Uma perfeita obra de arte

Quer conhecer minha cama?

Natalie

-Sim, é ele.

-Por que ele tá aqui?

Me pergunta olhando para o outro lado como se fizesse questão de não olhar para Rick.

-Porque ele e Ari estão meio que começando a sair e ela o convidou.

-Então ele veio por causa dela?

Fala me olhando sério.

-Sim, a gente até anda mais próximo agora, mas por mim eu não teria convidado.

-Mais próximo como?

-Ah, Mike... deixa pra lá esse assunto, a gente tava se divertindo aqui. Esquece ele!

Tento mudar de assunto e torço pra que ele não resolva vir aqui falar com Michael. Afinal, Rick não faz ideia de que quando me beijou o Michael estava lá e viu, ele poderia muito bem vir até aqui como os outros fizeram. Mas pela graça de Deus Ari acabou de chama-lo e  estão conversando, deve ter se dado conta da situação.

-Não pode me falar?

Pergunta ainda se mostrando incomodado e respiro fundo.

-Acabamos conversando mais por causa da Ari, só isso, meu amor. Esquece o que aconteceu, por favor.

-Se você está dizendo...

-Sim, chega desse assunto, vem cá, me beija que já estou em abstinência!

Trago o rosto dele mais perto do meu e o beijo. O gosto do champanhe se mistura com o dele próprio e é quase impossível parar.

-Pronto, eles tão indo embora, viu? Nem vai ter que olhar pra cara dele mais, relaxa!

-Depois desse beijo, relaxado é que não estou...

-É um safado!

Michael

-Vamos sair daqui também? Quero poder ficar a sós com você e comemorar a noite de hoje!

-Se importa se eu fumar um cigarro antes?

-Claro que não... não sabia que você fumava.

-Não sempre, só de vez em quando, ajuda a relaxar.

Fala se levantando e pegando uma carteira de cigarro ao lado do seu celular. Acende o isqueiro e incendeia a ponta de um cigarro entre os lábios, fechando os olhos e tragando logo em seguida. A fumaça sai por uma pequena fresta em sua boca e ela me olha sentando na mesa.

-Já fumou?

-Já, muito tempo atrás, mas só experimentei e quase morri tossindo, nunca mais tive vontade.

Conto e ela ri, dizendo que é normal querer colocar o pulmão pra fora na primeira vez, mas que acostuma.

-Sabe, até os anos 70 tinha uma coisa de glamour envolvida com o cigarro, nos filmes os personagens viviam fumando, tinha até uma certa luxúria envolvida. Agora entendo o porquê. Comento a observando atento.

-Ah, é?

-É, você, por exemplo... é um tanto excitante essa cena, o cigarro sendo levado aos lábios que se abrem só o suficiente para ele tocar, enquanto isso os dedos ficam no ar esperando a hora certa de resgata-lo de sua boca, e aí vem a melhor parte, a fumaça assoprada com delicadeza, até com uma certa soberba, como se não fosse nada, sai livremente e despretensiosamente. E o prazer confessado pelo fechar dos olhos, tem algo sexy nisso tudo.

-Meu Deus! Você viu tudo isso agora?

-Culpa sua, você me faz ver o quanto é linda e sexy em qualquer coisa que faz!