• Happy BDay Grandma •

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Passos - Minas Gerais
Natal.

Suspiro pela milésima vez naquela noite observando a imensa árvore de natal. As bolas vermelhas e douradas dão forma ao pinheiro, os anjos e minis papais noel pendurados tem um charme especial. Pra finalizar, minha sogra havia colocado a foto de nos três, Selton, Maria e eu com o papai noel que haviamos tirado semana passada e dado a ela pendurada ali na árvore.

O trenzinho passeia por em torno da árvore, uma rena dança animada no canto da sala e perto da porta um majestoso visgo natalino está pendurado. Se existia uma pessoa que amava o natal, essa pessoa era dona Selva, minha sogra!

Ela sempre dizia que havia muitos motivos pra comemorar em Dezembro. Natal, aniversário do meu sogro e do meu marido, além do que, depois que Maria nasceu, segundo ela, o natal havia voltado a ter sua magia, porque criança fazia isso, natal ser mágico.

Esse ano viemos todos pra Minas, pra casa de campo que meus sogros mantinham aqui e que adoravam vir se esconder as vezes. Era um lugar lindo, cercado por uma mata nativa, com riachos e muito espaço pra Maria correr. E a casa estava cheia!

Além dos meus sogros e meus pais, tinhamos nossa familia, meu cunhado e minhas duas sobrinhas que haviam vindo passar o natal no Brasil esse ano, além de alguns tios de Selton e primos. Eu amava cada Mello presente ali, com a excessão de um, ou melhor, uma. Patrícia.

Uma prima de Selton que havia sido namoradinha dele na adolescência, mas que parece que nunca havia saido de lá, porque não perdia a oportunidade de dar em cima do meu marido. Isso incluíu nossa casa, numa visita que fez quando Maria nasceu e eles todos foram até lá a conhecer. Eu recém parida, inchada, cansada, e a mulher dando em cima do meu marido na minha casa, o ranço veio, ficou e nunca mais foi embora, eu só esperava que ela ficasse longe de mim naquela noite.

Dou uma golada em minha taça de vinho antes de me abaixar pra arrumar o presépio, temos uma mocinha comportada, mas ainda sim, uma criança. Perdi as contas de quantas vezes tive que pedir pra que ela não mexesse no trem ou pra que descesse da cadeira, onde estava na pontinha do pé tentando alcançar a estrela.

O cheiro da casa estava maravilhoso, essa tarde fomos pra cozinha junto com minha sogra, que sem modéstia alguma era a melhor cozinheira da vida. Dou uma última olhada em volta e vejo quem eu procurava. Selton e Maria. Eles estavam na varanda e observavam as luzes de natal do condominio onde ficava a casa de meus sogros. Me apoio na porta que separa os ambientes observando os dois.

Como eu tenho sorte!

Maria está com seu vestidinho branco e vermelho com um lacinho prendendo a franja pro lado e ela estava sentada no para corpo da varada, sendo fortemente segurada pelo pai.

- Papai, o papai Noel é de verdade mesmo né? - nossa pequena pergunta.

- Você acha que ele é de verdade?

- Aham! - ela fala. - Tem gente que fala que não! Mas ele é sim! Porque a gente tirou foto com ele lá no shopping e ele falou comigo! - ela dá de ombros como se fosse óbvio.

- Então ele é, meu amor! - meu marido finaliza com um beijo em seus cabelos. - Se está presente em seu coração, existe! - Maria sorri olhando pras trás e nesse momento nossos olhares se cruzam, vejo quando ela cochicha algo no ouvido do pai, e logo em seguida seus olhos estão em mim. - Então quer dizer que a mamãe estava ouvindo tudo escondida?

- Em minha defesa, eu não queria atrapalhar a conversa pai e filha!

- Você não atrapalha nada! - meu marido fala me chamando com as mãos, no que me aproximo dele. Nossa menina nessa hora já correu. - Você está linda, sra Mello!

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