apareceu e Poseidon pôs-se sentado lá. Enquanto seu templo principal de Atlântida ficava sem sua presença divina, ele o protegia para ninguém entrar lá. Com uma grande força, ele conduziu a carruagem para o oceano Atlântico norte, onde residiam muitas ninfas e alguns seres marinhos diferentes. No caminho, muitos homens-peixe o reverenciaram com devoção, ele sorria e agradecia a todos. Também encontrou muitas lulas e baleias, as quais falaram com ele telepaticamente. O azul das águas e as correntes marítimas eram algo que agradava ao deus, pois era a sua casa tão querida.
— Amo muito esse lugar, é e sempre será a minha morada. — disse ele, feliz.
De repente, uma ninfa de cauda azul pareceu diante dele, com longos e lisos cabelos ruivos.
— Meu senhor Poseidon, como vai? — ela se curvou.
— Olá, Anfinome, estou bem.
— O que faz aqui nesse oceano tão longe do centro de Atlântida? — a nereida perguntou.
— Estou um pouco sem ideias, preciso de um lugar para pensar.
Ela riu baixinho, as ninfas tanto de água doce quanto salgada eram muito graciosas e delicadas. Sempre dançando e se divertindo, até se cansarem.
— Bem, então, vou indo. Preciso chegar a um local onde se concentram corais para encontrar algumas sereias e talvez, tritões também. — ele completou.
Ela agradeceu pela conversa e se despediu, nadando ao longe. Poseidon continuou sua busca pelos corais e por súditos.
— Tudo anda calmo, Zeus ainda não me chamou para ir ao Olimpo. Mesmo assim, daqui alguns dias deverei ir até lá. Não posso demorar muito para visitar minha família divina, senão meu trono na casa do rei dos deuses ficará vazio, isso não é bom. Preciso cumprir com todas as minhas responsabilidades. — ele pensou em sua mente.
Com a velocidade com que os hipocampos corriam, a grande e longa barba branca do rei balançava um pouco. Seus olhos enrugados e da cor verde-mar olhavam sempre a sua frente, vendo algas, areia e muitos peixes. Quando chegou a um aglomerado de corais, ele saiu de sua carruagem e decidiu olhar em volta, tentando achar alguém que pudesse falar com ele. Um grupo de tritões muito jovens o encontrou e o reverenciou, como todos faziam.
— S-Senhor Poseidon, como é bom vê-lo aqui!
— Sim, meus jovens. Espero que estejam bem. — o deus respondeu.
— Sim, senhor. Há quanto tempo não o vemos. A cidade central tem estado muito cheia e estamos muito atarefados nos últimos séculos.
— Entendo. Espero não estar tomando de seu tempo, tritões. — ele disse, em dúvida.
— Não, não está! Não se preocupe, vossa majestade. Obrigado novamente por conversar conosco. — um deles respondeu.
Poseidon perguntou como estavam as coisas, e também quis saber se eles haviam visitado a superfície pelo menos nos últimos anos. Eles responderam que tentaram ir até a Grécia, mas em pouco tempo, os humanos de lá os perceberam como homens-peixe e chamaram Atena, que os expulsou de lá instantaneamente. Depois disso, eles não tentaram mais ir para lá.
— Maldita deusa! Como pode expulsar meus súditos... Que insolente! — o deus disse, com raiva.
— Senhor, não se preocupe... Nós estávamos em uma missão lá, todos disfarçados. Ela não gosta de nós, o povo do mar. — outro disse, com um pouco de tristeza no rosto.
— Mas eu irei resolver isso agora! Fiquem aqui e ouçam, falarei com a deusa da guerra e não serei educado! — Poseidon falou, de forma bruta.
Ele começou então uma ligação telepática com Atena, que estava em um de seus templos no Olimpo. Ela demorou um pouco para perceber que era seu inimigo. Pôde se ouvir uma risada alta e feminina. Era ela, rindo da cara de Poseidon.
— Como ousou expulsar meus tritões, Atena?! Vai pagar por isso! — ele começou, falando para ela.
— Ora ora, deus do mar. Você sempre rivalizou comigo, nunca esteve do meu lado em nenhuma reunião familiar. Queria que eu deixasse o seu povo imundo invadir a minha cidade? — Atena se mostrou em deboche.
— Olha como fala! Mesmo sendo uma deusa, não pode desprezar assim meus cidadãos, sua cretina! — Poseidon parecia furioso.
Então, os tritões se assustaram e ficaram em silêncio. O deus continuou a praguejar.
— Você, com sua audácia infinita, sempre falando mal de mim e de meu reino! Pois quando for ao Olimpo, irei lhe mostrar a ira de um dos Três Grandes!
Ela ficou séria de repente.
— Mas é muito ousado, não pense que não contarei ao meu pai Zeus! — ela o ameaçou.
— Pois que conte, eu direi a ele que tem expulsado meus homens de sua maldita cidade grega!
— E esse tremor de terra que você fez ontem?! Matou milhares de meus humanos, saiba que Zeus o punirá por isso também! — ela fez outra ameaça.
Poseidon, irado e sem paciência, cortou a ligação telepática. A deusa ficou com bronca, mas não disse mais nada e nem tentou se comunicar novamente com ele. No mar, o rei desabafou um pouco para os tritões que permaneciam lá, imóveis.
— Tritões, me desculpem a raiva. Eu estou contra ela há muitos milênios, Zeus sempre a protegeu, por isso não pude puni-la como devo, mas ela bem que merecia.
— Zeus... Sempre se fazendo de pai para os outros olimpianos. Ainda terei uma guerra com ele, se um dia ele deixar Atena muito abusada contra mim. Podemos ter o mesmo poder em equivalência, mas minha devida ira pode acabar com seu maldito reino dos céus. Prometo que não deixarei nem ele, nem Atena escaparem. — Poseidon pensou, em seu íntimo.
Os homens-peixe ficaram sem graça, não sabiam o que dizer, então eles concordaram e se despediram do deus, que ainda parecia estar um pouco bravo. Ele então decidiu voltar para Atlântida, daqui alguns dias sua visita seria feita no Olimpo. Até lá, ele deveria manter a calma e não discutir mais com Atena.
Até o próximo capítulo!
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Poseidon - O Grande Segredo do Mar
FantasyPor muitas e muitas eras o mar foi uma fonte de grande conhecimento e beleza, enormes eram suas ondas, muito esplendorosas. Um brilho dourado formava o metal forte do tridente de Poseidon. Peixes e sereias nadavam nas águas fundas e cristalinas do m...