03 | Perigosamente perto.

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S U N G H O O N

Em momentos de intensa vulnerabilidade, já se viu desejando desaparecer, mergulhar nas sombras até que o mundo esqueça seu nome? Pois bem, esse é o drama em que me vejo envolto, um desejo avassalador de me tornar invisível, ainda que por breves in...

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Em momentos de intensa vulnerabilidade, já se viu desejando desaparecer, mergulhar nas sombras até que o mundo esqueça seu nome? Pois bem, esse é o drama em que me vejo envolto, um desejo avassalador de me tornar invisível, ainda que por breves instantes.

O silêncio de Sunoo, desde o instante em que o flagrei retirando o gloss de sua bolsa, foi ensurdecedor. Meu coração palpitava, minha mente, um emaranhado de dúvidas, incapaz de decifrar o que havia capturado sua atenção a ponto de silenciá-lo.

── Então... — iniciei, de forma calma. ── Mil desculpas pelo rolo de uns minutos atrás, eu agi no impulso, então...

── Ei loirinho, relaxa. — Com um sorriso que parecia dissolver qualquer tensão, Sunoo interveio, seu olhar trazendo uma calmaria que me questionava profundamente. ── Nem precisa pedir desculpas, está tudo bem, e obrigado pelo elogio. — Ele sorri mais ainda e quase fecha os olhos.

Quando me dei conta, já estávamos na frente de uma casa chiquérrima, toda branca e azul-bebê. A residência do Sunoo não é nada modesta, viu?

Entramos e dei de cara com um senhor do outro lado da sala, encostado na enorme janela de vidro, falando em japonês ao telefone.

— Ih, meu pai está em casa! — Sunoo sussurra, visivelmente em pânico. Sem pensar sequer duas vezes, começa a esfregar freneticamente o casaco nos lábios.

Dessa vez ele conseguiu tirar o produto brilhante da boca. Sua ação me fez questionar a natureza de sua relação com o próprio pai, mas apenas permaneci observando.

Sunoo me puxou pelo pulso e me levou até o segundo andar. Ele abre uma porta meio entreaberta e, tcharam, estamos num quarto cheio de fotos polaroid. Pela coleção de câmeras, só podia ser o quarto dele.

── Isso é tudo culpa sua! — ele murmura, com uma raiva contida. Eu, paranóico que sou, achei que a bronca era pra mim, mas aí vi que ele tava falando com um frasco transparente.

Com a respiração descompassada, Sunoo levantou a mão e lançou o vidrinho na direção da janela aberta.

Escutei o suspiro dramático dele e me aproximei devagar. Fiz algo que nunca pensei que teria coragem: segurei as mãos do rosado e o puxei pra perto, até ficarmos cara a cara, olhando fundo nos olhos um do outro.

── Minha mãe disse que isso acalma quem tá nervoso e ansioso. — Falei baixinho, olhando nos olhos dele. Nessa hora, pude ver bem os brilhinhos que mencionei antes. Sunoo tem olhos incríveis.

── Sua mãe mentiu. — Ele respondeu no mesmo tom. ── Isso só me deixou mais nervoso, você está perigosamente perto, loirinho. ── Após ouvir o apelido inusitado, dei um passo pra trás, voltando a realidade.

Caramba! Minha cara deve estar mais vermelha que pimentão agora. Sinto minhas bochechas fervendo. Me afastei todo atrapalhado, tentando fingir que tava tudo normal.

── Curte tirar foto, Sr. Caladão? — Questionou, super tranquilo, enquanto pegava uma das câmeras que haviam sob a mesa.

── Ah, não sou muito chegado nisso, não levo jeito. — Respondi, me sentindo um pouco mais relaxo. ── E por que você vive me chamando desses apelidos? Não gosta do meu nome? — Perguntei, curioso.

── Que nada, você é um gato. Só te falta confiança. — Ele fala enquanto mexe na câmera. — Não te chamo pelo nome porque, acredita, não sei qual é. A gente nunca se apresentou direito. E vamos combinar que "loirinho" é um baita apelido.

Fiquei surpreso ao saber que Sunoo não fazia ideia do meu nome. Estava escrito no mural da faculdade, então como ele podia não saber? Bom, na verdade, isso nem me incomoda tanto. Sou praticamente invisível na faculdade mesmo.

— Meu nome é Sunghoon. — Disse a ele. — Park Sunghoon.

— Legal, Hoonie-ssi. — Fiquei paralisado com a última palavra. Parece que agora tenho um tipo de intimidade com o Kim, e isso me fez sorrir de canto. — Bora discutir as ideias pro projeto agora, pode ser?

Antes que eu conseguisse responder um simples "tá bom", concordando com a proposta dele, meu celular começou a vibrar no bolso interno do meu casaco. Levei um susto ao ver o nome na tela e as várias chamadas perdidas.

Era Nishimura me ligando desesperado. E o susto e surpresa em conjunto se deram pelo fato de que o japonês odiava chamadas.

Continua...

i n t e r a ç ã o!

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i n t e r a ç ã o!

se vocês fossem ficar presos em uma ilha e pudessem escolher um grupo de kpop para levar junto, qual vocês levariam e por quê?

me: o txt! eu acho que levaria eles porque a gente iria brincar e zoar tanto um e o outro que até iríamos esquecer que estávamos presos em uma ilha.

*

Kiss with Gloss  ─  Sunsun. Onde histórias criam vida. Descubra agora