Capítulo 20

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Julho de 1835

O baile de Aubrey Hall estava no seu auge. Os convidados riam uns com os outros, copos de limonada e champagne tilintavam, casais dançavam pelo salão e Kellan nunca se sentiu tão feliz em toda vida.

O braço de Belinda descansava sobre o seu, enquanto eles davam uma volta pelo salão.

Já haviam compartilhado quatro danças sem se importar com o escândalo daquilo. E parecia que nenhum dos convidados também se importavam.

Parecia que estavam numa bolha só deles. E era perfeito. Mágico.

— Seu tio Colin... — começa Kellan.

— Ah, não — ela fecha os olhos e encosta a testa no braço de Kellan antes de se tocar do gesto íntimo, e se afastar.

Ele solta uma risada, e ela cora. Era tão adorável.

— Ele disse, perguntou, na verdade — Kellan levanta as sobrancelhas fingindo estupefação — uma coisa absurda.

Belinda geme se sentindo envergonhada.

— O que foi dessa vez?

— Perguntou se eu não iria tirá-la para dançar pela sétima vez hoje. Ele disse algo como estar louco para ver Hastings perder as estribeiras. Então eu disse que tinha outra coisa que eu poderia tirar de você que iria ter mais efeito.

Belinda congela e o encara, chocada.

— Você disse isso para o meu tio? Meu Deus, Kellan! Que vergonha!

Belinda sente as pernas enfraquecidas. Se seu tio Colin contasse para o seu pai o que tinha ouvido... Nem gostaria de imaginar o que seu pai faria. Era muito provável que ficaria sem saber o que era isso que Kellan estava pretendendo tirar dela.

Ela sentiu seu rosto queimando de vergonha, mas queria muito saber do que ele estava falando.

Belinda abaixa o rosto, olhando para o chão e começa a falar num tom mais baixo, quase imperceptível.

— E o que seria isso? Que você poderia tirar?

Ele ri baixinho.

— Essa parte eu não disse para ele — era óbvio que Kellan estava brincando, mas parecia que Belinda não havia percebido, o que deixava tudo mais divertido para ele —, mas já que quer saber — sussurra — começaria por esse seu vestido azul lindo, e então tiraria os seus sapatos, e o espartilho...

Ele olha para Belinda que estava da cor de carmim.

— Poderia me dizer de que cor é a sua combinação? Gosto de descrever com detalhes.

Ele segura o riso. Apesar de estar brincando, houve muitas vezes que se imaginou tirando todas as peças que cobriam a pele de Belinda.

Mas nesses momentos ele estava na solidão de seu quarto, não no meio de um baile recitando toda a libertinagem para a musa de seus pensamentos sórdidos.

Belinda segurou o braço de Kellan com força. Pensou que ia cair morta de vergonha — e de desejo, não podia negar — ao ouvir tudo que ele estava falando em voz baixa para ela.

Tentou imaginar a sensação.

Mesmo sabendo que era escandaloso, ela olhou para ele discretamente e falou em voz baixa.

— É tom de malva.

Kellan morde o lábio tentando segurar um gemido. Ela não tinha ideia do que fazia com ele.

— Se eu morrer, mulher, a culpa será sua. E não estou falando do seu pai me balear — ele abaixa a vista, com os olhos nublados de desejo. — Eu tiraria lentamente essa sua combinação cor de malva e depois admiraria o seu corpo... — ele diz baixinho com a voz rouca, os lábios roçando o ouvido de Belinda — E depois a faria...

ᴜᴍ ᴄᴏɴᴅᴇ ᴅᴇ SᴏʀᴛᴇOnde histórias criam vida. Descubra agora