Búzios - 31 de Dezembro de 2021
Balanço minha taça de um lado pro outro antes de dar a última golada na cerveja que tinha ali. Sim, podia ser ano novo mas a chmapagne era só pro brinde e ponto final! Eu não era fã dela não, na verdade nenhuma das pessoas ali presentes pareciam se importar com ela.
Olhei o relógio em meu pulso e ele marcava 23:20, estávamos quase virando o ano. Mesmo se eu não tivesse com o relógio seria fácil perceber que o ano estava quase indo, as pessoas ficavam mais agitadas, começavam a se aglomerar mais perto umas das outras, já começavam a se preparar pros famosos pedidos e desejos da virada.
Apesar de eu sempre almejar e sim, desejar coisas novas, eu jamais conseguiria esquecer o quão especial foi esse ano que agora nos dizia adeus. Eu havia encontrado o amor da minha vida, sim, eu tinha! Não caberia a mim agora somente romantizar todos os nossos dias juntos, porque todo casal tem seus dias de altos e baixos, suas pequenas desavenças pra superar, ainda mais no começo que é tudo adaptação e conhecimento, mas a maioria dos nossos momentos eram calmos, serenos, entravamos em uma bolha só nossa, e quando ela deitava a cabeça em meu peito, era como se o mundo parasse em torno de nós dois e de alguma forma o universo estivesse ao nosso lado, nos protegendo.
O amor havia nos escolhido.
E por falar nela, meu amor, ela estava um pouco mais à minha frente, ela dançava sorridente com uma Catarina agitada nos braços pra uma hora daquela, em torno dela estava minha mãe e minha sobrinha Luísa, elas riam de algo.
A principio pensamos em passar o ano novo sozinhos, afinal, é nosso primeiro como casal. Mas uma conversa aqui, outra ali, e vendo que havia dois anos que as familias não se reuniam por causa da bendita pandemia, resolvemos alugar uma casa em Búzios e viemos todos. Quase todos! Meu sogro não havia vindo, ele estava gripado e optou por ficar em casa.
Estavam meus pais, minha sogra, minha sobrinha Luísa, já que Alice estava do outro lado do mundo numa viagem de amigos, meu cunhado e minhas duas novas sobrinhas, Valentina e Catarina, além claro, de meu irmão com minha cunhada e seu enteado João. Pensa num dia barulhento e agitado? Pois é, foi assim nosso 31!
João havia adotado Valentina, e mesmo com a diferença de 5 anos entre os dois, fizeram uma farra enorme, na piscina, no gramado, fora as brincadeiras em casa. Ela havia virado a prima Vavá e ele o primo Jojo.
Minha Mari continuava ali, balançando o corpo, e sorrindo. Ela estava linda!
Seu vestido branco e solto, iam até os pés, pés esses que estavam descalços na areia branca. O cabelo que eu tanto amava segurar caia por suas costas lhe dando um ar angelical. Minha mulher era maravilhosa, e eu um babão por ela. Assumidissimo.- Estou com sono tio Selton! - bracinhos pequenos envolvem minha cintura me despertando do meu transe. Valentina me abraçou como pode, e eu me abaixei pra pega-la no colo, beijando sua bochecha.
- Já tá quase acabando, princesa! Já já vai ter um monte de fogos coloridos no céu! - sorrio pra ela recebendo um sorriso lindo de volta, seguido de um bocejo antes dela deitar a cabeça em meu ombro e indicar a tia com a mãozinha.
- A tia Mari parece uma princesa né? Com o vestido grandão!
Ri do seu jeitinho. Ela era completamente apaixonada naquela tia dela. Me sentei na cadeira mais próxima, ainda com ela em meu colo.
- Ela é linda demais, né? - falo sorrindo, olhando Mari assim como ela.
- Aham! Você vai casar com ela? Igual o meu papai e minha mamãe? - ela soltou como se fosse a coisa mais natural do mundo. - Olha, eu te empresto meu anel pra você pedi ela! - ela tirou a pequena peça do seu dedo e o colocou na palma da minha mão. - Igual o príncipe faz com as princesas, dão um anel!
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Nos Jours.
RomanceDo francês - Nossos Dias. . Cada capítulo um acontecimento dos dias deles. A história não seguirá uma ordem cronológica, ou seja, o capítulo 1 podera contar fatos atuais, o seguinte narrar fatos de 2 anos depois. .