Silly quote on the wall

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"É muito mais difícil matar um fantasma do que matar uma realidade"
— Virginia Woolf

Madeline Sawwer P.O.V • Casa dos Smith's, Omaha, NE.

Encarei os corpos serem retirados da cena do crime e por um instante pensei em desistir.

Desistir do caso, desistir de fugir de Liam, e apenas deixar que ele pusesse um fim nessa história. Ao menos com a minha morte, eu teria certeza de que nenhuma outra família seria destruída, afinal tudo isso era por minha causa.

Engoli em seco e pude sentir a mão de Rossi apertar meu ombro, como em um consolo. Respirei fundo e novamente me escondi atrás de minhas mil máscaras e armaduras, fingindo não possuir vulnerabilidade alguma em relação ao que estava por vir.

— Não sei por quanto tempo eu vou aguentar esse joguinho de gato e rato — murmurei.

— Você é muito forte, Madeline — David abriu um pequeno sorriso — E isso irá acabar em breve.

Levantei a fita que restringia a entrada da casa e adentrei o local quase caindo para trás ao notar que "Inveja" havia sido pintada em uma das paredes com sangue. Um rápido flashback de quando Randall Garner invadiu meu apartamento surgiu em minha mente.

Mas algo pior estava em minhas mãos naquele momento, uma garota viu a família ser morta e um sádico doentio escrever uma palavra desconexa — ao ver dela — com o sangue de um deles, na parede.

— Ele manteve o mesmo padrão — Rossi deu de ombros — Nada fora do anormal comum.

Assenti enquanto caminhava ao redor das manchas no chão e franzi meu cenho, logo negando com a cabeça.

— Não, ele não manteve — coloquei minhas luvas, não por necessidade, mas por cuidado excessivo — A maneira no qual o sangue está no tapete indica que ele não apenas atirou nas vítimas, mas também as cortou em uma veia importante, o chão está encharcado até demais.

[...]

— Havíamos imaginado que ele estava querendo chegar até a Virgínia, mas qual será a motivação que Liam teve para ir até o Nebraska? — Spencer encarou o quadro do caso enquanto eu virava o último gole de meu café desejando que fosse um shot de tequila.

Um breve silêncio se instalou na sala até que notei que tanto Morgan, quanto Reid, aguardavam por uma resposta minha. A pergunta não havia sido retórica.

— Ele quer terminar onde tudo começou, em Seattle. Eu acho.

Estava distraída. Tanto que dessa vez não quis ir com J.J pegar o depoimento de Emma, a caçula sobrevivente da família Smith, ou ir almoçar com Hotch, Michael e Emily, mesmo que já fossem seis da tarde.

— Quer que eu te leve até o hotel? — Morgan se sentou na cadeira em minha frente.

— Não Morgan. Eu não posso ir dormir para evitar o que está acontecendo — esfreguei minhas pálpebras — Foi bem pior do que pensei, Liam mutilou aquela garota para deixar a mensagem na parede, cortou a garganta dos pais, e estamos bem longe de encontrá-lo. Eu só vou me ver no direito de descansar depois que ele estiver morto.

Mesmo que estivesse encarando fixamente o copo de café que ainda estava em minha mão, pude notar que os dois homens presentes na sala trocaram olhares preocupados em relação ao meu estado.

— Mad, você tem certeza? — Spencer se sentou ao meu lado.

— Se querem que eu vá para o hotel, eu vou, mas vou sozinha — bufei — Já me sinto mal o suficiente por ser a razão de tudo isso, não quero ninguém servindo como minha babá.

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