Capítulo Trinta e Um - Situação Perigosa

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     PEGA PORRA, MEU PROJETO FOI QUALIFICADO!

     Desculpem o palavreado, mas fazia algum tempo que não me sentia tão leve. Esse projeto sugou até minha alma e ter a certeza que estou no caminho de me formar com um trabalho de assunto tão denso e que eu temia não dar conta nem de começar, contudo ver finalmente ganhando vida e alcançando a banca para qualificá-lo como viável para ser finalizado, é como tirar um peso enorme dos meus ombros.

     Sem falar que passei direto! Então semestre que vem é o último do meu curso e depois estarei formada! Por tanto, para comemorar essa minha vitória, eu não podia não vir aqui contar a vocês e deixar um capítulo, porque finalmente posso escrever de novo. Escutei um viva?


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     Janeiro. Fevereiro. Março.

     Os dias passavam com uma tranquilidade assustadora, era como se não houvesse uma caçada promovida pelos Comensais da Morte, tudo dentro dos limites da casa de Sydney era pacato, menos quando os dois decidiam treinar no pequeno salão de duelos que criaram no primeiro andar da casa. Mas ainda assim havia uma certa calmaria naqueles momentos compartilhados entre eles, talvez fosse alguns dos instantes que mais se entendiam. Fosse através da violência ou dos sorrisos desafiadores que lançavam e incitavam o outro a continuar, apesar do cansaço.

-Chega! –Ela mandou, se jogando no chão e fazendo o outro rir.

-Desistindo tão fácil assim? –Debochou, mas também sentou no chão.

-A gente tá treinando há horas e eu tô com fome! –Alertou. –Meu problema não é cansaço, Castelli. Meu problema é fome!

     Dorian riu, secando o rosto na própria camisa.

-É claro que é.

     E Dorian sabia que ela falava a verdade, afinal Belinda comia por três pessoas com facilidade e eles só haviam tomado café as 9 horas da manhã naquele dia e já passava das 15 horas.

-Eu preciso de comida. Estou fraca. –Choramingou, se deitando no chão dramaticamente. –Não consigo me mexer!

     Dorian não sabia bem quando eles ficaram tão próximos, mas desde o final de dezembro para início de janeiro as coisas haviam progredido muito naquele relacionamento, ao contrário dos primeiros meses de Belinda na casa, na qual ela mal deixava o quarto e quase não se viam. Agora eles buscavam a companhia do outro, fosse pra comer, conversar ou mesmo para uma presença silenciosa quando a pressão de suas mentes os sufocava. Eles só haviam chegado a um ponto da relação que a presença fazia bem. Uma amizade gentil e pronta para ajudar no que fosse possível, sem falar da diversão e risadas fáceis que um arrancava do outro.

-Eu não tô afim de cozinhar. –Ele esclareceu.

-Mas eu tô com fome! –Ela sentou novamente, ficando de pernas cruzadas e o encarando fixamente.

-Vai ficar rabugenta?

 -Você sabe bem que a fome me transforma. –Dorian riu, relembrando do dia em que ela mal falou porque ele se recusou a cozinhar e não tinha comida pronta, a deixando mal humorada até o momento em que a presenteou com comida de um restaurante italiano.

-Tudo bem. Tudo bem. –Ele riu. –Vai tomar banho e vamos comer em algum lugar. Quando tu fica com fome, se torna uma pessoa realmente insuportável e olha que és naturalmente irritante.

-Acho que vou até me declarar pra ti. –Brincou ao se erguer.

-Só porque eu vou te alimentar, mas nem assim eu acredito. –Ele zombou, enquanto caminhavam para seus quartos.

A Filha das Trevas - Pacto de Sangue (Livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora