Agosto, 1834
Sir Christian Barlow cruzava a Oxford Street em direção à Dale's Bakery. Estava com Ariana, sua prima de terceiro grau e sua tia Josephine.
A mão enluvada e pequena de Ari apertava-lhe o braço. Sua prima lançava a ele sorrisos tímidos e corava sempre que Christian a flagrava olhando.
Ele sabia das intenções de sua tia em juntá-los, mas Barlow não tinha o menor interesse. Ariana era uma debutante franzina de 17 anos, sua estatura baixa e ossuda lhe davam a aparência de ser ainda mais nova. Sem contar que mal falava. Sempre que ia abrir a boca parecia que as palavras se embaralhavam e ficavam presas na garganta. Era um tortura assisti-la.
Pobre criatura, morreria uma solteirona.
E Barlow almejava mais. Queria uma herdeira, uma verdadeira joia britânica. Com uma boa aparência, vinda de uma boa família e com um bom — se não excelente — dote.
E assim que cruzou a porta de vidro do Dale's, a sineta tocou anunciando um novo cliente... Ele a viu.
A mulher que preenchia todos os requisitos para uma boa esposa.
Bonita, bem educada, agradável e a segunda filha do duque de Hastings. Levava até o título de Lady. Todos sabiam que as três filhas do duque tinham dotes mais que interessantes. O marido sairia da igreja com uma pequena fortuna.
Mas não era só isso que o atraía nela. Belinda era inteligente, sua companhia não era entediante ou enfadonha.
Era capaz de manter uma conversa e até rir com ele. Sem contar que não seria nada desagradável ter a companhia de uma esposa tão bonita.
Ele passou a observá-la desde que se conheceram em maio. Apesar de todas as qualidades, Lady Basset sempre ficava nos cantos do salão.
Seu jeito quieto e observador intimidava os homens, percebeu ele, o que era ótimo, pois era aí que ele entrava.
Belinda estava com sua acompanhante na confeitaria. Tinha parado ali para descansar um pouco após ter passado a tarde comprando fitas e acessórios para os próximos bailes. Estava ansiosa para o próximo evento, queria reencontrar o conde e ver se estavam realmente bem.
Ele havia respondido sua carta, a perdoando pelo que havia acontecido, mas ela só teria certeza disso quando pudesse conversar com ele pessoalmente.
Estava pensando no que diria para ele quando ouviu alguém chamando seu nome, levantou a vista e percebeu que era Sir Barlow.
— Boa tarde, Lady Belinda, que coincidência maravilhosa esbarrar com você aqui, é um prazer revê-la.
— Lorde Barlow, igualmente.
— Como se encontra, milady? — ele sorri com afabilidade — faz tempo desde que a vi pela última vez.
Sua tia e Ariana observavam a interação da mesa onde estavam. Josephine não parecia nem um pouco satisfeita com isso.
— Estou bem, e o senhor? Realmente faz um bom tempo desde a última vez que nos vimos – ela sorri educadamente.
Belinda tenta se lembrar de quando foi a última vez que o viu, e se lembrou que foi na noite em que dançou com o conde e que decidiram recomeçar. Lembrou-se de Wexford pegando o copo de limonada e teve que se segurar para não rir novamente. A cara de Sir Barlow naquele momento foi hilária. Era até injusto só conseguir se lembrar dele pelo fato de que esteve com o conde no mesmo evento, mas Sir Barlow perto de Wexford acabava sendo eclipsado pelo carisma do conde.
Belinda balançou a cabeça de leve, tentando reorganizar seus pensamentos. Deveria ficar e conversar com Sir Barlow. Não era educado conversar com um cavalheiro e ao mesmo tempo estar pensando em outro.
VOCÊ ESTÁ LENDO
ᴜᴍ ᴄᴏɴᴅᴇ ᴅᴇ Sᴏʀᴛᴇ
FanficBelinda Bridgerton Basset, segunda filha do Duque e da Duquesa de Hastings, é a mais parecida com a mãe dentre os quatro irmãos. Tímida, inteligente e observadora, desde de pequena sonha em viver um amor intenso e arrebatador como o dos pais. Porém...