Capítulo Quarenta e Quatro - Turvo

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     A vocês que estão sempre comigo, meu muito obrigada e que o Natal de vocês seja cheio de alegria. FELIZ NATAL!




     Belinda respirou fundo e olhou para o horizonte. Sua mente funcionava rapidamente como de costume, mas seus sentimentos não conseguiam atingi-la, como se fossem distantes e ilusórios, dando a impressão de que quanto mais esticava a mão para alcançá-los, mais longe ficavam. O que a fez suspirar pela milésima vez durante aquelas curtas horas.

     A garota não esperava estar em uma situação como a que se encontrava. Há pouco mais de uma hora deixara a mansão Malfoy para buscar respostas e acabou com um corpo estirado a sua frente, sem conseguir sentir nada ao encará-lo.

ALGUNS MINUTOS ANTES

     O último lugar do mundo ao qual Belinda desejava estar era ali, no entanto sabia o que necessitava fazer para alcançar o que ansiava. A garota suspirou e enfiou as mãos nos bolsos da jaqueta, aguardando atenderem a porta, sempre soubera que era ali que encontraria o que buscava, mas nunca teve a vontade e coragem necessárias para chegar àquele local, não até alguns minutos atrás. Precisava obter a resposta que explicaria todo o início de caos em sua vida. Necessitava desesperadamente compreender tudo e isso não deixava sua mente desde que ouvira os Lestrange e Bellatrix conversando sobre sua real paternidade, não por quem era seu pai biológico, sim pelo que e quem era envolvido por isso.

     Lestrange respirou fundo, sabia que para alcançar suas respostas precisava enfrentar uma parte significativa e uma das causas de todo o sofrimento daqueles últimos anos. E que isso a obrigaria a repensar todo seu passado.

     A porta se abriu e revelou os olhos castanhos que a deixavam nauseada desde que aprendera o que era o ódio. Talvez, pensando bem, fora aquela mulher a lhe ensinar tal sentimento, antes mesmo de Mark ou qualquer outro ser.

-Belinda Lestrange. –A mulher falou, dando um sorriso debochado e a encarando de cima.

-Madalena Turner. –Bell devolveu no mesmo tom. –Não irá me convidar a entrar? –Desafiou e Madalena riu.

-Eu acho que não.

     Belinda sorriu de canto e empurrou a porta com força, fazendo Madalena cambalear e dando espaço para a garota passar como se nada tivesse acontecido, deixando a outra furiosa.

-Que bom que a casa é minha e eu entro se quiser. –Bell confrontou de modo arrogante, fazendo Madalena recordar o quanto a achava insuportável desde sempre.

-Essa casa não é sua. – Afrontou.

-O nome na escritura, na época em que você passou a morar aqui, dizia "Mary Jones Black". –Se dirigiu ao sofá, odiando o cheiro de magnólias que impregnava suas narinas.

     Ah, sim. Magnólias eram lindas em sua visão, mas o odor a fazia recordar Madalena, o que consequentemente a enjoava e irritava, por isso não costumava ter a flor por perto. Turner havia lhe tirado muita coisa, inclusive o prazer de apreciar as magnólias e sentir seu aroma.

-Mas sua adorada madrinha já morreu, por tanto...

-Exatamente por isso. –Belinda a encarou. –Tudo o que pertencia a Mary ficou em meu nome, então se sinta grata pela minha boa vontade de deixá-la morar em minha propriedade por tantos anos, em troca não pedirei muito. –Sorriu. –Contudo, aconselho a sentar e conversar comigo. Até porque você não tem onde cair morta e Mark não lhe dará mais nada, já que morreu também. –Sorriu mais uma vez. –Então, se eu fosse você, me sentaria e daria as respostas que busco, porque minha paciência não é das melhores e quando se trata de você, fica pior ainda.

A Filha das Trevas - Pacto de Sangue (Livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora