Chego no Pattern Bar na hora, troco a roupa e começo a organizar tudo para abrirmos às 19h. O uniforme daqui é um tanto conceitual e bem machista, para falar a verdade. Remete a alguns bartenders de filme e televisão. Uso uma camisa branca, gravata borboleta no pescoço, colete preto e uma calça preta muito justa que parece uma legging. Nos pés sou obrigada a usar um par de scarpins preto, com salto enorme, o que me faz ficar moída no final da noite, enquanto meu colega, homem, anda bem confortável em sapatos masculinos comuns e calças confortavelmente folgadas.
Mais um expediente se inicia e as horas passam enquanto preparo e sirvo as bebidas junto com meu colega Rick.
Como de costume, recebo algumas cantadas de homens bêbados e outros nem tanto, o que me incomoda.
É incrível como muitos homens acham que podem fazer comentários escrotos e desrespeitosos sobre o corpo de uma mulher.
Meu corpo é magro, minha pele é branca como se nunca tivesse sido exposta ao sol, e realmente não foi muito. Meus cabelos são pretos, lisos e na altura da metade das costas e tenho 1,65 de altura. Meus seios são um pouco avantajados e nesse uniforme ficam mais em evidência do que eu gostaria, mas não tenho opção.Depois de preparar muitos dry martinis e boody mary's, junto minhas gorjetas e vou para casa com algumas cervejas para dividir com Ari e alegrar nossa madrugada de sábado. Hoje eu preciso!
-Arii, está acordada? Chego em casa perto das 02h45, meu expediente termina às 2h, mas até encerrar as coisas por lá, pegar o metrô e depois o ônibus até aqui, acaba que geralmente chego quase 3h.
-Estou, já vou ir aí!
Grita ela do banheiro e enquanto isso vou até meu quarto, tiro meus tênis, largo a bolsa com o uniforme e o par de sapato e coloco uma roupa à vontade, um short jeans preto e um moletom largo e velho, mas que eu adoro e não me desfaço por nada.
Essa época do ano já não está mais tão quente, mas nem frio, deve estar em torno de 20 graus.
Pego uma das cervejas e me sento na poltrona da sala que dá de frente para nossa pequena varanda onde entra uma brisa por um pequeno espaço aberto do vidro.-Não vai achando que eu me esqueci da bagunça que tive que limpar mais uma vez, dona Natalie!
Ela vem reclamando do banheiro e se senta no sofá ao lado.
-Desculpa, amiga. Mas eu precisava ir para aquela entrevista. E trouxe sua cerveja favorita para compensar, toma!
Entrego uma garrafa e ela pega faceira, sempre esquece os problemas quando olha para uma long neck de fabricação artesanal dessas.
-Tá e me conta, quem é a celebridade que Susan te indicou?
-Ai Ari, você nem faz ideia de tudo que aconteceu, eu consegui fazer tudo que não podia.
-Como assim, menina?
-Bom, para começar vou te dar um nome e um sobrenome. Michael – Jackson.
Falo pausadamente e dando ênfase nos dois nomes.
-Nãaao, não me diz que você foi na casa desse boy?
Pergunta toda animada colocando as pernas para cima do sofá como quem se ajeita para ouvir uma boa história.
-Você não está entendendo. Eu passei a maior vergonha!
Então começo a contar tudo que aconteceu desde que cheguei lá.
-O quê? Você passou a mão no pau dele?
Fala num grito quando eu chego nessa parte.
-Não foi no pau, Ariel! Foi ali naquela região, mas ele levantou rápido e me dei conta da merda que tinha feito.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Uma perfeita obra de arte
FanfictionMichael Jackson, dono da maior legião de fãs do mundo, luta contra todos seus instintos para evitar mais uma polêmica em sua vida ao se sentir atraído por uma jovem de 20 anos, logo agora que finalizou sua turnê This Is It com recorde de bilheteria...