Oi, meus anjos! Sintam-se à vontade para comentar e trocarmos ideias sobre a história! Muitos beijinhos e um bom início de semana!
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O meu telemóvel não parava de tocar o seu ruidoso e estridente alarme, indicando que eu deveria de estar a levantar-me da cama, ao invés de preguiçar. Mas não é como se cinco minutos fizessem a diferença, eu precisava de mais esse tempo, depois de estar a ver uma série até às duas da manhã. Só que ao bater as seis e meia, não havia mais como adiar o inevitável. Sem grande energia, fui arranjar-me para mais um dia de trabalho, tirando do armário um dos meus fatos caros e aborrecidos. O escolhido foi um azul escuro, na tentativa de parecer mais confiante. O azul era uma cor muito usada por politicos e outras personalidades, por transmitir confiança.
Como não tinha tempo para mais, apenas preparei um sumo de laranja natural, antes de sair de casa. O metro estava apinhado de pessoas, por isso um lugar sentado era pedir demais. Fui em pé, entre dois homens gigantes, o tempo todo. Quando cheguei à empresa, em cima da minha secretária estava uma caixa azul bebé, muito bonita. Pousei as minhas coisas e abri a caixa, que segundo o recado deixado tinha sido enviada pelo Jungkook e pelo Taehyung. Não sabia como é que eles achavam que eu conseguiria comer tudo aquilo, porém eu senti o meu coração apertar, afinal o gesto era bonito.
- Vieram entregar cedo, é um sortudo senhor Park. - Quase que ia caindo na minha cadeira, era uma das secretárias da entrada, a senhora Lee. Eu conhecia, porque passava por ela todos os dias de manhã e ao final do dia. - Os dois são muito bonitos. Entretanto, vim entregar uns documentos para o senhor Wonho.
O Jungkook e o Taehyung tinham vindo entregar aquela caixa pessoalmente? Isso era uma novidade. Apesar de eles se estarem a esforçar por mostrar um outro lado, que eu julgava não existir, não podia dar o braço a torcer tão rapidamente. O Jungkook tinha feito chantagem, manipulado e usado os meus pais para me meter medo. Já o Taehyung havia mentido e raptado com a intenção de magoar o Jungkook, numa espécie de vingança pessoal, por causa de um outro homem. Isto não eram coisas fáceis de esquecer, sobretudo quando eram pertencentes a um passado próximo.
- Muito obrigado. - Agarrei nos documentos e coloquei em cima da minha secretária, junto com algum correio que chegava bem cedo. - Sabe se o senhor Wonho já chegou?
- Ainda não. - Isso era um alívio, não queria ter de correr o risco de o voltar a encontrar numa cena de amor intensa, constrangedora para todos. - Bem, vemo-nos mais logo. Adeus.
- Adeus...
Assim que a senhora simpática e prestável foi embora, ataquei a caixa azul bebé, tirando de lá de dentro o iogurte natural com cereais. Estava absolutamente divinal. No final de contas, ainda tive tempo de preparar o café do Wonho, bem como deixar no seu escritório. Ele chegou alguns minutos depois, aparentando ter dormido muito mal. Já éramos dois...
- Bom dia, Jimin. - Ele encostou-se à minha secretária, cansado e com a respiração irregular. Diria que tinha vindo a correr. - Eles querem mesmo o teu perdão...
- Bom dia. - Segui o seu olhar, agora na minha caixa de presente. Resolvi esticar na sua direção. Ele aceitou, tirando um waffle. - Eles querem o meu perdão, mas eu não sou assim tão ingénuo para pardoar sem ter razões para isso. Nada me diz que não voltam a fazer o mesmo que antes.
- Exacto, mantém essa atitude forte.
Pode-se dizer que era de noite, quando saí da empresa. O Wonho saíu mais cedo para um jantar com o Hyungwon, seguindo o meu conselho do dia anterior. Era bom saber que os outros, à minha volta, podiam amar e ser amados livremente. Apesar do meu chefe e amigo sair mais cedo do trabalho, não significa que o volume de coisas por fazer tenha diminuído, muito pelo contrário. Ao que parecia, uma das secretárias andava a pôr entraves a uma reunião entre o Wonho e a chefe dela, o motivo ainda não tinha apanhado... Até ir à internet. Pelo que tinha lido, o Wonho era o rival dessa tal Min Hyuna, além de terem namorado até há pouco tempo. Fazia mais ou menos seis meses que o término se tinha dado. O que importava era ter conseguido, depois de muita insistência, uma videoconferência entre os dois.
