Entre Leis & Sangue

Capítulo 10

Disponível KindleUnlimited 

Autor: Francieli Mikeline

Livro: Entre Leis & Sangue

John parou na frente de um terreno, que tinha uma casa grande e outra menor nos fundos. A da frente tinha dois andares, muitas plantas e um jardim bem cuidados, tinha janelas amplas, abertas, limpas. A de trás parecia limpa, mas estava fechada e tinha cortinas escuras.

—John — começou Samantha assim que desceram da moto —aquilo, no hotel, eu... — seus olhos marejaram, John a abraçou e deu um beijo na cabeça dela.

—Você faz isso com frequência?

—Não, claro que não. — ela se soltou dele e o olhou nos olhos —Eu penso em fazer isso com frequência, mas não faço. Se não fosse o Nicko na minha vida, possivelmente eu faria, sabe? Quando eu o conheci eu era cheia de fúria, de ódio e teria me tornado um tipo de serial killer ou sei lá. Ele me convenceu que não valia a pena e era perigoso. Eu não tenho orgulho... — John ia falar algo, ela pôs os dedos nos lábios dele —deixa eu terminar. Eu... não tenho orgulho de nenhuma das mortes que eu causei. Aqueles moleques que atiraram no meu pai, eu fiz o que eu achei que tinha que fazer. David e os outros agentes, eu fiz por vingança e para tentar me impor, tentar mostrar para esses caras que eu não estou para brincadeira, para tentar proteger você e os outros. Eu não me sinto melhor, na verdade, me sinto ainda pior pela morte do Nicko e eu não sei lidar com isso.

Ele a abraçou de novo.

—Tudo bem Sammy, eu já puxei o gatilho algumas vezes, não me orgulho disso e preferia não ter feito, mas às vezes a gente não tem muita escolha. — ele a olhou nos olhos —Confesso que eu me assustei, mas eu meio que entendo sua raiva, sua frustração.

—Eu espero que nunca mais aconteça. — disse ela —Eu sempre espero que seja a última vez. Mas nunca é...

—Estou aqui para conversar quando você quiser e estiver pronta, não vou fugir. — ele sorriu —Agora, deixa eu contar, eu moro aqui. Com a Julia, minha irmã, a Alisson, minha sobrinha que tem 15 anos e Dona Aurora, minha avó. A Julia trabalha em Samoa, vai e volta todo dia, então não está em casa ainda.

—John, como foi o funeral... — uma adolescente, loira, magricela de olhos claros, duas tranças, com jeito de menina vinha dos fundos e arregalou os olhos ao ver Samantha.

—Ali essa é a Sammy, Sammy minha sobrinha, Ali. — ele sorriu.

Alisson correu, mas ao se aproximar parou, ela sorria e olhava admirada para Samantha.

—Oi, meu tio falou muito de você, mas você é tão mais bonita pessoalmente. — disse ela.

Samantha notando a timidez e medo da garota, se aproximou e a abraçou.

—Não posso dizer o mesmo, sobre ele ter falado de você. Ele, na verdade, nunca me falou nada sobre a família dele, culpa minha, pois a gente passou por uns problemas e conversou pouco. — Samantha olhou para Alisson —Mas estou muito feliz de te conhecer.

—Você tem que ver ela sem a maquiagem borrada, as olheiras e a cara inchada, também melhora depois que come. — disse John rindo —Ela fica ainda mais bonita.

Ele mostrou a caixa de rosquinhas.

—A bisa tá fazendo café. — disse Alisson —Vem, ela vai adorar te conhecer.

John entregou a caixa de rosquinhas para Alisson.

—A gente já vai. Deixa só a princesa processar as coisas. Eu não falei de vocês e ela vai me matar por estar desarrumada. — ele riu.