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Abro os olhos assim que escuto o trânsito do lado de fora. Pego meu celular em cima do criado mundo, são oito horas da manhã. Escovo os dentes e lavo meu rosto. Caminho até a varanda, sinto a brisa gelada bater contra os meus cabelos e rosto. Observo o movimento de pessoas no calçadão e de carros indo e vindo. Saio do quarto sentindo um forte cheiro de queimado.

Corri para cozinha e encontrei Josh
jogando algo totalmente queimado no lixo e a cozinha cheia de fumaça. Ele percebe que estou ali e me encara.

— Não me olhe assim, eu não sei cozinhar! — disse frustrado.

— É, percebi. — digo abrindo a porta do
terraço para a fumaça sair.

— Está melhor?

— Sim, não dói mais nada.

— Ótimo, eu já vou indo! — saiu de trás
do balcão e pude ver que ele vestia uma
regata azul que marcava bem seu peitoral, uma bermuda azul e tênis esportivos.

— Onde vai? — desvio meu olhar para a cozinha.

— Correr, ou acha que isso aqui tudo é de graça? — apontou para o próprio corpo.

— O dia mal começou. — resmunguei. — Não esquece que eu tenho que pegar o resto das minhas coisas! — ele apontou para o centro da sala, eu virei para olhar e vi cinco caixas — O que é isso?

— O motorista do seu pai deixou aqui! A pedido da Yonta!

Que?

— Motorista? Mas ele se demitiu!

— Parece que tem outro!

— Eu não acredito! — caminhei até as
caixas as abrindo, e vejo que realmente são minhas coisas. — Ela mandou tudo! Minhas roupas, meus sapatos, meus enfeites, meus livros, cds, dvds.. — encaro Josh — Isso quer dizer que é para eu não voltar mais!

— Essa mulher já está enchendo o meu
saco. Tanta mulher no Brasil e seu pai foi pegar ela? Não que ela seja de se jogar fora né porque... — se interrompe ao ver o meu olhar matador sobre ele. — Melhor eu ir correr né?

— Concordo plenamente! — ele já ia saíndo quando retornou.

— Já ia me esquecendo, meu pai mandou a secretária dele vir buscar alguns documentos. Está no meu quarto. O envelope branco em cima do meu notebook. E só entregar.

— Tá bom.

— Tchau! — abriu a porta e saiu. E eu aqui estou, sozinha.

Peguei as caixas e levei para o meu novo quarto. Depois de tudo arrumado resolvo ir para o banho. Assim que saio me sento sobre o sofá com o meu notebook no colo, até que a campainha toca.

Ao abrir me deparo com uma mulher. De óculos de grau, cabelos pretos, olhos castanhos. Muito bonita! Logo a reconheço como a secretária de Ron

— Olá, eu sou a Bella. A secretária
do senhor Beauchamp. Vim buscar os
documentos.

— Claro, entra! — dei espaço para que ela entrasse — Eu vou buscar. Quer algo para beber?

— Não, muito obrigada!

— Eu já volto! — sai e fui direto para
o quarto de Josh. Olhei em cima do
notebookevi o envelope branco. O peguei e retornei para a sala — Aqui! — entreguei para ela.

— Obrigada!

— Tem certeza que não quer nada?

— Um café seria bom. — diz um pouco
envergonhada — É que eu sai sem tomar café.

— Você pode desmaiar se continuar assim, vem eu vou preparar um café para você.

— Eu não quero te incomodar!

— Incomodada eu vou ficar se eu te deixar sair daqui com nada no estômago. — fui em direção a cozinha e ela veio atrás de mim.

— Tudo bem. — se sentou em uma das
cadeiras do balcão — Você é bem diferente das outras namoradas do Josh. — me viro e a encaro.

— Sério? Conte-me mais. — ela riu.

— Você é educada, simpática e gentil.
As outras eram fúteis, nariz em pé, se
achavam donas de tudo.

— Você trabalha a muito tempo como Beauchamp?

— Sim! Desde meus dezesseis anos. Comecei com um estágio lá e depois fui efetivada.

— Isso é ótimo! — digo servindo o café
em uma xícara. Seu celular toca e ela
desesperadamente o pega.

— Oi Betty... Não, eu ainda tenho que anexar e.. ela vai pirar, é eu sei. Mas fica tranquila, os relatórios vão estar na sua mesa antes da Savannah chegar! — a xícara que eu segurava escorrega da minha mão se espatifando no chão. Bella me olha assustada.

Foi isso mesmo que ouvi? Savannah? Não pode ser a mesma Savannah, pode?

Casamento Por Contrato | Adaptação Beauany Onde histórias criam vida. Descubra agora