I need you

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"Aquele que não tem confiança nos outros, não lhes pode ganhar a confiança"
— Lao-Tsé

Madeline Sawwer P.O.V • Departamento de Polícia de Atlantic Beach

— Sawwer? — obviamente ele ficou surpreso em me ver ali, então ficou sem saber o que fazer, e jogou a seringa dentro da bolsa — O que está fazendo aqui?

— Eu tomei meio litro de refrigerante no almoço e... — neguei com a cabeça — Não vem ao caso, o que estava fazendo?

— É Escopolamina, eu estava enjoado no voo e...

— Não é o único que tem PhD em química aqui, Reid. A quantidade máxima de Escopolamina a ser injetada é de vinte miligramas, tinha muito mais do que isso nessa seringa, e se realmente fosse, em minutos sabe que estaria completamente submisso e se eu te dissesse para andar por aí sem roupa, você faria sem nem hesitar — dei um passo em direção á ele — Eu sei que tem mais do que livros na sua bolsa, o quê é?

Escopolamina em excesso causa submissão imediata, o indivíduo pode ser capaz de se esfaquear diversas vezes a mando de outro, sem nem notar.

Reid ficou em silêncio, apenas me encarava.

— Spencer, o quê é?! — elevei meu tom de voz.

Vendo que ele não iria me responder, tomei a atitude impulsiva de enfiar minha mão dentro da bolsa que estava aberta e retirei duas ampolas.

— Madeline, eu...

Encarei ele incrédula.

— É por isso? Você está... Meu Deus! — nem se quer consegui terminar a frase.

Os frascos eram de Hidromorfona, também conhecida como Dilaudid. Em termos médicos é considerado um analgésico opioide e em termos legais, um narcótico.

Automaticamente os efeitos colaterais vieram à minha mente: Náuseas, enjoo, alucinações, dor de cabeça, transpiração excessiva, e entre outros.

— Agora faz sentido você ter ficado enjoado no avião... — suspirei e comecei a pensar no que poderia fazer — Tem usado desde o Hankel?

Perguntei em tom baixo, encarando as ampolas em minha mão.

— Sim — ele suspirou.

Essa era uma situação difícil, eu deveria devolver os frascos? Levá-los comigo? Jogá-los no lixo? Além de tudo, eu precisava sair logo daquele banheiro antes que me pegassem aqui dentro.

— Não me vejo no direito de ficar com isso, tudo o que posso fazer é te devolver e esperar que pense bem no que está fazendo com você mesmo, sei que não me quer por perto, mas te garanto que seu segredo está a salvo comigo.

Entreguei os frascos para ele e saí do banheiro o mais rápido que pude, tentando ainda processar essa informação.

[...]

Eram três da manhã quando fui acordada com o som irritante da campainha que fazia questão de ser tão alta a ponto de ecoar pelo apartamento inteiro.

Com certeza estar vestindo uma camiseta gigantesca e ter meus cabelos presos em um coque que estava prestes a se desfazer, não era a maneira ideal para receber alguém, ou fazer esse alguém engolir o próprio dedo por te acordar de madrugada, mas não me dei o trabalho de mudar isso.

Fiquei na ponta dos pés enquanto xingava mentalmente o olho mágico da porta por ser tão alto e franzi meu cenho ao notar que era Spencer.

— Reid? Não sei se você sabe, mas são três horas da manhã! — dei ênfase ao dizer o número e abrir a porta.

Beyond Borders • Criminal MindsOnde histórias criam vida. Descubra agora