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Pisando meus pés na Itália. Dessa vez não me animei em escolher uma roupa. Apenas um jeans skinner da Dior e uma camisa azul da Balmain de botões. Óculos escuros da Prada e mais nada.

Inspiro fundo. Estou um caco. Jason suspirou todas as vezes que pedia uma dose de Whisky a comissária. Eu precisava. Necessitava.

Depois de toda essa merda. Jason ligou para Gabriel, disse que ouve um contratempo e teve que me ajudar. E o infeliz nem quis saber se estou viva ou bem. Depois de toda essa merda, vou tirar férias na Grécia. Pegar uma cor, pequerar uns gregos...

— Vamos, eu dirijo.

Jason dirigiu até os confins da Itália. Demorou quase quatro horas para então, eu avistar uma casa no meio do nada. Ela é linda, mas é no meio do nada.

 Ela é linda, mas é no meio do nada

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Desço do carro e caminho. Posso ver Lia me observando de longe. Inspiro fundo quando vejo Gabriel. Me viro para Jason e puxo sua mão.

— Entregue o tão precioso objeto dele. - Nem espero respostas. Apenas continuo meu caminho. Dando de cara com Lia.

— Você está bem, Lisa? - Inspiro fundo. Que pergunta idiota, Lia. Pela careta que fiz ela deve ter se dado conta, pois seu corpo ficou tenso. Apenas aceno afirmativamente.

— Só me mostre o quarto, Lia. - Hoje meu nível social está uma bosta. Lia me direciona para dentro da casa, e realmente tem uma decoração linda, mas hoje não estou para detalhes. Só para cama, vinho e a porra do silêncio.

Subimos dois lances de escadas e isso quase me matou. Quase pedi para ficar no corredor mesmo. Até que ela para em frente a uma porta e me deixa sozinha.

Graças...

Entro e encontro a vista mais linda. Janelas com sacada, cortinas brancas que dançam com o vento suave, o cheiro do campo. A cama

branca e uma decoração bem romântica

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branca e uma decoração bem romântica. Realmente é uma imagem de tirar o fôlego. Aconchegante, limpo e totalmente apaixonante. Pena que o clima não está para isso.

Me jogo na cama e observo o teto branco. Suspiro.

Merda de vida.

Decido por um banho quente e de banheira. No aeroporto comprei um vinho qualquer, então serei eu, a banheira e o vinho. Depois a cama.

Depois de um longo e reflexivo banho. Visto minha camisola de seda de seda, La Perla. Com alças finas, aspecto folgado e decote nas costas.

 Com alças finas, aspecto folgado e decote nas costas

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Me deito naquela cama macia e limpinha. Me afundo no meio dela. Meus olhos passeiam pelo quarto lindo, minha pele se arrepia com vento fresco que entra pela janela e balança as cortinas brancas. Elevo a garrafa até boca e tomo um bom gole.

Tenho tudo o que uma mulher deseja. Independente, Cabelos lindos e sedosos. Corpo de parar o trânsito, dinheiro, inteligência e um carro.

Mas estou fedida, toda machucada e ainda assim, estão nas mãos de um homem. Ainda assim, minha vida está sendo ditada por um maldito desgraçado. Ainda assim, tenho que ser submissa.

É lindo de ver. Realmente uma tragédia.

Ouço o toque a porta. Reviro os olhos. Reencosto nos travesseiros e fecho os olhos. Se eu ficar quietinha, talvez a pessoa vá embora.

Ouço o toc toc

Me arrasto para a fora da cama. E caminho em direção a porta, abrindo e me escorando no batente da porta.

— O que mais você quer Gabriel?

Ele me analisa dos pés a cabeça e vejo o brilho lá. Meu corpo reconhece seu desejo e retribui, mas meu cérebro só quer socar as bolas dele e fazer carne moída e dar para os cachorros da vizinhança. Se eu pudesse ter o poder do Super Homem,acredite. Gabriel estaria derretido com meu olhar de raio laser.

— Vim verificar se está bem.

Passo o peso de uma perna para outra e quase arremesso a garrafa de vinho na sua cabeça

— Tô viva. Boa noite. - Fecho a porta na sua cara e me viro para ir para cama quando Gabriel abre a porta e entra. - Eita porra, hoje você quer morrer, né?

Gabriel avança sobre mim e me esquivo de seu ataque. Indo em direção a janela.

— Você nunca mais vai tocar em mim. Escuta bem o que falo. Por mais que eu queira, que cada célula do meu corpo queira você. Nunca mais vai me ter. - Sento bem calma na cama de pernas abertas. - Você perdeu a chance, no minuto que me menosprezou. Cometo erros, Gabriel e não sou perfeita. Mas não sou mulher de esperar para ser notada, não mendigo atenção, amor e nem sexo. Queria que a situação fosse outra, que a gente pudesse estar se pegando nessa cama. Mas você escolheu me deixar, você escolheu me ignorar e não se preocupar. Enquanto eu faria totalmente o contrário. Então fica aqui meu aviso. Nunca mais.

Me levanto e saio do quarto deixando Gabriel lá com seus pensamentos. Foda-se o que eu quero. O que ele quer. O que nós queremos. Ninguém vai ter mais nada de ninguém. Acabou a palhaçada, o joguinho de sedução delicioso que fazíamos. Desço as escada como um furacao e vou para cozinha.

Preciso comer alguma coisa. Já estou tonta pelo vinho e com toda certeza, foi ele que me deu o gatilho para falar o que falei. Uma coisa que aprendi sobre mim.

Mantenho a minha palavra. Custe o que custar.

Tomo um gole de água e pesco um pêssego da geladeira. Subo as escadas e quando chego no quarto, nem sinal de Gabriel. Rezo por uma noite tranquila e com bons sonhos.

Elisa Bonaldi Onde histórias criam vida. Descubra agora