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- Deveria usar roupas e acessórios mais confortáveis. - O olho de solaio e decido ignorar seu comentário mais inútil.

- Você falando e um gato cagando é a mesma coisa, Agente.

- Muito maduro da sua parte, Bonaldi. - Diz e vejo o momento em saca um maço de cigarro de dentro do bolso de sua jaqueta incrivelmente sexy. - Acredito que se colocar um tênis e uma bota, você, ficará mais confortável para dirigir. Ninguém irá lhe ver, não sei para que toda essa arrumação.

- Eu consigo dirigir perfeitamente assim. Se consigo dirigir com você, ao meu lado, me enchendo a porra do saco, eu consigo dirigir de salto, saia e linda. E caso você não se lembre, da ultima vez aqueles homens me viram. E garanto, nunca viram, algo tão sexy, dar um jab de direita.

- Confiante de mais.

Esse homem tem o dom de tirar a merda fora de mim. Freio com o carro e me diverto com o momento em que seu cigarro cai de seus dedos e pousa em seu colo, vejo um Gabriel pular no banco desesperadamente. O que me causa grande diversão.

- Você nunca abre essa boca para me dizer algo legal. Mas se eu estou aqui é porque precisa de mim, sua maquina poluente. E pegue todos os seus conselhos desnecessários e os enfinhe no cu! Ou você deveria se auto aconselhar e parar de poluir o mundo e a você mesmo com essa merda de cigarro.

- Porra!

- É uma porra mesmo!

Gabriel me da um olhar que me faz querer desaparecer da face da terra. Me ajeito em meu banco e torno a manobrar a Lamborghini Murciélago O motor é um V12 de 6.5 litros que gera apenas 670 cv de potência. A relação peso-potência é de 2,3 kg por cavalos, o que permite impulsioná-lo de 0 à 100 km/h em apenas 3,2 segundos. A velocidade máxima informada pela marca italiana é de 342 km/h. Ou seja, uma verdadeira máquina. Da onde Gabriel tira esses brinquedinhos caros? Não sei. Mas caramba, é uma delícia pilotar.

- Faça isso novamente e você nunca mais dirigirá carro nenhum.

- Pode ter a certeza que dirijo.

- Bonaldi, não pense que pode competir comigo.

- Não pense você que pode me dizer o que devo ou não fazer. Estou aqui, por um motivo, o motivo que me faz querer arrancar meu coração. E so ele, somente ele, é capaz de fazer com que eu pare o que estou fazendo. Não você. Você esta com o pé no pescoço do tigre, Ortega.

- Estou mesmo, Bonaldi?- esse seus sarcasmo me irrita. Suspiro e decido dirigir quieta. - Acho que é apenas uma pequena tigresa.

- Pequena ou não, eu sou. E você sabe o que acontece quando você tira o pé?

Ele me olha e eu somente sorrio. Chegamos ao Laboratório que Gabriel disse que invadiria, atrás de mim há cinco carros, com sua equipe. Parece que hoje conhecerei eles. Tiro o pé do acelerador e vou freiando aos poucos. Gabriel desce e um cara negro com uma enorme se posiciona a frente do portão, e quando menos espero, vejo o portão desmoronar.

- Vamos, tigresa. - Se eu não tivesse um ranço por esse homem, eu dava para ele. Tiro o pé do freio e acelero. - Bonaldi, pare.

Paro imediatamente. Antes de Gabriel descer o puxo pela camisa.

- Se cuide. E por favor, não demore.

Um meio sorriso. ISSO BRASELLL. Um meio sorriso do moreno perigoso. Ele volta a sentar e segura minha mão.

- Dessa vez você sairá intacta, Bonaldi.

E então se vai. E eu fico ali esperando algum maluco aparecer para querer me matar. Minha coxa ainda dói, meu ombro, minhas costelas...
Tudo.

Suspiro alto. Quero dormir. Quero minha vida de volta. Gabriel me tirou da minha zona de conforto e me deu o que mais amo e ao mesmo tempo abriu novas feridas.

Verifico as portas e o relógio.

- Vinte minutos. Cadê você, Gabriel?

Assim que termino de falar o cara negro bate com força em minha janela e pede para que eu abra.

- Gabriel pediu para você sair. A coisa esta feia ali dentro.

Meu olhar viajar do cara para o prédio do prédio para o cara. Abro o porta luvas e tiro de lá uma arma semi automática.

- Pode deixar, bonitão. Eu salvo seu chefe. - pisco para ele que me olha como se eu fosse louca.

- Sério, Elisa Bolnadi. Ortega mandou você sair daqui. Preciso que vá! Tenho que ajudar minha equipe.

- Então vá. Do seu chefe cuido eu.

Fecho as janelas e ligo o carro. Certo, o prédio é térreo. Com corredores largos. Só preciso passar imune pelos tiros e achar o Gabriel.

Acelero e entro. Se arrependimento matasse nessa porra! A merda do carro não blindado e se eu não fosse rápida, essa belezinha, viraria peneira. Passo pelos corredores o mais rápido que consigo, atropelando quem quer que ouse passar na minha frente ou atirar em mim, quando vejo Gabriel em luta corporal com três homens.

Acelero o carro atropelando um e afastando outro. Desço e que deus me perdoe, mas eu corro para verificar se o cara que atropelei morreu. E para minha surpresa ele esta coberto de sangue.

Nem tenho tempo para refletir. O chute que recebo nas costelas me faz sugar o ar e berrar alto. Caio como uma jaca mole no chão.

- Porra! - Gabriel berra e vem como um touro para cima do homem. Rolo para o lado e vejo um outro cara ameaçar ir para cima do Gabriel. Retiro a arma da cintura e sem pensar muito, miro e puxo o gatilho.

Escuto um gemido esganecido.

Elisa Bonaldi Onde histórias criam vida. Descubra agora