1 de abril
Hoje eu rezo por aqueles
Que com suas vidas roubadas
Não são mais
Em suas sepulturas
Não há nada escrito
Não existe nem mesmo sepulturas
Hoje eu Rezo sobre o corpo morto dos meus camaradas
Dos helicópteros
Dos tiros nas costas
Assassinados
Por almas geladas
Que odeiam o vermelho
Por não mais reconhecer seu próprio sangue
E o que faz escorrer
Nos cantos de meu país adoecido
É uma semente
Dos gritos dos oprimidos
Um minuto de silêncio
Que a memória está passando
Vocês se lembram?
Eu nunca esqueço
E o que passa
Estradas tortas
Passarelas
E essa gente pelas ruas
Abraçando a ditadura
O verde e amarelo
Minha foice e meu Martelo
Diz nunca mais
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poesias primeiras
Poetryaquelas poesias que são minhas, mesmo quando são violentamente roubadas.