Capítulo 2

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Robert observava com tédio os casais valsarem pelo salão.

— Me chamou aqui para admirar as habilidades dos pés de valsa de toda Londres ou é uma forma discreta de me dar aulas? — provoca Kellan e sorri com malícia.

Rob resmunga.

— Eu tenho que estar aqui, você sabe disso. — respondeu Robert com rispidez.

— Mas eu não — o conde dá um tapinha no ombro do amigo — e por mais que seja adorável ver você de cara feia espantando qualquer pessoa ao seu redor, eu tenho um compromisso marcado nos jardins. Até logo.

— Depois sou eu que estou sempre procurando confusão — resmunga o visconde.

Kellan sai pela porta lateral em direção aos jardins. Nunca estivera naquela casa antes ou sequer conhecia a anfitriã, um tal de Lady Trowbridge. Ele teria que se aventurar em meio às plantas e arbustos para encontrar Oksana.

Um interlúdio carnal sob a luz da lua era tudo que precisava para deixar aquele evento menos tedioso.

Agora... Por onde começar? Pergunta a si mesmo se enfiando entre as roseiras.

Um pouco depois, já havia memorizado os canteiros da parte oeste do jardim, então resolveu se aventurar mais para dentro em busca da ex-amante.

Ao fundo, sebes altas formavam paredões onde se via duas entradas — parecia um labirinto. Talvez o lugar perfeito e discreto para dois amantes aproveitarem a noite. Mas, ainda assim, não havia sinal da mulher e Kellan estava começando a ficar frustrado.

A pouca luz do ambiente fazia ele estreitar os olhos buscando enxergar algo. Mas adiante ouviu o barulho de água e avistou uma fonte redonda e alta.

Uma silhueta podia ser vista por detrás da pedra esculpida do monumento. Cabelos escuros... Vestido azul pálido.

Kellan achara sua presa.

Ele decide chegar de mansinho, não evitando para dar-lhe um susto, pois sabia que era esperado e provavelmente ela já teria sentindo sua presença — mas queria aumentar a tensão e quem sabe o tesão entre os dois.

Para atrás da fonte, observando o contorno do quadril feminino contra o mármore.

— Pensei que já estaria sem roupa, milady — ronrona ele e levanta a mão para sentir a pele macia do braço, puxando-o para si.

Belinda estava completamente entretida com seu livro quando sentiu uma mão quente puxando seu braço e um homem falando baixo, próximo demais do seu ouvido.

Antes mesmo que ela conseguisse esboçar uma reação, o homem usa a outra mão para puxá-la pelo quadril e ela sente suas costas indo de encontro ao peito do estranho.

Ela enrijeceu na hora. Precisava pensar em uma forma de fugir dali.

Ela sente o homem rindo às suas costas, o hálito esquentando a sua nuca e aquelas mãos asquerosas e atrevidas descendo por seu quadril.

— Parece tensa — o homem sussurra e puxa seu corpo para mais perto dele — Daqui a pouco irei acabar com todas as suas tensões daquele jeito que você adora...

Assim que percebe que seus braços estão livres, ela resolve agir. Não podia aguentar algo tão escandaloso assim por mais tempo.

Com as mãos trêmulas, consegue guardar discretamente o livro em sua pequena bolsa e se vira rapidamente, golpeando o homem com a bolsinha.

— Seu patife imundo! Tire essas mãos abjetas de cima de mim!

Kellan paralisa chocado e cambaleia ao ser atingido no rosto. Um par de olhos azuis o encaravam com fúria assassina enquanto lhe desferia mais golpes com a bolsa de mão.

ᴜᴍ ᴄᴏɴᴅᴇ ᴅᴇ SᴏʀᴛᴇOnde histórias criam vida. Descubra agora