— Ah... — digo tentando voltar ao meu eu.
Porque a alma saiu do corpo por um momento e voltou como se nada tivesse
acontecido.— Você é a Any? — ele questionou.
— Sim. — ele me olha dos pés a cabeça como se estivesse me avaliando.
— Nada mal! — concluiu — Te imaginei diferente. — franzi o cenho lhe olhando.
— Diferente como?
— Digamos que, do mesmo modo que você me imaginou. — diz analisando a sala.
— Como você sabe o que eu imaginei? — soltei uma risada nervosa.
— Eu sei das coisas. — revirei os olhos e me joguei no sofá. — Mas vamos direto ao assunto. — ele se aproxima e se senta na mesinha de centro de frente para mim. — Como pode ser tão estúpida a ponto de aceitar se casar com um cara que você nem conhece?
Como é? Quem esse cara pensa que é para me chamar de estúpida?!
— Você meça suas palavras porque eu não sou qualquer uma para você me chamar de estúpida! — esbravejei.
— Olha, ela é toda bravinha! — zombou. — Você é estúpida sim, qual é a sua? — me encarou.
— Qual é a minha? — soltei uma risada. — Olha, eu não estou feliz com isso. Eu estou fazendo isso por mim e pelo meu pai. Sem falar que o SEU pai complicou tudo ok? Ele podia muito bem emprestar um dinheiro para o meu pai, mas não. Ele teve que fazer o filhinho irresponsável se casar!
— Não vai querendo se safar e colocar a culpa no meu pai!
— Só estou dizendo a verdade, ou estou errada? — lhe encarei. Ele desviou seu olhar do meu e bufou.
— Olha, na boa eu detestei essa ideia. Eu não vou ter mais minha privacidade, não vou ter minha liberdade.
— Tá me achando sua babá por algum acaso? Eu estou pouco me lascando para o que você faz ou deixa de fazer, você é dono da própria vida! Só não quero ficar conhecida como a maior corna do Rio de Janeiro pois não tenho vocação nem paciência para isso.
— Não vai dar uma de mulherzinha
controladora? — soltei uma risada.— A vida é sua e você faz o que você quiser, assim como eu.
— O que quer dizer com isso?
— O que? Por acaso você acha que eu vou ficar assistindo você com outras mulheres, se divertindo e eu ficar na minha sozinha? Claro que não!
— É diferente, você é a mulher. — o encarei incrédula.
— O que disse machista? — lhe encarei
irritada. — Espero que entenda pois eu não vou repetir. — Ihe encarei séria. — Nós não somos um casal real, por tanto eu não sou obrigada a nada. Porém, mesmo que isso fosse uma relação real não te dá a merda do direito de achar que você por ser homem pode curtir, e eu por ser mulher só assistir em casa. Os tempos mudaram, você é novo de mais para viver em um século tão antigo. — ele engole a seco.— Tanto faz. — mudou de assunto.
— Você é irritante! — me levanto e vou até o bar e ele vem atrás e se escora no balcão.
— Eu sou irritante? — riu — Você quem é muito nervosinha! — enchi meu copo de wisky e viro em um só gole e ele me encara — Não oferece? Isso é falta de educação sabia? E se eu quisesse?
— Você aceita um pouco? — pergunto
debochada.— Não, obrigado! — sorriu. Saio de lá me sentando novamente no sofá e ele me segue.
— Como vai funcionar isso? — mudo de
assunto.— Não sei direito, só sei que isso vai ficar só entre nós quatro e os advogados. Ninguém mais pode saber.
Oh não! Heyoon sabe.
— O que foi? — perguntou me encarando.
— O que?
— Para quem você contou? — como ele sabe?
— Como você sabe?
— Já disse, eu sei das coisas. Mas anda, me diz para quem você contou.
— Minha melhor amiga. Eu tinha que dizer ou ela sairia aos quatro cantos procurando saber!
— Ela é confiável?
— Ela é minha melhor amiga! — digo óbvia.
— Isso não quer dizer nada. Para você ela pode ser melhor amiga, mas e para ela?
Não acredito que Any poderia contar algo, e eu a conheço a anos. Confio nela de olhos fechados.
— Heyoon é confíavel e melhor amiga
— Hum. Na boa, sério que você me achou um garotinho na puberidade cheio de espinhas?
— Como você faz isso? — perguntei perplexa. — Tem escutas nessa casa?
— Não! Eu já disse que..
— "Eu sei das coisas!" — lhe imitei. — Por acaso você tem uma bola de cristal? — ele riu.
— Tenho, mas não é cristal se quer saber. — sorriu novamente.
— É babaca assim mesmo ou fez cursinho técnico?
— Fiz, no mesmo em que você fez para ser irritante.
— Você é um idiota!
— E você é sem graça! — aproxima seu rosto do meu.
— Não sou palhaça para ter alguma graça, diferente de você, palhaço!
— Mimadinha!
— Irresponsável! — estávamos tão próximos que eu já sentia sua respiração bater em meu rosto.
— Parece que já estão se dando bem! — ouvi a voz do meu pai soar nos chamando a atenção.
— É o que parece! — Ron concordou rindo. Me levantei bruscamente.
— Eu não vou me casar com essa cara
irritante! — digo quase gritando.— Nem eu vou me casar com essa garota mimada! — nossos pais nos encara.
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Casamento Por Contrato | Adaptação Beauany
RomanceAny acaba de descobrir que sua madrasta roubou tudo de seu pai e fugiu. E como se não bastasse, deixou várias dividas para ele e para ela. Agora ela não sabe o que fazer. Se os dois não pagarem tudo, irão ficar sem absolutamente nada! Sem ter outra...