Voyeur

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Natalie

Terminamos o café e Michael vai com as crianças até a área da piscina enquanto volto no quarto para pegar meu celular. Estou preocupada que Ariel ainda não chegou. 
Vou olhando para a tela e caminhando corredor à fora e vejo que tem uma mensagem não lida de um número desconhecido. Mas quando estava quase selecionando para abrir, Ariel me liga e avisa que estão saindo e que devem chegar aqui em pouco tempo.
Guardo o aparelho no bolso da bermuda e sento ao lado de Michael em uma espreguiçadeira na sombra. As crianças estão jogando cartas em uma mesa na sombra e perguntando a cada 5 minutos se já podem entrar na água e Michael enrola elas para dar tempo de fazerem digestão.

-Meu amor, você não precisa ficar o tempo todo comigo aqui na sombra, sei que está com vontade de entrar na água.

Ele espicha um pouco o braço, pega minha mão e fala depois de deixar as crianças pularem na piscina.

-Não vou deixar você sozinho aqui, mais tarde quando seu amigo chegar eu dou um mergulho.

-Vou esperar ansioso, estou louco para te ver de roupa de banho!

Fala com o rosto virado para mim e tira os sapatos e as meias esfregando um pé no outro.

-Safado! E até que um dia...

Digo apontando a cabeça para os pés dele.

- Coitados dos seus pés, sempre nesses sapatos! Faça chuva ou faça sol!

Digo rindo e ele flexiona as pernas se ajeitando melhor na espreguiçadeira.

-Estou acostumado... e não gosto dos meus pés, são feios... então prefiro deixar eles tapadas. Mas realmente está muito calor, não tive escolha!

-Ah não! Dá onde tirou isso? Pé é pé... não existe pé feio ou bonito.

-Claro que existe, o seu é bonito, delicado, pequeno...

-Claro que são menores que os seus, olha minha altura e olha a sua, seus pés têm que ser proporcionais né! Nunca parei pra analisar, mas olhando agora, não tem nada de errado com seus pés! Deixa de coisa, amor.

-São cheios de marcas...

-Óbvio, você é um dançarino. É normal, meu amor. E o que tem isso? Esses pés aí literalmente valem ouro, não reclama deles!

Falo séria e ele sorri.

-Vem cá, chega mais perto...

Ele diz e vai puxando minha cadeira até colar na dele e passa o braço em volta dos meus ombros, me deixando ficar escorada no seu peito. Fica fazendo carinho na minha coxa e pego nossos óculos de sol da mesinha atrás das cadeiras. Coloco o meu, entrego o dele e fico mexendo no tecido da sua camiseta.

Michael

-Aceitam uma bebida?

Um rapaz se aproxima da gente e pergunta.

-Aceito, claro.

Ela responde e pede um Hurricane.

-E o senhor?

Ele me olha e fico pensando, não sei os nomes dos drinks.

-Ele vai querer o mesmo, obrigada.

Ela se adianta e sorrio.

-Com licença.

Ele se retira e ela me olha.

-Você não costuma beber drinks, pelo jeito.

Ela observa e concordo dizendo que quando bebo acaba sendo quase sempre um vinho.

-Mas vai gostar desse, é ótimo para o verão!

Uma perfeita obra de arteOnde histórias criam vida. Descubra agora