Capítulo 18

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Julho de 1835

Belinda saiu da casa de Kellan nas nuvens, mal podia esperar pela visita dele no dia seguinte. Tinha passado alguns minutos com ele na sala de visitas conversando e acabaram trocando alguns beijos.

Ela nem podia acreditar que aquilo estava acontecendo. Tinha sentido tanto a falta de estar com ele, dos beijos dele e agora podia ter tudo isso, sem contar com o fato de que ele havia se declarado.

A carruagem a deixou de volta no Park, onde suas irmãs a esperavam. Ela contou tudo para Amélia e Carol, e apesar delas não estarem muito satisfeitas com tudo que havia acontecido, estavam ao menos felizes por verem a irmã sorrindo novamente.

Depois de passarem o resto da tarde conversando, foram para casa e Belinda ficou a noite toda ansiosa para o dia seguinte chegar e receber a visita de Kellan.

O Conde estava na entrada da casa Hastings com dois buquês de lírios nas mãos. Era de longe experiente na arte dos cortejos, mas achou que levar um arranjo de flores para Belinda e outro para a duquesa fosse o mais apropriado a se fazer.

Por sorte dele, que estava com ambas as mãos ocupadas - e mais nervoso do que jamais estivera na vida -, o mordomo atendeu a porta antes mesmo do conde tocar na aldrava.

Jeffries o guiou até a sala de visitas revestida de verde.

Kellan se sentou no sofá com ambos os buquês nas mãos, mas estava tão ansioso que não se aguentava parado e logo se levantou, ficando a caminhar pela sala fingindo interesse pelas obras de arte. Mas a verdade era que mal conseguia se concentrar em nada à sua frente.

Todos os seus pensamentos estavam em Belinda e no rumo que sua vida tomara.

Decidiu abandonar suas promessas passadas e se abrir para um futuro onde teria Belinda ao seu lado. Era a única coisa que lhe importava. Ela tinha seu coração. Ele era dela e Kellan não iria perdê-la.

Simon estava saindo da biblioteca quando escuta Jeffries falar o nome do conde de Wexford e guiar o rapaz para a sala de visitas. Depois da última visita dele, não queria ver o conde perto de sua casa, ainda mais depois de ter feito sua filha chorar e ficar infeliz por meses. Não sabia o que aquele patife estava fazendo ali, mas iria colocá-lo para fora antes que ele pudesse chegar perto de Belinda e a fazer chorar novamente.

Ele sai andando decidido e abre as portas da sala de visitas com força, chamando a atenção do conde, que estava em pé observando os transeuntes na rua.

- Wexford, o que está fazendo aqui? Acho que deixei claro que nossos assuntos de negócios ficariam restritos às conversas entre nossos administradores.

Kellan se vira para encarar o duque de Hastings que lhe dirigia um olhar nada amigável.

Certo, ele merecia aquilo. O conde não era nenhum tolo ao ponto de imaginar que o desprezo do duque não tivesse nada relacionado a sua filha do meio.

Ele não esperava começar o cortejo dando de cara com Simon Basset, mas era uma possibilidade já que o homem era o pai de Belinda.

- Vossa graça - Kellan faz uma mesura -, como vai? Ahn, temo que não vim à negócios, milorde. Vim ver Lady Belinda Basset, sua filha.

Os olhos de Simon pareciam estar prestes a pular fora das órbitas. O homem lhe dirigia um olhar que, se não estivesse tão determinado em seu intento, o faria encolher.

Belinda estava em seu quarto quando o mordomo avisa que Kellan havia chegado. Ela ficou tão animada com a notícia que desceu as escadas correndo, ignorando completamente suas irmãs que estavam subindo para o andar de cima.

ᴜᴍ ᴄᴏɴᴅᴇ ᴅᴇ SᴏʀᴛᴇOnde histórias criam vida. Descubra agora