Março de 1836
Passava da meia noite quando Kellan saiu para os jardins. Estava ansioso como o inferno para ver Belinda. A festa se estendera mais do que ele previra e os convidados acabaram se recolhendo um pouco mais tarde. Com a mansão dos Cantrell abarrotada de convidados, não seria muito inteligente ambos ficarem expostos no amplo jardim da casa.
Ele teve uma ideia para que pudesse conversar com Belinda sem que alguém os atrapalhasse ou gerasse um escândalo. Só esperava que ela concordasse em acompanhá-lo. Escutou passos suaves se aproximando e a maçaneta da porta lateral girando. Belinda saiu em seguida, vestindo um manto escuro. Ela olha para os lados com cautela e então para Kellan. Se aproximou devagar, parecia nervosa.
— Não acho que seja muito seguro ficarmos aqui — ele se aproxima e sussurra para.
Os olhos brilhavam de emoção ao vê-la, passando ansiosamente pelo rosto de Belinda, guardando todos os detalhes. Ele oferece a mão para ela.
— Sei de um lugar mais tranquilo e seguro. Vamos?
Belinda hesita um instante antes de aceitar a mão dele. Já tinha saído do seu quarto e estava ali, correndo o risco de ser vista. Não podia dizer não agora. E estava curiosa com o que ele tinha a dizer.
— Vamos — ela olha ao redor, nervosa — aqui tem muitas janelas. Alguém poderia nos ver.
A mão de Kellan estava quente em comparação à sua, que estava gelada por conta do nervosismo de estar de novo com ele. Sem conseguir evitar, soltou um suspiro entrecortado de satisfação ao poder sentir as mãos desluvadas dele junto à dela.
Ele entrelaça os dedos nos dela. E a guia silenciosamente para além do jardim, onde o terreno da propriedade se alongava.
— Nós vamos ter que caminhar um pouco. Cavalos iam fazer muito barulho — sua voz era baixa.
Chegaram a um campo de bétulas. A mansão ficava cada vez mais atrás deles.
— Aqui — Kellan aponta para um celeiro antigo — Foi onde eu e Robert deixamos Geoffrey quando ele tomou mais vinho do que deveria uma vez. Lady Cantrell iria matá-lo por chegar embriagado no baile das bodas dela. E como eu Rob estávamos famintos, escondemos ele aqui e fomos para o jantar — ele olha para Belinda com divertimento — Geoff não ficou feliz com o abandono.
O polegar dele fazia carinho no dorso da mão de Belinda. Era tão bom tocá-la.
— Mais a frente tem um riacho. Tenho uma ótima história de um vexame que o Geoff passou com uma família que fazia picnic ali perto. Mas depois eu lhe contarei. Estamos quase lá.
Uma cabana pequena de madeira apareceu à vista. O terraço era aberto, rodeado por um cercado de madeira. As janelas estavam fechadas, e algumas ferramentas estavam junto à porta. Eles sobem os dois degraus entrando na varanda. Kellan tira a chave do bolso e põe na fechadura, abrindo a porta.
Belinda olha para a construção diante deles e fica um pouco nervosa ao ver Kellan tirando uma chave do bolso, pensando se ele teria dito algo para Geoffrey ou Robert. Não queria que a conversa dos dois fosse de conhecimento de mais ninguém.
— Alguém sabe? — perguntou ela nervosa, apontando para as chaves e para a casa — Você falou para algum dos seus amigos que nos encontraríamos aqui hoje?
Ela fica esperando ele abrir a porta e Kellan, ainda segurando sua mão, a puxa para dentro da casa.
Ele a encara com seriedade.
— Claro que não — ele assegura — Consegui as chaves usando a vantagem de ser o melhor amigo do noivo.
Ele pisca para Belinda tentando tranquilizá-la.
VOCÊ ESTÁ LENDO
ᴜᴍ ᴄᴏɴᴅᴇ ᴅᴇ Sᴏʀᴛᴇ
FanficBelinda Bridgerton Basset, segunda filha do Duque e da Duquesa de Hastings, é a mais parecida com a mãe dentre os quatro irmãos. Tímida, inteligente e observadora, desde de pequena sonha em viver um amor intenso e arrebatador como o dos pais. Porém...