Foi ainda durante a viagem até ao meu apartamento, que aproveitei para ouvir as minhas músicas preferidas, ignorando todas as pessoas barulhentas ao meu redor. Estava cansado ao ponto de quase adormecer durante a viagem de metro. Se não fosse por a minha mãe ligar, teria mesmo acabado por dormir.
- Jimin, meu filho, conta-me coisas. - Oh não, a minha mãe iria querer saber demais... - Como é que está a correr o teu trabalho? A comida que fiz foi suficiente?
- A comida é mais do que suficiente, mas obrigado pela preocupação. - Respondi a uma das suas perguntas, a abrir a porta do meu apartamento, a tentar não mandar ao chão tudo o que carregava. - O meu novo trabalho está a correr muito bem, o Wonho é muito atencioso.
- Continuo a achar que faziam um belo casal. - Claro que não me iria livrar desse assunto. Por vezes sonhava em viver numa ilha deserta, sozinho e bem longe de potenciais candidatos a donos de chaves para o meu coração. - Ele tem uns músculos...
- Nós somos apenas amigos, ele tem uma pessoa da qual gosta muito e o meu coração também está ocupado. - Decidi interromper antes que ela se babasse a falar do meu chefe e amigo. - E eles é mais do que músculos.
- Eu sei disso, meu querido. O teu coração está ocupado pelo Taehyung?
- Mãe...
- Não vale a pena esconderes, eu sou tua mãe, conheço-te melhor do que ninguém. Também sei que aquele homem que foi a nossa casa uma vez, ameaçar e forçar a tirar umas férias forçadas, não te é propriamente indiferente. - Ela não se tinha esquecido. Nem me queria lembrar do ocorrido, foi um autêntico pesadelo. - O seu nome era JK, certo?
- O seu nome era Jeon Jungkook.
- Jeon Jungkook o empresário? - Claro... Quase que me esquecia dessa faceta do Jungkook. - Nem posso acreditar... Por que é que ele nos ameaçou daquela forma? Bastava ter falado com calma e educação, ele foi um tanto bárbaro connosco. Não sei se gosto dele, apesar de ser um homem lindo. No outro dia vi uma revista em que ele aparecia na capa e meu Deus, ele tem um rosto feito pelos deuses. Mas os livros não se julgam pela capa, não gostei da forma como falou de ti, como se fosses uma posse e objecto.
- Por isso é que vim para Busan, mãe. Para fugir dele e do Taehyung, que não agiu muito melhor. Eles vieram atrás de mim, numa tentativa de pedir desculpa. Ofereceram flores, pediram perdão, foram entregar no meu trabalho uma caixa com o meu pequeno-almoço...
- E o teu coração quer perdoar, mas a tua cabeça não esquece. - Ela falou mais calma e serena, com a sua voz doce. As suas palavras não podiam ser mais certeiras.
- Isso mesmo.
Conversar com a minha mãe sobre os meus problemas, acabou por ser mais libertador do que alguma vez pensara, ao ponto de conseguir dormir melhor. Isso só prova que, por vezes, precisamos de conversar com os outros sobre os nossos problemas, sobre aquilo que no irrequieta e não deixa relaxar. Claro que o Jin hyung era um bom amigo, mas fazia-me falta falar com a minha mãe, quem apesar de todas as suas tentativas de me ver a namorar ou casar, só queria o meu bem e felicidade.
No outro dia de manhã, fui acordado pelo toque histérico da campainha. Fiquei uns segundos zonzo por acordar tão repentinamente, logo quando estava a ter um sonho sobre umas férias num destino paradisiaco. Verifiquei o meu telemóvel e ainda faltava meia hora para o despertador tocar. A perguntar quem é que me estava a visitar a uma hora daquelas da manhã, abri a porta. Fui surpreendido pelo Jungkook e o Taehyung, ajoelhados e a cantar juntos uma canção que eu tão bem conhecia: Euphoria.
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Dangerous Love
أدب الهواةJimin não sabia o que ainda viria... Não sabia quem mandava naquelas ruas... Não sabia que aquele homem praticamente governada nas sombras do medo toda a Coreia. Mas sobretudo não sabia que iria estar à mercê de Jeon Jungkook, o líder da maior e mai...