Ode a meu anti depressivo. sobre a desestrutura.
E mais rápido do que começou, as coisas se perdem, como pertences de uma mudança, e só percebe depois de muitos meses, anos, a gente e essa mania de fechar os olhos a quebra das estruturas, as minhas próprias e a de tudo em volta, como um efeito domino, tudo se repete, chamo de karma por não admitir minha culpa e eternas más escolhas, só mudam de nome e não tem como querer dar certo o que sempre esteve errado, numa quinta feira a noite, tomando um anti depressivo depois da aula, minhas pernas tremem e a boca fica seca, dúvida se é efeito colateral ou agonia por não encontrar as palavras certas, por não saber me defender, eu não sei fazer nada disso, lidar comigo, quebrar tudo mesmo, pé na porta, corrente quebrada, me abandonar de vez por todas, não ficar mais nesse limbo, cheio de livros, me escondendo de velhas feridas que teimam em me procurar, entrar na minha casa quando não estou, temo, e odeio esse sentimento, nunca aprendi a lidar com o medo, que dorme comigo e durante o dia descansa em baixo de minha cama, sempre presente, como a marca de nascença da minha perna, ou a pinta no pescoço, incorporei ele a mim, sempre disposto a partir comigo, fugir de casa ou me calar pra sempre, eu não falei até meus treze anos, salvam com os monstros que me arrancam do sono todas as noites, e minha mãe sempre me achou uma menina muito esquisita, já tentei acabar com essa história físico e emocionalmente mas não muda ou encontro saída, eu e essa obsessão por ter um lar, eternamente a menina que mora nos livros e não gosta de fazer amigos.
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poesias primeiras
Poesíaaquelas poesias que são minhas, mesmo quando são violentamente roubadas.