The Collector

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"Ele é louco. Sou eu. Eu sou sua loucura. Por anos ele vem procurando algo para depositar sua loucura. E ele me encontrou"
— John Fowles

Spencer Reid P.O.V • Departamento Policial de Seattle, WA.

— Reid, quando foi a última vez que ao menos tentou descansar um pouco? — Morgan juntou as sobrancelhas ao recuar o copo de café que iria me oferecer.

— Eu... Eu não tentei — confessei ao notar que não iria conseguir improvisar uma mentira que o convencesse.

— Garoto, já tentei trabalhar com horas negativas de descanso e não deu certo. Acho que café não é mais a solução pra você.

— Depois do caso Hankel, quando me afastei de Madeline, você veio me dizer como ela carregou o caso nas costas e como eu estava sendo mal agradecido. Tenho meus motivos para não estar dormindo — puxei o copo de café da mão de Derek e ignorei os olhares discretos de Penélope e Michael por cima dos notebooks.

— Eu só quero ajudar — ele respondeu calmamente enquanto levantava as mãos em sinal de rendição — Conheço você e tenho certeza de que...

Todos na sala começaram a procurar de onde vinha o celular que tocava, estava tão cansado e confuso, que levei a notar que o aparelho que quebrava o som contínuo de Garcia teclando rapidamente era o meu.

— Desculpem — murmurei antes de atender o telefone — Hum, Doutor Spencer Reid.

— Quem é? — Garcia quase saltou por cima da mesa ao se levantar — É a Madeline?

Fechei meus olhos e soltei um longo suspiro enquanto massageava minhas pálpebras com o indicador e o polegar da mão livre, negando com a cabeça para responder à pergunta da loira ao perceber que a ligação vinha da clínica no qual minha mãe estava internada.

O tratamento no qual eu havia proposto com os médicos não estava dando certo e havia ocorrido uma piora no quadro dela, mas ainda estava estável. Procurei absorver o máximo possível das informações antes de desligar e deixar que meu subconsciente cuidasse disso.

— O que foi? — Hotch adentrou a sala de conferência juntamente a Emily e J.J.

— Minha mãe, o tratamento não deu certo — bufei ao correr meus dedos entre meus cabelos, ignorando os nós que tentavam impedir meus movimentos.

— Sinto muito Spence — J.J se sentou ao meu lado e pousou a mão em meu ombro.

Antes que Aaron dissesse que eu poderia ir para casa se quisesse, me levantei e fui até o mapa que havia sido colocado no quadro da sala, encarando os lugares que havia destacado na área triangulada por Penélope, durante o voo.

Liam gostaria de terminar tudo, onde começou, mas sabia que ir até a casa antiga de Madeline seria arriscado e óbvio demais, então precisava achar o lugar que fosse milimetricamente distante, mas ao mesmo tempo, próximo, do lugar onde ele começou a fazer da vida dela um inferno.

— Olympic Hills, Haller Lake, Bitter Lake, Pine Hurst, Lake City, North Seattle, Victory Heights, Morning Side, Northgate, Maple Leaf e parte de Licton Springs — Michael murmurou minhas anotações enquanto procurava enxergar por cima de meus ombros.

— Sabe qual é a distinção entre esses locais? — perguntei.

— Maple Leaf é mais perto da casa de Madeline — Dean me fez revirar os olhos com sua resposta, e questionar como Madeline tinha paciência para seu raciocínio lento.

— Northgate envolve Maple Leaf e Lake City. É destaque nas estatísticas de violência de Seattle. Northgate, tendo uma população de aproximadamente quatro mil duzentas e oitenta e três, é um bairro famoso apenas por arrombamentos a carros, entretanto, nas regiões de Lake City há diversas denúncias por tráfico de drogas e há presença de gangues, sendo a taxa geral de criminalidade maior que nas outras regiões por oitenta e três por cento. Na ligação feita por Madeline ela dizia exatamente: "Aqui é a Agente Federal Madeline Sawwer, não sei minha localização exata, muito menos quantos estão me mantendo de refém, mas estou em alguma espécie de depósito, estacionamento ou garagem...", ou seja...?

Beyond Borders • Criminal MindsOnde histórias criam vida. Descubra agora