Rape, murder, it's just a shot away
It's just a shot away
Rape, murder, yeah, it's just a shot away
It's just a shot away
Rape, murder, it's just a shot away
It's just a shot away
(Miguel)
Narro a partir de agora alguns fatos que ultimamente tornaram minha vida um verdadeiro caos. Não sei muito bem por onde começar, não sei qual é o começo, pois em uma vida de constantes mudanças a todo momento é um novo começo.
Um dos motivos da bagunça na minha vida, o maior de todos na verdade, é um homem de trinta anos, caucasiano, ex-militar, que parece ter sido esculpido por anjos, de tão belo. Que entrou na minha vida de forma tão repentina.
Porém, nosso primeiro encontro não foi tão belo assim. Longe de ser um daqueles encontros de romance melosos, com olhares trocados e pensamentos amorosos. Não, não foi um belo encontro. Mas temos que voltar àquele dia de qualquer forma. Sendo mais específico àquela noite.
Eu estava saindo do meu trabalho, que era de faxineiro em um mercado, ou seja limpava o chão, arrumava as prateleiras. Nesse retorno para casa, uns estúpidos me encontraram, era tarde, dá para imaginar mais ou menos a cena, um imigrante mexicano, em uma cidade no interior dos Estados Unidos.
Eu passei por eles, eram em três, estavam conversando e bebendo em frente a um bar, passei por eles sem dar muita atenção, até que um deles falou.
— Essa cidade está cheia desses ratos do México! — Olhei para trás e eles retribuíram com uma expressão odiosa — Vocês não tem país não? Querem tomar o nosso? — Gritou. Nesse momento apressei o passo, e percebi que os três me seguiam.
"— Por favor Deus, não —". Pensei e caminhei com o coração acelerado, imaginando o que eles fariam comigo, com certeza iriam me agredir ou sabe-se lá o quê.
— Espera mexicano fedorento! —. Outro gritou, nesse momento meu medo falou mais alto então corri, eu estava muito longe de casa, mas ali perto havia um ponto de ônibus onde certamente haveria outras pessoas, ou até mesmo um ônibus que me pudesse salvar do que estava preste a acontecer.
— Corre, pega ele —. Eles estavam correndo atrás de mim. As ruas estavam desertas, eu estava desesperado para ou achar um lugar aberto para entrar, ou achar um policial.
E foi assim que entrei em um beco sem saída, literalmente. Pensei que pudesse escapar por aquele trajeto, porém quando vi, já estava completamente encurralado, com um alto muro e algumas paredes me cercando e me prendendo. Aquele lugar fedia a urina e a esgoto.
— Ha-ha, agora você está sem saída — Os três apareceram no beco, um deles tinha uma garrafa de bebida na mão, todos eram altos e eu baixo. Caminhei de costas tentando os deixar o mais longe possível. Entretanto eles continuaram a se aproximar.
— O que vocês querem? Querem dinheiro eu tenho? —. Falei tentando pegar minha carteira.
— Não fala nossa língua seu verme, você não é branco! — Um deles gritou e arremessou a garrafa de bebida na parede e ela se partiu em mil pedaços. O que me causou ainda mais medo.
— Mick o que fazemos com ele? Damos uma surra? Quebramos uma perna? —. Os olhei assustado. Eu já estava ciente que eu não sairia daquela situação ileso.
— Ele merece uma surra —. E foi assim que comecei a apanhar feito um cachorro. Os três revessavam com socos, tapas e chutes.
Aquela dor era infernal, eu estava no chão, só vendo seus pés se moverem em minha direção. Um dos chutes me acertou a barriga, eu nem entendia mais o que acontecia, minha cabeça girava, parecia que eu ia morrer.
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Amor além das fronteiras
RomanceA história de amor entre um ex-militar e um imigrante mexicano.