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Um ano depois...

Hoje é meu aniversário de 29 anos. Estou extremamente feliz, depois que voltei daquela experiência louca com Gabriel e Vicenzo. Bill, meu irmão, estava a minha espera. Com nada mais e nada menos com minha vida em seus braços. Agatha, minha filha com Ian. Poderia ter escolhido um pai melhor, mas escolhas e consequências, né não? Bill, me explicou que Ian simplesmente abriu mão da guarda de Agatha e eu não poderia ficar mais feliz.

— Faça uma pedido, Mamãe. - Sorrio para minha riqueza. Ela tem meus olhos verdes, meu cabelo loiro, e minha inteligência.

Assopro  a vela e sorrio. Meu irmão Bill e Bia, resolveram que seria uma boa ideia fazer uma festa surpresa para mim. Bia, como sempre, manipuladora, convenceu ele dessa ideia brilhante.

— Você me paga Senhorita, Walton. - digo semicerrando os olhos para ela. Que me mostra o dedo do meio para mim. Meu irmão se aproxima com sua namorada Vanessa. Ela parece ser bem legal e queridinha.

— Parabéns, maninha. Te amo muito. - Diz ele quando me abraça, Vanessa sorri e deseja felicidades e amor, abraço minha mais nova cunhada. Olho de relance para Beatriz que desvia o olhar. Sei que ela gostava do meu irmão, os dois até tentaram, mas Bill é cabeça dura e Bia também. Foi melhor assim.

— Vamos curtir a festa! - Berro nos ouvidos de Bia. Tem muita gente que não conheço. Alguns são clientes antigos, outros são amigos de Bill. Procuro a babá de Agatha com olhos e a acho encolhida em um canto. - Vic! Vem aqui!

Ela me olha assustada e sorrio para que não se preocupe.

— Agatha está brincando com algumas crianças. Se importa de olha- lá para mim?

— Não, senhora.

Sorrio e puxo Bia para o outro lado.

— Pare de fuzilar minha cunhada com esse olhar mortal. - digo dando risada e provando um pouco do meu drink.

— Não estou. Esse é meu olhar normal. - diz ela em pleno mal humor. Cutuco suas costelas e ela pula.

— Bia, qual é! Bill é um chato! Ele pode até ser bonitao, mas só uma santa para aguentar toda aquele poço de chatice.

— Tem razão. - diz ela cruzando os braços e olhando para qualquer lado menos pra mim.

— Esqueça ele.

— Pare de se preocupar comigo. Vamos ver os presente que recebeu? Que tal?- ela nem espera minha resposta e sai me arrastando. Chegamos em uma sala onde há várias poltronas e um sofá enorme preto, uma mesa de centro de vidro, onde vários presentes estão disposto. Mas um chama minha atenção.

É uma garrafa com um líquido escuro dentro, vinho. Pego nas mãos e leio seu nome com meu sobrenome: Bonaldi

— Alguém fez um vinho para você?

Retiro o cartão que está dependurado e leio: Feliz aniversário, minha querida Elisa. Espero que sua vida esteja em harmonia agora. Essa é uma edição limitada, única e exclusiva. Aproveite. É toda sua.
                              Vincenzo Giacomo.

Ofego. E ponho a garrafa de volta a mesa. Minhas mãos estão suando. Olho para Bia que me questiona com o olhar.

— Guarde tudo Bia. Vou para casa.

— Como assim?! Hey! Não. Volte aqui agora.

Saio da sala e atravesso o salão, recebo um olhar inquisidor do meu irmão, mas ignoro. Chego perto de Vic e puxo ela pela mão, encontro Agatha e sem tempo dela reagir a mim, apanho ela em meus braços e saio com as duas do salão de festas.

Agatha não parou de perguntar o motivo pelo qual saímos tão apressada. Vic, acariciou seus cabelos até ela adormecer. Meu celular não parava de vibrar com mensagens e ligações.

Depois de deixar Vic em sua casa, pego Agatha em meus braços e a coloco com cuidado em sua cama. Ter minha filha em minha vida finalmente é uma felicidade imensa. Achei que nunca iria conseguir

Ian tirou a guarda de Agatha de mim. Seu pai todo poderoso e prefeito da cidade comprou nosso juiz. E eu não pude fazer nada. O pior foi quando soube que ele tinha a colocado em um colégio interno, no qual eu não sabia onde ficava. Chorei horrores quando soube. Mas cá estamos. Livres desse maldito.

Mando mensagem para Bia e Bill, pedindo que me deixe em paz e que nada de ruim aconteceu.

Tomo um banho e visto uma camisola de seda preta. Sento em meu sofá e suspiro.

Ele não me esqueceu.

Nao é como se eu não lembrasse e não tivesse curiosidade de ouvir sua voz novamente. Mas agora que tenho Agatha, não posso arriscar perder ela. O mundo no qual Vincenzo vive, é cercado de horror. E por a mim e minha filha nisso, seria egoísmo.

Ele tinha que entender.



Elisa Bonaldi Onde histórias criam vida. Descubra agora