Atena estremeceu, era algo muito radical que Zeus queria fazer, até porque ela também era uma deusa e precisava da adoração humana para conseguir poder.
— Mas Zeus, meu senhor, por que destruir os humanos? Podemos acabar com Poseidon o tirando do Olimpo, enfraquecendo seus poderes, mas por que afogar os humanos? — ela disse, um pouco receosa.
— Atena, Poseidon quer dar conhecimento divino que apenas os deuses tem acesso aos humanos, além disso ele quer ser conhecido no planeta como um deus bondoso e bom governante. Podemos acabar com as duas coisas ao mesmo tempo, você não vai querer que os humanos sejam livres dos deuses e se tornem um de nós, ascendendo ao Olimpo ou talvez até se rebelando e se negando a nos adorar. Eu quero destruir Poseidon e a humanidade que ele ajudou a criar com essa catástrofe, e nós poderemos talvez criar uma outra raça menos inteligente que nos obedeça e não tenha nenhuma chance de evoluir como os humanos podem.
— Mas meu senhor, eu apesar de não querer que os humanos se tornem deuses, gosto de alguns e preciso deles. Por favor, vamos tentar outra coisa!
— NÃO, já está decidido, não tente salvar os humanos que Poseidon quer para si, Atena! Iremos destruir junto com a terra, a famosa e poderosa cidade de Atlântida que o deus dos mares tanto ama.
Atena assentiu com cuidado em seus olhos, ela estava com medo do que poderia acontecer caso a humanidade se extinguisse tão rapidamente, mas ela tinha admiração por Zeus e queria acreditar que o que ele estava planejando era o certo a se fazer. Então a deusa foi para seu templo que se localizava no Olimpo, muito pensativa e receosa, mas confiando em seu pai.
Poseidon não tinha ideia do plano maldoso que seu irmão estava prestes a começar contra si e contra a humanidade. Ele estava apenas concentrado em ser conhecido pelos humanos e em poder se tornar um pai em breve, mas essa catástrofe poderia arruinar todo o seu império por muito tempo.
Zeus estava de olhos fechados em seu trono, sem um traço sequer de arrependimento de planejar algo tão cruel e maligno para com os humanos. Nem mesmo Atena conhecia a verdadeira personalidade de seu pai. Um deus frio, que não tinha interesse nenhum em ajudar a criação de Prometeu, apenas queria se aproveitar da adoração que os humanos tinham para com os deuses e conseguir cada vez mais poder se fazendo de um líder justo e bondoso. Ele gerou muitos filhos divinos e semi-divinos com o intuito de conseguir dominar a Grécia e outras partes do planeta, mas não amava a nenhum deles, nem mesmo Atena que era a filha com quem o deus se dava melhor.
Enquanto tudo isso acontecia, Poseidon estava pensando em como seria lindo poder ter uma herdeira. Ele, ao contrário de seu irmão, não era manipulador e sem coração a ponto de não amar a sua querida filha que iria vir em breve para si. O deus dos mares era um tanto violento e descontrolado às vezes, mas era capaz de amar e cuidar das pessoas que amava, principalmente dela. Ele imaginava-se sentado em seu trono e com sua criança doce no colo, com cerca de dois aninhos na idade terrena. Ela, sorrindo e se mexendo tipicamente como um bebezinho, e ele com seu tridente empunhado e dando ordens aos súditos, abraçando sua amada cria com o outro braço.
Anfitrite comia algumas frutas e descansava em uma rocha lisa com seu grande rabo de peixe verde cintilante. Ela estava um pouco exaurida porque estava doando muito de sua energia vital de nereida para a criança em seu ventre, mas a deusa estava feliz em saber que iria gerar uma vida em alguns meses.
Atena tirou um tempo para dormir em uma cama de seu templo. Ela estava pensando muito no que iria acontecer em breve. Ela sentia um mix de sentimentos: por um lado, queria destruir Poseidon e tirar o poder que ele tinha sobre o Olimpo e sobre os humanos, queria humilhá-lo e torná-lo um ser fraco e sem nenhum tipo de opção. Por outro lado, a deusa não queria matar a todos os humanos. Um de seus mortais favoritos, além de seus sacerdotes, era Odisseu. O homem astuto e admirador de Atena, ele venceu todas as dificuldades na Guerra de Tróia graças à ela e ele também insultou e venceu a ira de Poseidon, depois de atacar um dos "filhos" do deus dos mares. Polifemo era um gigante que foi criado por Poseidon, mas não era exatamente um filho de sangue, era uma espécie de criação à partir de experiências que o deus pôde fazer.
Anfitrite sentiu a energia da criança de Poseidon dentro de si, apesar de ainda não ter nascido, ela estava expressando uma espécie de felicidade. Ela sentia o quanto seu futuro pai a amava e o quanto Anfitrite estava cuidando dela e a gerando e isso fazia bem ao feto.
As coisas estão acontecendo, Atena e Zeus querem destruir Poseidon, enquanto o deus dos mares quer conquistar a adoração humana e ser um bom pai e governante. Muitos mistérios e segredos estão começando a se revelar, mas será que Poseidon perderá tudo no dilúvio que está para acontecer? Acompanhem os próximos capítulos e descubram, meus queridos leitores!
Nota:
No meu livro, todos os filhos de Poseidon que vieram antes da criança de Anfitrite, foram uma espécie de experiência que ele fez e conseguiu criá-los, não foram filhos de sangue que ele simplesmente teve por relações sexuais. Ele até então não era um pai "físico" para eles, era um deus e líder, mas não tinha um filho de sangue ainda. A partir do nascimento dela, Poseidon, terá uma herdeira e irá sentir um sentimento muito diferente do que ele sentia por suas outras "criações".
Algumas das criações de Poseidon, na mitologia, são:
Polifemo, Teseu, Kymopoleia, Tritão (com anfitrite), Pégaso, Árion, Despina, Otos e Ephialtes, Belerofonte, Crisaor, Agenor e Asopo.
Todos eles, em meu livro, foram criações que Poseidon fez com a ajuda de humanas e de deusas, mas não seriam filhos físicos de sangue como a criança que está por vir.
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Poseidon - O Grande Segredo do Mar
FantasyPor muitas e muitas eras o mar foi uma fonte de grande conhecimento e beleza, enormes eram suas ondas, muito esplendorosas. Um brilho dourado formava o metal forte do tridente de Poseidon. Peixes e sereias nadavam nas águas fundas e cristalinas do m...