Uma perfeita obra de arte

Me escuta, por favor!

Michael on

-Alyssa, deixa eu tentar esclarecer melhor. A gente não pode continuar o que tínhamos, eu estou com outra pessoa agora. Eu sinto muito se o que tivemos significou coisas diferentes para nós, eu realmente sinto. Quero que você seja muito feliz!

Digo me aproximando dela que está sentada na beirada da cama.

-Eu entendi o que você me disse, o problema é que não temos controle sobre o coração. E eu estou apaixonada por você, Michael. Não sei como parar de sentir isso.

Ela fala e começa a chorar, não acredito que criei essa situação. Mas desde o início sabíamos que não era nada demais, pelo menos eu achei que estivesse bem claro para nós dois.

-Oh, querida! Não chora, me dê um abraço!

Falo e ela se aproxima para me abraçar, não consigo ver ninguém chorando, ainda mais por isso. Não sei o que fazer, não quero ser rude com ela, tenho muito consideração por Alyssa, fomos boas companhias um para o outros durante os últimos meses.

-Eu realmente sinto muito, mas tenho que ser sincero com você. Estou apaixonado por outra mulher, o que eu e você tínhamos terminou, Alyssa.

Falo me afastando do abraço e olhando em seus olhos.

Eu mal termino de falar e ela levanta como um furação e sai pela porta. É claro que não era o que ela queria ouvir, mas precisava dizer com todas as letras, mais uma vez, para não ter nenhum tipo de mal entendido. Espero que entenda com o tempo e que aceite isso da melhor forma.

Bom, já que estou acordado e não vou conseguir dormir com tudo isso, pego o celular e ligo para Natalie para desejar um bom dia, mas chama até cair. Ela deve estar dormindo ainda, em LA é mais cedo do que aqui.

Deixo o celular na mesinha e entro no banho para me preparar para as visitas. Antes de sair do hotel tenho que resolver essa situação com Alyssa, não sei se ela vai seguir trabalhando para mim ou se vai preferir ir para outro lugar, mas de uma forma ou outra, preciso de alguém acompanhando minha agenda nessa viagem e está tudo nas mãos dela.

Natalie on

Entro no banho sem conseguir parar de chorar, como pude me deixar levar assim, entrar de cabeça numa coisa que tinha tudo para dar errado.
Por ser uma pessoa pública se tem a ilusão de que conhece a pessoa, mas na vida privada é outra história. Todas aquelas palavras de carinho, era tudo baboseira. Ele disse que estava se apaixonando, como teve coragem?
Essa viagem deve ter sido só para poder se encontrar com ela, que idiota eu fui ao achar que ele entenderia minha história e respeitaria meu tempo. Na primeira oportunidade já está lá se esbaldando em outra.

Desligo o chuveiro, me enrolo na toalha e vou até o espelho.

-Chega de chorar, Natalie! Ele não merece isso!

Digo para mim mesma no espelho, aquela ceninha bem clichê de comédia romântica barata, mas o desespero está tomando conta de mim. Até para os clichês estou recorrendo.

-Nat, vamos nos atrasar para a aula!

Ari bate na porta e fala alto.

-Já vou!

Respondo unindo todas as forças dentro de mim, pois eu só queria ficar quieta e passar o dia na cama sem olhar para ninguém.
Meu Deus, ainda tenho que ir na casa dele hoje dar aula a Paris! Bem feito para mim, quem mandou se envolver com o chefe!

Me visto correndo, penteio o cabelo e vou tomar café da manhã. Ari já está sentada comendo e me olha como se estivesse estampado no meu rosto o par de chifre.
E deve estar mesmo, pois basta que eu chore por 5 minutos para que meus olhos fiquem o dobro do tamanho.