Capítulo 14

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Alice parecia ter escutado algo e pediu para que eu ficasse a vontade em seu quarto enquanto ela resolvia uma coisa.
Era um quarto bonito, grande com as paredes roxas. Plantas e desenhos de roupas enfeitam o ambiente. Um extenso closet só mostrava o quanto aquilo era a cara dela.
Me sentei na cama ali presente e respirei fundo. Eu não iria chorar, não mais.
Nem reparei quando uma loira entrou no quarto. Era a mesma de mais cedo que me encarou com surpresa, e ela era linda, deslumbrante com sua pele pálida e cabelo ondulado.
Ela se sentou calmamente ao meu lado.

Sou Rosalie, mas pode me chamar de Rose — encarei seus olhos e sorri.

– Stella, prazer — ela sorriu minimamente e ficou imóvel por alguns segundos.

– Nós ouvimos a conversa de vocês — continuei a encarando sem me incomodar com a informação — Não de propósito, mas nossa audição é boa demais e...

– Tudo bem — tentei a tranquilizar sobre aquilo, por mais que fosse vergonhoso todos terem escutado, era sobre a família dele que estávamos falando.

– Você quer mesmo ir embora? — ela passou a mão pelo cabelo perfeito e me olhou sem maldade.

– Não possui nada aqui que me prenda — minha voz saiu baixa e tristonha.

– Eu estava ansiosa para te conhecer pessoalmente, já que Cedric contou tudo possível e eu sinto que te conheço maravilhosamente bem — sorri com seu comentário enquanto ela continuava — Eu sei por exemplo que sua cor favorita é azul, você é mente aberta e analisa bem as situações...

Eu a olhava embasbacada, ela realmente me conhecia de alguma forma.

Você o ama muito, não é? — sua pergunta saiu compreensiva.

– Sim, muito — não hesitei em responder.

– Então por que vai embora?

– Porque ele não me ama, ele ama Bella — a feição bonita de Rose se retorceu em uma careta assim que o nome "Bella" fora pronunciado.

– E você acredita nisso?

– Ele me disse isso — senti meu coração se apertar.

A loira se levantou e indicou a porta com a cabeça.

Talvez eu não devesse mostrar isso a você, mas aquele idiota sempre lê minha mente e cruza o limite da privacidade.

Dei uma risadinha com seu pequeno desabafo e me levantei, a seguindo para fora do quarto.

Ele saiu de casa, vamos aproveitar, vem — ela ergueu sua mão para que eu pegasse e eu não hesitei.

Senti o toque gelado e me lembrei de Ginny, elas se pareciam em alguns aspectos, assim como Alice e Luna. Eu estava morrendo de saudades da minha família.
Rose nos levou até uma porta branca.

Este é o quarto dele — ela pronunciou e eu me senti culpada, ela queria que eu entrasse?

– Está tudo bem, você tem direito de ver o que vou lhe mostrar — ela disse e imediatamente abriu a porta, entrando antes de mim.

Entrei envergonhada e encarei a estante com vários CDs, e assim que me virei, meu coração saltou do peito.
Na parede branca, um desenho imenso meu estava lá, meus cabelos de fios claros e meus olhos brilhantes.  Era assim que ele se lembrava de mim. Me aproximei lentamente até o desenho enquanto Rosalie me encarava silenciosamente.
Fiquei ainda mais sem fala quando ao lado, emoldurado em um quadro estava minha pulseira, a que ele me deu na primeira vez em que nos beijamos.
E eu pensei que havia perdido a pulseira junto a ele.

Hogwarts (passado)

Era o dia da última prova do Torneio Tribruxo, só Merlin sabia o quanto eu pedi a Cedric que não participasse, o que resultou em uma longa Dr. Não é que eu não confiasse em seu potencial, Cedric era incrível e capaz de ganhar aquele torneio, mesmo que Harry estivesse participando e fosse um oponente forte. Mas tinha algo, uma sensação me perseguindo, sussurrando que aquilo era perigoso.

Um aperto no peito que deixava tudo mais difícil.

Mas ele estava feliz, céus, ele estava tão feliz! E eu tinha que o apoiar e não agir como uma namorada chata.
Harry já tinha entrado no campo verde, e Cedric me olhava com adoração, seus olhos castanhos brilhando e eu senti tanto amor irradiando dali, sabendo que eu não estava diferente, sorri e o abracei apertado.

Ele me beijou carinhosamente e eu retirei minha pulseira com pingente de livro, o entregando em seguida.

– Para lembrar de mim durante a prova — ele pegou e sorriu.

– Eu sempre me lembro de você — passei a mão por seus cabelos e ele me abraçou mais uma vez antes de se afastar e dizer: — Você é tudo pra mim, Grey.

– Boa sorte, amor — sorrindo ele se afastou e foi em direção ao gramado.

O torneio estava lindo, tudo colorido e eu pedia a Merlin para que mantivesse todos em segurança.

Depois de Dumbledore explicar as regras e os meninos se encaminharem para o labirinto, Ced me olhou e acenou com a cabeça.

Iria dar tudo certo, eu sabia que iria. Eu ignorava a sensação em meu peito e sorria. Feliz por ele e já com saudade.

Entre Dois Mundos- Edward/CedricOnde histórias criam vida. Descubra agora