Capítulo 16

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Cedric estava sentado em frente a um lago, Alice estava ao seu lado e se levantou no momento em que chegamos. Foi uma caminhada de 10 minutos até esse local.
Fiquei parada a 6 passos de Ced enquanto as meninas corriam de volta. Em segundos já não estavam lá.
Me encaminhei calmamente e sentei ao seu lado. Ele se virou para mim enquanto o vento bagunçava meu cabelo e eu prendia uma mecha atrás da orelha.

Foram três anos — comecei enquanto ele me olhava com as sobrancelhas franzidas — Depois de sua "morte", eu fiquei muito abalada e não conversei por semanas. Fiquei magra e tinha pesadelos. Quando resolvi tentar voltar a pelo menos realizar as atividades normais, Dumbledore morreu e uma guerra começou.

Eu sabia que ele estava vendo minhas memórias. Rose disse que ele podia ler minha mente e pediu para que tomasse cuidado para não recordar de nossa conversa.

– Voldemort mandou caçar Harry e tentou tomar controle de todos — já não suportando olhar em seus olhos, encarei o lago cristalino em minha frente — Dumbledore era como meu pai, foi difícil tentar seguir em frente depois de sua morte sendo que sequer tinha superado a do meu namorado. E então, na última luta...

As lembranças turvas ocupavam meus pensamentos. Lembranças dolorosas.

A única forma de derrotar Voldemort era destruir as horcruxes — levei meus joelhos para junto de meu corpo e os abracei — Eu tinha conversado com Luna, Fred e George mais cedo, combinando de nos encontrar depois de toda a bagunça. Quando Harry matasse Voldemort e conseguíssemos matar a cobra. Mas assim que nos encontramos...

Soltei um soluço enquanto chorava. Quantas lágrimas eu era capaz de reproduzir?

Fred havia morrido. Meu... — respirei fundo tentando me acalmar —Eu o amo, sempre vou amar Fred. Dumbledore, meu pai de criação. Tonks por ter sido como uma irmã mais velha. Lupin, por ter me ensinado tantas coisas. Snape por ter brincado comigo quando era pequena. E naquele momento eu entendi que nunca superaria. Eu nunca tinha superado a sua morte e a de Dumbledore, a de Fred não seria diferente. A de todos eles nunca seriam.

Senti o toque gelado de Cedric e senti seu abraço.

Eu tentei me matar. Tentei pular da Torre de Astronomia e se Draco Malfoy não tivesse me puxado, talvez minha existência se resumiria em apenas mais um corpo para nossos amigos enterrarem.

Ainda no abraço, o encarei e toquei em seu rosto.

Eu estou quebrada Cedric, estou em pedaços. Mas eles são seus. Restaram apenas cacos, mas é o que eu sou agora — ele negou com a cabeça e começou a falar, mas eu coloquei um dedo em seus lábios para interromper — Você disse que não é o homem que eu amava, mas ainda é você, Cedric Diggory, e eu amaria todas as suas versões — Bella invadiu meus pensamentos — Tem certeza de que a ama?

– Ela diz que sim.

– Não. Estou perguntando se você a ama. Se a resposta for sim, de coração, eu irei embora. Porque eu quero que seja feliz.

– Não.

– Não o que? — perguntei.

– Não amo.

Não escondi o sorriso que se formou em meu rosto.

Então eu gostaria que pensasse sobre isso mais um pouco — me levantei — Para que tenha certeza, e eu possa conhecer o Edward.

Ele sorriu e aquilo me deixou tonta.

Talvez — me agachei novamente e fiquei a 1 centímetro de seu rosto — Eu possa mostrar para ele uma coisa, caso meu amigo Cedric tenha esquecido.

– Ah é? O que? — ele sorriu de canto, divertido.

Aí estava meu Cedric.

Não sei, quem sabe ele queira repetir o que aconteceu na sala precisa em Hogwarts.

Pela malícia que se tornou a expressão de seu lindo rosto. Ele se lembrava muito bem.
Ele se aproximou encostando nossos narizes e quando foi me beijar, eu virei meu rosto.

Não fico com homens comprometidos — minha voz soou divertida enquanto eu levantava e caminhava alguns passos e gritava o nome de Rose. Era uma deixa para ela vir me buscar. — Vou lutar por isso.

Ele pareceu confuso por alguns segundos, mas então leu minha mente e entendeu. Eu lutaria por nós.

Não será preciso. Você nunca precisou lutar para me ter. Não precisa lutar por algo que sempre foi seu — sua voz grossa me causou um arrepio.

Só aí Rose chegou, me colocando em suas costas para uma corrida de 7 segundos. Ainda sem reação por suas palavras, eu consegui absorver cada letra. Sempre foi sobre nós. Essa era nossa história. E ainda tínhamos muito o que escrever.

Entre Dois Mundos- Edward/CedricOnde histórias criam vida. Descubra agora