Sim, Senhora!

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Quase duas horas depois

Michael

Fico impaciente dentro do apartamento, as crianças chegaram cansadas, tomaram um banho e nem quiseram comer, disseram que comeram na rua e foram logo deitar.

Donna já se recolheu e fico aqui na varanda sentado esperando e pensando mil coisas. Quem será que era aquele homem? Onde ela está?
Começo a ficar preocupado com a demora, ela disse que já voltaria e ainda nada, ligo no celular e chama até cair.

Passa mais um tempo e meu celular toca.

-Ahh, estava preocupado com você! Onde está?

-Estou em casa, as crianças já devem ter ido deitar, certo?

Pergunta séria e respondo que sim.

-Então estou te esperando, mas já venha jantado, aqui só vai ter a sobremesa hoje e ela será você!

Ela fala e desliga me deixando gesticulando no ar sem me dar chance de perguntar mais.
Vou para o quarto tomar um banho rápido e trocar de roupa, comi um lanche quando cheguei e não estou com fome para jantar. Me apresso e chamo Bill para irmos, mas antes aviso Donna para que fique de olho nas crianças e digo que aviso se for dormir fora.

Em menos de 30 minutos entro na garagem do prédio de Natalie e subo até seu apartamento. No elevador meu celular toca e recebo uma mensagem dela.

"A porta estará entreaberta, entre direto e vá até o quarto. Lá, vai encontrar uma venda sobre uma cadeira, tire sua roupa, coloque a venda nos olhos, e me espere sentado na cadeira."

Espera aí, quero saber quem era aquele homem! Penso saindo do elevador e realmente encontro a porta entreaberta.
Entro e não vejo sinal dela, uma sensação estranha vai tomando conta de mim, mas faço o que disse. Vou até o quarto e quando entro fico parado na porta analisando tudo por um instante. O quarto está com a luz principal apagada, algumas velas acesas espalhadas e na cabeceira da cama duas luminárias fracas ajudam a luz das velas a iluminar parcialmente o ambiente.

Entre duas velas maiores no chão, a alguns metros de distância dos pés da cama, está uma cadeira preta. Na ponta de cada braço da cadeira tem uma fivela grossa aberta. Vou andando devagar até a cadeira e não tenho escolha, não posso quebrar o clima e querer fazer uma cena de ciúmes, eu confio nela, quem quer que seja aquele cara, não importa agora.
Tiro a roupa como ela mandou e sento depois de pegar a venda e tapar os olhos. Fico alguns minutos parado sem nada acontecer e uma música baixa começa a tocar, algo instrumental e num ritmo que combina com a atmosfera que ela criou.

-Fez tudo como mandei?

Ouço a voz dela de longe, parece que vem do banheiro.

-Sim, minha linda.

-Não.. agora, para você, é: sim, SENHORA!

Fala me repreendendo e sorrio contido imaginando o rumo que a noite vai tomar, ela quer me dar o troco!

Fico quieto e balanço a cabeça em positivo.

-E então?

-Sim, Senhora!

Percebo que ela queria ver se aprendi e reforço que sim, sei obedecer.

-Ótimo.

Ouço uma porta bater e dou um pequeno pulo na cadeira, em seguida ouço barulho de salto, ela vem se aproximando. Conforme se aproxima sinto seu perfume e inspiro fundo para sentir mais.

-Oh, queria poder ver você, deve estar linda...

-Mandei você falar?

-Não..

Uma perfeita obra de arteOnde histórias criam vida. Descubra agora