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Olhando para meus dedos enrugados, penso no quão doida e descuidada fui com a minha vida até hoje. Fecho os olhos e tento lembrar de algum momento em que fui 100% feliz. Logo a imagem do quarto de hospital preenche minha mente, posso ouvir meu coração bater freneticamente, o suor, o cansaço e o choro dela. Ela foi meu momento mais feliz. Abraço meu corpo e deixo as lagrimas lavarem meus rosto. Sinto tanta a sua falta minha filha.

Depois de um banho reflexivo, estou pronta para encontrar com o Gabriel e o resto do pessoal. Escolhi uma roupa que passasse confiança, já que a ultima conversa que tive com o Gabriel foi bem tensa e nem esperei ele dizer algo, apenas falei e fui embora. Escolhi uma calça slim cintura alta preto Dolce & Gabbana.  Fechamento frontal oculto, detalhe de pregas e bolsos fenda nas laterais. Deixa meu bumbum lindo! Em cima uma blusa com bustier e renda floral preto Dolce & Gabbana. Com decote em coração, estilo tubinho, abertura nas costas, padronagem em renda floral, fechamento traseiro por zíper e alças de ombro. Simplesmente maravilhosa! Nos pés, sandália de couro nude com salto 75mm de couro, Studio Amelia. Com salto baixo, bico quadrado e acabamento interno em couro. Mais linda que isso, impossível! Me olho no espelho e tenho uma ideia louca, porem deixaremos isso para quando essa merda toda acabar.

Desço e encontro Lia e seus cabelos vermelhos vivos. Vestida em um Macacão de alfaiataria sem mangas branco Dsquared2. Com decote, fechamento frontal por botões, bolsos laterais, comprimento longo. 

— Nossa! Que gata! 

— Olha quem fala! Esta parecendo a mulher gato. - Sorrio - Você não se deixa no chão, Lisa.

— Não sei não, Lia. Aprendi a me esconder atras de uma vestimenta que ostente algo. - penso com tristeza - Isso é só fachada. 

— Não acho. Mas sim, muitos se esconde por detrás de algo. - Nesse momento seu olhar muda de mim para Gabriel que entra vestido em uma camisa branca jeans, calças jeans pretas e um perfume majestosamente bom! Seu olhar bate nos meus pés que sobe e para em meu rosto. 

— Boa noite, Lia e Lisa.

Lia responde e eu me limito a apenas acenar com a cabeça. Vejo Nikita e Julian chegar, logo Could, Francis e Jason.

— Mulher fatal - Francis passa e sussurra. Sorrio.

Gabriel pigarreia e assim ganha a atenção de todos. Não sei o motivo pelo qual ele me deixa nervosa assim. Não consigo não olhar para ele, impossível ignorar sua voz, seu cheiro e ele todo. A vontade de ir até ele e apenas toca-lo, sentir a pele dele sob meu toque, ver cada detalhe bem de perto. 

— Concorda, Bonaldi? - Dou um pulinho pelo susto que sua voz causou.

— Como?- pigarreio e inspiro fundo, Gabriel não sorri, mas vejo que seus olhos estão com um brilho diferente.

— Vamos para a Itália em três dias. Nossa próxima missão é lá. Pensei que Could, Nikita, Julian e Frances pudessem ir na frente. E Jason, Lia, voce e eu irmos depois. Tenho algo para fazer por aqui ainda.

— E precisa de nós?

— De você. Especificamente- Gabriel anda até onde estou e para em um distancia segura - E como preservo sua segurança, Lia e Jason me ajudaram a cuidar de você.

Olho para Lia que me encara com um sorriso meigo. Por que todos estão estranhamente silenciosos e Ortega não tira a porcaria dos olhos de mim. 

— Sim. Concordo.

— Ótimo. Que bom que concorda comigo - Diz de maneira displicente e sai da sala.

Inspiro fundo e passo as mãos pelos cabelos. Sinto o toque de alguém em meu ombro e me viro.

— Vamos preparar o jantar?

— Vestida assim? - Lia faz careta e depois segura minha mão me puxando para fora da sala.

— Você dirige em alta velocidade, luta, atira em cima de uma salto e vestida com essas roupas apertadas. E quer dizer que vestida assim é impossível cozinhar?

— Olha, Lia você sabe que eu e a cozinha não temos uma boa relação. É diferente com roupas e carros.

Entramos na cozinha e ela me solta. Se vira, ergue a sobrancelha e saca a faca da gaveta.

— Você estava devorando Gabriel com os olhos Elisa. - Arregalo o olhar e quase engasgo com a saliva.

— Não. Sim. Não sei o que está acontecendo comigo.

—  Seja o que for, não é somente unilateral. 

— Quer dizer que Gabriel também me olha?- Quase dou risada do acabei de dizer, até olho em volta para ver se alguém, alem de Lia, escutou esse absurdo. 

— Olha, Lisa, Gabriel é difícil. Mas devo avisa-la que se envolver com ele agora não é uma boa ideia. 

— Oh! eu...eu não pretendo. 

Lia ergue uma sobrancelha enquanto despeja todo o pacote de macarrão em uma panela com água. 

— Você parece uma garota legal. Por isso aviso, não se envolva mais do que o necessário.

Inspiro fundo e aceno afirmativamente para ela. Lia continua fazendo sua magica na cozinha, enquanto eu escapo para fora dela. Na verdade pedi para sair e acho que a ruiva só deixou porque sentiu que fiquei desconfortável. O que é uma grande verdade, por isso peguei uma garrafa de vinho da adega e vou relaxar em meu quarto enquanto todos jantam. Mas obvio que o destino gosta de me ver humilhada, e como num passe de magica meu corpo tromba em outro corpo e a garrafa de vinho voa para fora das minhas mãos, encontrando assim o chão.

Prendo a respiração.

La puta Madre!  

— Caraca! Você... esta bem? - Pergunto desesperada olhando para o chão e para Ortega, que agora noto que está de camisa branca e calças de pijamas. Lindo! Ave Maria!

— O que estava pensando em fazer, Bonaldi?- Agora voltei a  ser Bonaldi.

— Estava indo para o meu quarto. 

— Com uma garrafa de vinho? - Pisco algumas vezes e volto a atenção ao vinho que esta todo esparramado no chão. Que dó!

— Sim, algum problema?  - Gabriel molha os lábios, apruma a postura e me olha mortalmente.

— Problema nenhum. Limpe essa bagunça.- Queria enfincar cada caco de vidro nessa língua venenosa dele.— E não seja rude, Lia fez o jantar. Apareça. 

    

    

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Elisa Bonaldi Onde histórias criam vida. Descubra agora