Entre Leis & Sangue

Capítulo 3

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Fazia duas semanas que Samantha estava longe de casa, depois do incidente no qual acabou revelando detalhes da infância e adolescência, que nunca falou nem com o pai, nem com ninguém. Lara, Bob, a psicóloga e outros da cidade, que ficaram sabendo das fofocas, que ela viu a mãe morrer, a entendiam um pouco melhor. Nada se falou sobre o cara do bar e a morte dele e nem de Bryan.

Ela começou a reforma da casa do pai, além de se ocupar com os processos do MC, se mantendo ocupada por cerca de dezesseis a dezoito horas por dia. Reformaria um cômodo por vez, limpando, trocando os móveis, as cores e jogando velharias foras. Também via Lara e os Poe com frequência, mas parou de ir ao moto clube. John, ficava na vigilância da casa, das dez da noite às quatro da manhã, horário que normalmente ela dormia, mas o mais propício dela sair e fazer alguma merda, quando ela fazia, quando não dormia inquieta, Ian pegava das quatro até às dez da manhã, depois era Adam, das dez da manhã até às quatro da tarde e por fim Nicko. Ela mal e mal falava com eles, apenas cumprimentava para não ser rude quando os via. Não pedia ajuda, mas levava café ou comida a eles em silêncio. Às vezes algum dos outros membros, ficava no lugar dos prospectos, mas Nicko e John, não trocavam com ninguém, John era o que ela menos falava ou via, ela o evitava como o diabo foge da cruz.

Após sair do seu auto exílio a semana passou voando, cheia de modificações, obras e coisas infinitas para fazer. Continuou ignorando as mensagens e ligações do escritório em NY. Então, o FBI e o juiz, responsável pelo caso entraram em contato. Ela explicou que como estava afastada e descreditada do processo não iria interferir mais. Com isso John e Nicholas foram esculachados por não estarem dando conta de continuar com o processo e por tomarem o processo para eles publicamente, mesmo sendo incapazes de dar conta dele. O FBI fazia marcação cerrada em cima deles, para tomarem providencias e continuassem. Por algum descuido, Nicholas, pegou um avião e bateu na porta de Bob. Apenas quando ele desceu do táxi, que o FBI soube da situação.

Ele chegou de madrugada, John estava de vigia, os dois eram opostos. Nicholas era malhado, alto, forte, cabelo e olhos escuros, vestia roupa social, era polido, vaidoso, o cabelo impecável com gel, a pele lisa, perfumado. John era largado, desengonçado, vestia—se simples, assim como a barba e o cabelo mal penteados e cuidados, roupa larga e gasta. Bob foi chamado, o agente Stuard estava ali, surtando com os responsáveis do FBI em NY, que o deixaram embarcar até ali, com os vigias do aeroporto em Samoa e a polícia rodoviária e local, que não cuidou das entradas e saídas da cidade, que eram o que deviam fazer.

Samantha saiu da cama ouvindo as conversas e gritos, com uma camiseta de banda comprida, velha, gasta, sem shorts, o cabelo impecável como sempre, mas sem maquiagem, as olheiras e cara de sono estavam em evidência, a raiva era maior que tudo isso. Bob xingava Nicholas tentando avançar nele, John o segurava impedindo que entrasse na casa ou que Bob pusesse as mãos neles, mas ele mesmo queria brigar com Nicholas, tanto por estar ali quando não devia, também por ciúmes, por se sentir inferior a ele, pensando ser por isso que Samantha não queria nada sério. O oficial da polícia ligou para Bruce que apareceu logo em seguida de moletom e chinelos.

—Calem-se. Todos. — disse Samantha irritada —Menos você, agente, continua xingando os incompetentes de NY e arruma alguém para levar esse merda daqui. Bruce, sinto muito terem te acordado, querido, pode voltar para casa, não tem o que fazer aqui, ele é um problema do FBI. Kevin, certo? — perguntou ela para oficial da cidade, que acenou positivamente —Volta para viatura e avisa para ficarem de olho se outros carros ou táxis entrarem na cidade. Apesar que se eles mandaram alguém, já devem estar aqui. Se puderem dar uma olhada nas entradas em hotéis, pensões, casas vazias e coisas assim, seria muito útil. Obrigada. — ela sorriu para ele —Merda! — falou para si mesma e respirou fundo —Pai, deixa que eu resolvo isso, ele não vai ficar e não vai entrar em casa — ela encostou no ombro de John com carinho e ele se afastou de Nicholas —Seu idiota, burro do caralho, filho de uma puta mal comida, ameba desmiolada... — ela respirou fundo olhando para Nicholas possessa de raiva, com as mãos tensas e fechadas, então colocou o dedo na cara dele —Reza, mas reza muito para ninguém ter te seguido e nada acontecer com ninguém aqui, porque se acontecer algo, se a Hellven vier para cá, juro, juro para você, que você vai preferir que eles te achem do que eu, porque eu não vou te matar Nick, vou fazer muito, muito pior.