Parece que um trator passou por cima de mim e esqueceu de me enterrar. Me levanto e pulo para o banheiro. E que banheiro meus amigos...
Decido vestir saia assimétrica e cintura alta, fechamento por abotoamento duplo, ferragem prateada, fechamento posterior por zíper e bainha assimétrica, feita de lã e na cor preta da Balmain. Em cima decidi por uma blusa ombro único Rydal preto Roland Mouret. Com alça única e bainha assimétrica. Nos pés escolhi uma sandália Carolyne 95 Aquazzura. Com salto agulha alto, solado em couro, fechamento por alça com fivela no tornozelo, tiras, padronagem de pele de cobra, acabamento interno em couro e detalhe de pespontos.
Posso estar acabada por dentro, mas hoje, mostrarei para aquele filho da puta quem sou. E eu não sou de chorar pelo leite derramado. Faço merda, mas admito. Erro? Mas estou aprendendo com meus erros.
Há uma coisa que precisam saber. Não o tipo de mulher que lamenta. Não sou de fugir de briga, de compromisso, da dor, da felicidade e da tristeza. Eu vivo. E por isso pago meu preço e ninguém, nem mesmo Gabriel Ortega tem o direito de criticar o modo como dirijo minha vida.
Porra! Fui guerreira. Passei por coisas que me deixaram com vontade de morrer. Tive que ser meu colo, meu refugio, minha amiga, minha própria mãe...
Sou boa no que faço. Sou foda, na verdade.
Preparo um xicara de café e sorvo do seu sabor inconfundível.
- Amo!
-Também -
-Putaquepariu! Sabe bater não? Nunca foi educado? Eu poderia estar pelada!
-Não preciso bater, tenho acesso. Fui muito bem educado e você não esta pelada. E mesmo se estivesse, não me atrai.
- Gay? - Gabriel me olha de cima a baixo e Gzuis, esse homem é um idiota, mas um gostoso de preto. Botas pretas, camisa polo preta, jaqueta de couro e sapatos pretos.
- Desculpe-me, acho que não fui claro. - ele se aproxima e eu molho os labios de cima e de baixo. Sua aproximação me deixa eufórica- Quis dizer que você, em especifico, não me atrai.
Quase deixo a xicara cair.
- Mas que porra...
- Bonaldi - me reeprende.
- O cacete! - quase cuspo.Me levanto da bancada e caminho ate o bastardo escroto. Encaro bem os olhos verdes selvagens.
minha ruína.
- Eu aceito que não sinta nada por mim. Mas se olhar para minha bunda... ahh Ortega... eu serei seu inferno.
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Elisa Bonaldi
RomancePor muito tempo fui a menina ingênua que era fácil de se manipular e criar medo. Tive um passado que não me orgulho, tudo por uma escolha idiota de uma ilusória história, que achei que poderia dar certo. Fui teimosa, como sempre, e fiz escolhas das...