Um Oceano de Amor

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Como todos os deuses convidados estavam presentes, os portões do salão foram fechados e a reunião começou. Zeus se pôs de pé e começou a discursar diante de todos ali:

— Filhos meus, ou parentes Olimpianos. Espero que estejam bem, agora irei falar um pouco sobre as últimas atitudes de Poseidon, que andaram prejudicando e deixando minha filha Atena muito triste.

— Obrigada, pai. — ela disse, em um tom feliz.

— Bem, começando... O deus dos mares sempre foi impetuoso, raivoso, não suportava quando não concordavam com ele, queria sempre ser obedecido por todos. Mas agora ele está fazendo coisas graves e destruindo territórios de minha filha Atena. Isso é algo péssimo, precisamos pensar no que podemos fazer para isso não voltar a se repetir.

— É verdade — Deméter disse. — percebi como ele ficou furioso em nossa última reunião e como foi para cima de Atena. Ele parecia estar explodindo em ira e descontou tudo nela, o que fez um escândalo no encontro de nós, divindades.

— Zeus — Hermes disse — por que não reunimos todos os Olimpianos e ficamos contra ele? Isso poderia intimidá-lo e fazê-lo parar de provocar tanto Atena.

— Sim, Hermes, tem razão. Porém acho que devemos manter a calma. Apesar de Poseidon ser desse jeito, ele ainda faz parte do Conselho dos Deuses e devemos ir aos poucos. — o deus dos céus disse.

Atena estava em silêncio, mas sentia vontade de chorar enquanto se lembrava da maneira como Poseidon apertou forte o seu pescoço. Era horrível relembrar aquela sensação, aquela fúria do deus dos mares.

— Alguém mais tem algo a dizer? — Zeus perguntou, dirigindo-se a todos.

— Meu pai. — Ártemis disse — por que não tentamos dar um desconto à meu tio? Atena e ele sempre tiveram brigas, mas penso que nenhum dos dois tem culpa, suas personalidades e cultura são algo muito diferente entre si, o que os faz se odiarem. Poseidon é muito impetuoso, masculino, tem a inconstância do mar. Atena é feminina, estudiosa e pensa em guerra estratégica. Por que não deixamos Poseidon um pouco em paz. Afinal, ele tem seus defeitos e Atena também!

Atena ficou irritada com a fala de sua irmã Ártemis. Ambas sempre se deram muito bem, mas a deusa não concordava nem um pouco com as palavras de sua irmã mais nova. Então ela ia começar a ir contra ela, mas Zeus interviu.

— Deusa da sabedoria, acalme-se. Não podemos brigar no meio da reunião. Esta é a opinião de Ártemis, ela pensa assim. Então deixe-a, não discutam entre si.

Ambas se entreolharam, Atena estava um pouco tensa mas tentou deixar isso. Ártemis parecia ser a única que queria dar uma trégua nas brigas entre ambos os deuses.

Enquanto isso, no fundo do mar, Poseidon escutava uma melodia tranquila e doce tocada por ninfas e tritões. Havia harpas que eram manuseadas com habilidade artística e a voz feminina das nereidas agradavam ao deus e ecoavam por todo o salão submarino. Aquela era a canção dos mares, o som mais delicado e melodioso que alguém podia escutar.

O deus dos mares não tinha ideia da reunião que estava sendo feita naquele exato momento por causa de si, senão ele ficaria furioso e descontrolado. Mas Zeus não o deixaria saber de nada. Poseidon empunhava seu tridente e sorria muito, mostrando seus grandes dentes brancos e mexendo em sua volumosa barba branca.

— Minhas ninfas e tritões, continuem tocando seus intrumentos, quero cantar um pouco para minha filha que está para chegar.

Um Oceano de Amor - Canção de Poseidon.

"Ah, como o nobre olhar em seu rosto me diz, os seus belos passos me mostram. Sua aura doce e encantadora me faz feliz, eu amo a si, ah, como eu amo a si!

Você é a minha joia, o meu amor, meu coração a quer proteger. Como a espuma das ondas e a água é bela, mas não são como você. Você é a energia do meu carinho, a razão da minha vontade, o amor do meu ser.

É a coisa mais linda, a flor do jardim, a lua do céu e as estrelas do universo. Como a quero, mais que tudo, em meus braços a adormecer, tranquilamente, adormecer. Eu te amo, filha."

Anfitrite, que estava no local, se emocionou, achou lindas as palavras do rei dos mares. Ela, que carregava o feto que seria a futura criança de Poseidon, se sentiu muito honrada e feliz. Todos o aplaudiram e fizeram festa. O deus dos mares chamou Anfitrite com um gesto gentil e a fez aparecer e mostrar sua barriga para todos que estavam ali. Ele se abaixou, e sorrindo, com lágrimas nos olhos, beijou suave e levemente a barriga dela. Ainda não era um pai, mas sentia-se um. Sentia-se o deus mais feliz e sortudo, o homem mais orgulhoso de todos os sete-mares.

Todos cantavam alegremente para a cria de Poseidon. Todos a aguardavam ansiosamente. Todos estavam alegres, festejando, dançando e cantando. No final da festa, Poseidon fechou os portões do templo de Atlântida e se deitou sozinho em sua enorme cama. Ele adorava sentir como se já estivesse com ela, como se já pudesse pegar em suas mãozinhas e abraçar com seus enormes braços seu pequeno corpinho protegido.

Lá de cima, a reunião de Atena também estava terminando. A maioria dos deuses ali presentes concordavam em punir Poseidon por provocar Atena e tê-la ameaçado tantas e tantas vezes. Zeus também queria fazer isso, mas precisava de tempo. Atena sentia a aura irradiante de seu tio, o quão alegre e realizado ele estava, e ela sabia que isso duraria por muito tempo. Então, ela berrou, do Olimpo, elevou a voz alto e foi embora da reunião com birra. Zeus, como estava cansado de a ver irritada, a deixou ir embora sem ir atrás.

Nos mares, tudo estava bem e tranquilo, Poseidon adormeceu em seus lençóis da mais pura seda e sorria muito enquanto sonhava. A noite estava cheia de estrelas no céu, acima dos oceanos. As águas permaneciam calmas e cheias de amor.

Espero que tenham gostado de mais esse capítulo, até a próxima! Abraços da autora Cibelle.

Poseidon - O Grande Segredo do MarOnde histórias criam vida. Descubra agora