Empty Casket

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"Mesmo quando estava entre a multidão, estava sempre sozinho."
— Ernest Hemingway

Spencer Reid P.O.V • Sede da Unidade de Análise Comportamental, Quântico, Virgínia.

— Sentem-se, por favor.

Hotch agia de forma estranha desde o momento em que me puxou de volta para a escada de emergência do hospital em Nova York. A equipe nunca havia retornado para a Virgínia no mesmo dia em que encerrávamos um caso, mas para tudo se há uma primeira vez.

— O que foi que houve? — Morgan franziu o cenho, permanecendo de pé.

— Há dois anos eu tomei uma decisão que afetou essa equipe — Aaron ignorou que Derek não se sentou e continuou a falar — Como sabem, Madeline perdeu muito sangue depois de ser torturada por VanKirk, e assim foi declarada morta, porém os médicos a estabilizaram. Ela foi transportada da Virgínia para Londres numa extração sigilosa. Sua identidade não foi revelada, e ela ficou em Londres até estar pronta para viajar. Madeline foi remanejada para a Grósnia onde recebeu três identidades diferentes, as quais eu não tive acesso para a segurança dela.

— Ela está viva? — Penélope perguntou com os olhos cheios de lágrimas.

Hotch permaneceu em silêncio.

Desorientado e confuso, encarei todos a minha volta.

— Mas... Nós a enterramos — foi tudo o que pude falar no momento.

— Eu disse que assumiria toda a responsabilidade pela decisão. Se alguém tiver algum problema, dirija-se diretamente a mim.

— Algum problema? Eu vejo vários problemas! — me juntei a Morgan, ficando de pé.

Passos ecoaram até a porta da sala de conferência, e lá estava ela, completamente diferente da Madeline em que eu estava acostumado e tinha tatuada permanentemente em minha memória, mas ainda era ela.

— Meu Deus — Garcia sussurrou.

Madeline Sawwer P.O.V • Sede da Unidade de Análise Comportamental, Quântico, Virgínia.

Comecei a abraçar cada um deles, e cada abraço parecia juntar todas as minhas peças quebradas por dentro.

— Eu senti tanta a falta de vocês... — minhas palavras acabaram ao ver o olhar desolado de Spencer, que assim como Morgan, não pareciam muito felizes ou aliviados com a situação.

Eu entendia a raiva deles.

— Vocês não mereciam isso — abaixei meu tom de voz ao abraçar Derek, que hesitou por alguns instantes até retribuir.

— Me desculpa.

As palavras saíram quase inaudíveis quando abracei Spencer, que permaneceu imóvel frente ao meu toque.

No fundo, eu sabia que nada daquilo era minha culpa e que não tinha porquê, de eu pedir desculpas. Spencer estava bravo por eu estar viva todo esse tempo e não ter feito nada a respeito, mas tecnicamente ter vindo para a América sem aviso, foi o máximo que pude, mesmo que dois anos depois.

— Vocês terão muito o que explicar para o Senado, e para mim — Strauss adentrou a sala e cruzou os braços.

[...]

Beyond Borders • Criminal MindsOnde histórias criam vida. Descubra agora