A Filha das Trevas - Pacto de Sangue (Livro 3)

Capítulo Dez - Azarações

                Esse capítulo tem dois momentos, começando a mostrar como as coisas vão se desenrolar a partir de agora. Espero que aproveitem.

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                Belinda observou Corina andar de um lado ao outro, analisando as transmutações que seus alunos haviam conseguido fazer, obviamente Belinda fingira falhar nas duas últimas aulas, contudo naquele dia podia se dar a satisfação de finalmente apresentar o, anteriormente simples cálice de latão, em um perfeito cálice de ouro, tão puro que reluzia sua imagem nele. Fora um bom trabalho e ela sabia disso, quase perfeito, se não fosse por uma única pequena falha que permitira ter no fundo do objeto, um único risco que só seria notado por olhos extremamente treinados. A menina necessitou de todo seu autocontrole quando Corina parou ao seu lado e analisou seu trabalho.

-Muito bem, senhorita Lestrange. –Parabenizou. –Isso poderia facilmente passar como um objeto autêntico, se não fosse pelo pequeno risco de latão no fundo. –Indicou.

-Frustrante. –Belinda resmungou.

                Corina deu um sorriso de canto, algo que não chegava aos olhos.

-Você só precisa de um pouco mais de prática. –Ela comentou como quem não quer nada. –Caso deseje, posso ser sua tutora. –Ofereceu e Bell congelou. –Estou com um pequeno grupo dos melhores alunos da classe e você se adequa aos requisitos.

-Mesmo tendo falhado duas vezes para obter sucesso nisso? –Ela arqueou a sobrancelha, demonstrando frustração.

                Dorian havia dito que Corina iria se aproximar em algum momento e ele mesmo dissera estranhar que ainda não houvesse ocorrido.

-Ter êxito de primeira não é ser, sempre, um dos melhores. –Ela alertou. –Algumas vezes necessitamos errar para aprimorar nossos conhecimentos.

                Belinda poderia temer a mulher, contudo admitia que ela era uma excelente professora.

-Será um prazer, sendo assim, professora Wild.

                Belinda sentou junto à Draco assim que terminou sua conversa com Corina, o rapaz lhe deu um sorriso forçado, o que a fez suspirar e apoiar a cabeça em seu ombro, fazendo o próprio loiro suspirar cansado.

-Não precisa fingir comigo. –Ela sussurrou. –E não precisa falar também.

                Draco agradeceu silenciosamente e ficou rabiscando algo em uma folha. Belinda sabia que ele era o melhor aluno da turma e gostava de saber que ele realmente apreciava a aula, uma das poucas a qual ele ainda dava toda atenção.

-Para a próxima aula quero um pergaminho sobre quais os limites da alquimia. –Corina pediu, assim que a aula chegou ao fim. –Antes de sair, quem pode me dizer um desses limites?

-Tentar trazer pessoas de volta à vida. –Belinda comentou automaticamente, recordando de um livro que Dorian tinha na casa do Vale Jiuzhaigou e ela lera na temporada que conviveu lá.

                Belinda pareceu ouvir um estalo no fundo de sua mente.

                Oliver Castelli.

                Alquimia.

                Tudo parecia ter um novo ângulo, o que a fez engolir a seco e se erguer junto a Draco, que pareceu notar haver algo errado e a arrastou para longe da sala e de todos os alunos, seguindo pelo caminho mais longo para a aula de Duelos.