Setembro de 1835
Kellan estava indo para a reunião mais assustadora e apavorante de toda sua vida — e estava ansioso pela chegada desse dia desde que Johnson voltara da Irlanda.
Sua demora, de um par de dias, se dera apenas porque ele estava preparando o discurso perfeito. Tentou elaborar algo poético e extremamente romântico, mas suas habilidades não iam tão longe.
Decidiu por fim se apegar a sua verdade, e apenas colocá-la para fora. Se Belinda o amava tanto quando ele a amava, ela o entenderia.
Entenderia que tudo que ele queria era passar o resto de sua vida ao lado dela. Amá-la por toda eternidade, ter uma família ao lado dela.
E estava aqui para pedir a permissão do pai de Belinda para isso. Esperava receber duas respostas positivas naquela tarde, e estava indo em busca da primeira.
Jeffries o recebe e faz menção de acompanhar o conde até o escritório de Hastings, mas Kellan o dispensa. Já conhecia o caminho.
— Me deseje sorte, Jeffries — o conde inspira nervoso e compartilha um sorriso de camaradagem com o homem.
— Boa sorte, milorde — o mordomo dá um sorriso contido.
Simon estava em seu escritório quando o conde de Wexford, sem ao menos ser anunciado, aparece à porta, parecendo ansioso.
Simon ao ver o rapaz já consegue imaginar do que se trata e convida o a se sentar na cadeira a sua frente.
— Wexford, nem vou dizer que é uma surpresa vê-lo, já que parece estar mais aqui do que em sua própria casa — Simon eleva uma sobrancelha, debochado e sorri para o conde — a que devo a sua visita?
Kellan assente. Estava tão tenso que nem só percebe o tom de deboche do duque tardiamente — nem ao menos consegue responder de forma espirituosa.
— Vossa graça — sua voz sai rouca pelo nervosismo —, como vai?
Ele ainda se mantinha de pé, sem perceber. E antes que o duque pudesse responder, o conde emenda:
— Vim pedir a mão de sua filha em casamento.
Ele apenas despeja, de forma desajeitada. E assim, todo seu discurso, vai por água abaixo.
Uma emoção forte tomava conta dele. Toda sua felicidade dependia daquele primeiro "sim". Não que a possibilidade de Belinda o rejeitar não o assustasse, mas não era nem um tolo, sabia que ela sentia pelo menos de forma parecida que Kellan.
Só esperava que fosse o mesmo sentimento que o dele.
Simon apesar de já estar ciente que esse momento estava próximo de acontecer, não deixou de ficar surpreso com a sensação de perda. Já conhecia esse sentimento, quando Amélia se casou e agora era a vez de Belinda.
Já havia conversado com Daphne sobre o relacionamento dos dois e era notável que se amavam. Tinham decidido aprovar a união, já que o conde, apesar de Simon considerá-lo um patife, parecia fazer Belinda imensamente feliz.
— Você sabe que a última palavra é a de Belinda, obviamente, mas tem a minha benção.
Simon escuta o suspiro de alívio do conde e vira o rosto para a janela para segurar uma risada. Logo então volta a fitar o jovem, de forma solene.
— Espero que não nos decepcione, Wexford. Estou entregando uma das pessoas mais importantes da minha vida à você. Cuide bem dela ou irá se ver comigo.
— Farei o possível, senh- digo, vossa graça. Cuidarei dela com a minha vida. Eu a amo.
Apesar do alívio imenso que sentiu com a resposta de Simon, o conde continuava tão nervoso quanto antes. Suas mãos suavam e suas pernas pareciam ter derretido.
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ᴜᴍ ᴄᴏɴᴅᴇ ᴅᴇ Sᴏʀᴛᴇ
أدب الهواةBelinda Bridgerton Basset, segunda filha do Duque e da Duquesa de Hastings, é a mais parecida com a mãe dentre os quatro irmãos. Tímida, inteligente e observadora, desde de pequena sonha em viver um amor intenso e arrebatador como o dos pais. Porém...