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São raras as vezes que tive que utilizar da força física. Da última vez quase resultou em morte.

— É verdade Elisa. Não estou aqui a passeio ou para brincadeiras. Preciso de um piloto. rápido e habilidoso.

Ele fala tão calmo e tão serio. Senhor! Não pode ser...

— Eu não trabalho para ninguém.

Ele nem pisca.

— Mas você vai querer trabalhar para mim.

Inspiro fundo e não acredito no que esta acontecendo. Esse cara acha que pode tudo por somente trabalhar para pessoas que detém o poder sobre tudo. A questão é que nasci livre e morrerei assim.

— Se era isso que queria, agente Ortega. Perdeu seu tempo.— Digo ja abrindo a porta e o convidando a sair.

— Não pode virar as costas para isso. Vamos ter essa conversa de um jeito ou de outro.— Pronto. Se queria me irritar conseguiu. Aproximo-me em passos decididos ate o sujeito que se acha o dono da porra toda. Furiosa como uma leoa. — Esse é o lance engraçado do destino. É traiçoeiro. As vezes traz coisas lindas e as vezes traz momentos como este — E então ele saca um aparelho celular do bolso e me estende. Puta, mas curiosa, me aproximo e tomo em minhas mãos.

Gabriel quase encosta sua boca em meu ouvido para sussurrar.

— Ah, você vai querer trabalhar para mim.— Ouço seus passos se dirigindo até a porta. A raiva infla dentro de mim e tudo que posso fazer é continuar em silêncio. — E se eu fosse você, Lisa, não comentaria isso com mais ninguém.

Com uma taça de vinho nas mãos, observo o silêncio se sentar a minha frente e me fazer companhia. Aprecio a sutileza e a deliciosa conversa que mantemos. É inspirador e desestressante.

Dou um gole e observo, a porra da janela está aberta. Foda-se vai dormir assim. Chega de esforços físicos e barulhos desnecessário.

Eis uma solteirona, rica e linda que teve a casa invadida por um idiota gostoso que me ameaçou e me intimou.

Tudo numa boa!

Boa noite.

Elisa Bonaldi Onde histórias criam vida. Descubra agora